ATA DA CENTÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 28-11-2001.

 


Aos vinte e oito dias do mês de novembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Maria Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum e Sebastião Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, José Fortunati, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Centésima Primeira e Centésima Segunda Sessões Ordinárias e das Atas da Quadragésima Sétima, Quadragésima Oitava e Quadragésima Nona Sessões Solenes que, juntamente com as Atas da Quadragésima Quinta e Quadragésima Sexta Sessões Solenes, foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 026/01 (Processo nº 4465/01); pelo Vereador Beto Moesch, 04 Pedidos de Providências, os Pedidos de Informações nºs 213 e 216/01 (Processos nºs 4460 e 4480/01, respectivamente) e a Indicação nº 049/01 (Processo nº 4459/01); pelo Vereador Ervino Besson, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Haroldo de Souza, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 05 Pedidos de Providências; pelo Vereador Luiz Braz, o Pedido de Informações nº 215/01 (Processo nº 4475/01) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 290/01 (Processo nº 4448/01); pelo Vereador Paulo Brum, 01 Pedido de Providências e a Indicação nº 048/01 (Processo nº 4439/01). Também, foi apregoado o Ofício nº 592/01, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 035/01 (Processo nº 4455/01). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 570, 571 e 575/01, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, os Vereadores Sebastião Melo e Juarez Pinheiro manifestaram-se sobre os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - constituída neste Legislativo para averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Edmundo Flores, representante da Igreja Evangélica Todos Benvindos em Nome de Jesus, que se manifestou sobre os índices de desemprego atualmente verificados na Cidade de Porto Alegre, reportando-se aos problemas existentes no sistema público de saúde oferecido à população brasileira e à situação vivenciada pelos cidadãos desempregados do País. Às quatorze horas e vinte e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e um minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores Nader Baja, representante da comunidade palestina, Kadija Shamms, Muhamad Salamah, representante da Sociedade Islâmica de Porto Alegre e Zacarias Abu Gazala, representante da Sociedade Árabe Palestina Brasileira, informando que Suas Senhorias comparecem a este Legislativo para solenidade em homenagem ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Nader Baja, que discorreu sobre o transcurso, no dia de ontem, do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, reportando-se aos conflitos verificados entre palestinos e israelenses no Oriente Médio e propugnando pela adoção de medidas políticas que viabilizem a implantação de uma proposta de paz para a região. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Kadija Shamms, que procedeu à leitura de poema alusivo à situação enfrentada pelos refugiados palestinos. Em continuidade, nos termos do artigo 142, I, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Vereadora Maristela Maffei que, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, saudou os visitantes, manifestando-se sobre o transcurso do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Às quatorze horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a existência de quórum e, após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo pronunciou-se acerca dos prazos de funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - instalada neste Legislativo com a finalidade de averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB e sobre o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, que estabelece alíquotas progressivas para o Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU. O Vereador Paulo Brum registrou o transcurso, no três de dezembro do corrente, do Dia Mundial das Pessoas Portadoras de Deficiência, informando a realização, no dia primeiro de dezembro do corrente, na Câmara Municipal de Porto Alegre, do I Seminário Nacional sobre Acessibilidade e destacando a importância do evento para a discussão de medidas de eliminação de barreiras arquitetônicas e facilitação do deslocamento de pessoas portadores de deficiência. Na ocasião, foram apregoados os seguintes Requerimentos, subscritos nos termos do artigo 120, VI, do Regimento e deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque: de autoria do Vereador Adeli Sell, com relação à Emenda nº 62, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01); de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, com relação à Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 030/01 (Processo nº 3742/01); de autoria do Vereador Estilac Xavier, com relação às Emendas nºs 34, 37, 59, 60, 61, 68 e 90, todas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01); de autoria da Vereadora Helena Bonumá, com relação à Emenda nº 92, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01) e à Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 029/01 (Processo nº 3741/01); de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, com relação às Emendas nºs 35, 57 e 74, todas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01); de autoria do Vereador Marcelo Danéris, com relação às Emendas nºs 36 e 67, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01); de autoria da Vereadora Maria Celeste, com relação à Emenda nº 63, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01) e à Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 027/01 (Processo nº 3739/01); de autoria da Vereadora Maristela Maffei, com relação às Emendas nºs 64 e 66, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01); de autoria do Vereador Sebastião Melo, com relação à Emenda nº 75, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01); de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, com relação às Emendas nºs 72 e 91, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01) e à Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 030/01 (Processo nº 3742/01). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães, ao discorrer sobre declarações prestadas pelo Senhor Jairo Carneiro, ex-Tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, teceu críticas à atuação desse Partido à frente do Executivo Estadual, reportando-se a denúncias de irregularidades cometidas por integrantes dessa agremiação partidária no exercício de cargos públicos. O Vereador João Antonio Dib reportou-se aos alagamentos ocorridos na Cidade de Porto Alegre na noite de vinte e quatro de novembro do corrente, criticando as atitudes tomadas pelo Senhor Prefeito em relação ao ocorrido. Também, manifestou-se contrariamente ao Projeto de Lei do Executivo que prevê a redução do orçamento do Departamento de Esgotos Pluviais para o ano de dois mil e dois. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Reginaldo Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Nelson Marchioro, falecido no dia vinte e quatro de novembro do corrente, tendo o Vereador Juarez Pinheiro manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, Vereador Nereu D'Avila pronunciou-se a respeito de Mandados de Segurança impetrados pelo Partido dos Trabalhadores, referentes à suspensão dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - instalada neste Legislativo para averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB. Também, teceu considerações a respeito de denúncias contra o Senhor Miguel Arcanjo Chaves, funcionário desse Departamento. Na ocasião, os Vereadores Sebastião Melo e Estilac Xavier manifestaram-se sobre os trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão refletiu acerca de fatos pertinentes à saúde da mulher, enfocando os índices de mortalidade de mulheres no período da gravidez até o pós-parto e sugerindo que sejam tomadas medidas de saúde pública pelos Governos Federal, Estadual e Municipal quanto ao assunto. Também, questionou a eficiência das Unidades Sanitárias situadas na Capital, no que se refere à atenção às ações primárias em saúde. Após, o Senhor Presidente procedeu à leitura de Parecer exarado pela Procuradoria da Casa, referente à Questão de Ordem formulada pelo Vereador Juarez Pinheiro durante a Centésima Quarta Sessão Ordinária, relativa à interpretação dos artigos 169 e 170 do Regimento, os quais versam sobre a apresentação de Emendas a matérias constantes na Ordem do Dia, informando que o teor do referido Parecer passa a ser a posição oficial da Presidência da Casa quanto ao tema. Em continuidade, o Vereador Juarez Pinheiro, através de Requerimento verbal, nos termos do artigo 194, § 1º, do Regimento, apresentou Recurso à decisão tomada pelo Senhor Presidente, fundada no Parecer exarado pela Procuradoria da Casa, acima referido, tendo o Senhor Presidente determinado que o referido Recurso fosse apresentado por escrito e tendo o Vereador Juarez Pinheiro, nos termos do dispositivo regimental acima mencionado, apresentado Recurso a essa determinação. Às quinze horas e quarenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores Efstratios Doukas, Embaixador da Grécia no Brasil, Constantino Comninos, Cônsul Honorário da Grécia para Região Sul, e Pedro Efremides, Presidente da Sociedade Helênica de Porto Alegre, convidando Sua Excelência e Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução dos Hinos Nacionais Brasileiro e Grego e, em continuidade, concedeu a palavra ao Vereador João Antonio Dib que, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, saudou os visitantes. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Efstratios Doukas, que agradeceu a recepção prestada por este Legislativo. Às dezesseis horas e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Estilac Xavier discorreu sobre as políticas educacionais implementadas pelo Governo Federal e sobre Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional, o qual torna subsidiária a aplicação da Consolidação das Leis do Trabalho na elaboração de acordos e convenções coletivas de trabalho. Também, comentou denúncias de irregularidades em processo licitatório promovido pela Brigada Militar e manifestou-se sobre Emenda aposta ao Orçamento do Município para o ano dois mil e dois. O Vereador Luiz Braz, reportando-se aos alagamentos ocorridos em Porto Alegre por ocasião de chuvas intensas, analisou criticamente as condições de infra-estrutura da rede de esgotos pluviais da Cidade, defendendo a necessidade da destinação de recursos, pelo Executivo Municipal, para a manutenção da referida rede. Também, manifestou-se sobre as deliberações orçamentárias realizadas através do Programa de Orçamento Participativo. Na ocasião, a Vereadora Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento efetuado pelo Vereador Luiz Braz em Comunicação de Líder, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto e os Vereadores Luiz Braz e Sofia Cavedon manifestado-se a respeito. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e apregoada a Subemenda nº 01, de autoria do Vereador Beto Moesch e subscrita nos termos do artigo 120, parágrafo único, do Regimento, à Emenda nº 57 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01). A seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Helena Bonumá, aditado pelo Vereador Paulo Brum, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por dezessete votos SIM e seis votos NÃO, em verificação de votação solicitada pelo Vereador João Carlos Nedel, após ter sido igualmente aprovado em sua votação simbólica e encaminhado à votação pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Estilac Xavier, Helena Bonumá, João Bosco Vaz, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano e Não os Vereadores Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz e Pedro Américo Leal. Foi aprovado o Requerimento nº 268/01 (Processo nº 4436/01 - Moção de Apoio ao Projeto de Lei de autoria do Deputado Estadual Nelson Proença, que denomina Synval Guazzelli o terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Salgado Filho), de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, tendo o Vereador Haroldo de Souza manifestado-se sobre a matéria. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 102/01, por vinte e seis votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 259/01, por vinte e seis votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Em Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 200/01, por vinte votos SIM, quatro votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Helena Bonumá, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano, Não os Vereadores Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Pedro Américo Leal e tendo optado pela Abstenção o Vereador Cassiá Carpes. Na ocasião, a Vereadora Helena Bonumá manifestou-se acerca da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 200/01. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 016/01 e a Mensagem Retificativa a ele aposta. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 082/01. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Luiz Braz, subscrito nos termos do artigo 120, VI, do Regimento, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para as Emendas nºs 01, 02 e 03, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 027/01 (Processo nº 3739/01). Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 027/01 e a Mensagem Retificativa a ele aposta, com ressalva das Emendas nºs 01, 02 e 03 apostas ao referido Projeto, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Adeli Sell, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Beto Moesch. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 027/01, o Vereador Luiz Braz cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Reginaldo Pujol. Na ocasião, face Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Luiz Braz, Sebastião Melo e Estilac Xavier, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da presente Sessão e sobre a votação dos Projetos de Lei que integram a peça orçamentária do Município para o ano dois mil e dois. Também, o Vereador Juarez Pinheiro procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de Recurso elaborado nos termos do artigo 99, § 1º, do Regimento, contestando a decisão tomada pelo Senhor Presidente, fundamentada em Parecer exarado pela Procuradoria da Casa e relativa à apresentação de Emendas a Projetos constantes na Ordem do Dia, tendo os Vereadores João Antonio Dib e Luiz Braz manifestado-se a respeito. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, subscrito nos termos do artigo 120, VI, do Regimento, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para a Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 028/01 (Processo nº 3740/01). A seguir, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de tramitação, nos termos do artigo 19, inciso II, alínea “g”, do Regimento, da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 027/01 (Processo nº 3739/01), tendo o Vereador Sebastião Melo manifestado-se a respeito. Às dezessete horas e trinta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e trinta e sete minutos, constatada a existência de quórum. Após, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da tramitação da Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 027/01 (Processo nº 3739/01). Também, os Vereador Juarez Pinheiro e Luiz Braz formularam Questões de Ordem e manifestações acerca da tramitação da Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 027/01 (Processo nº 3739/01). Às dezessete horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, face Questão de Ordem e manifestação formuladas pelo Vereador Estilac Xavier, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre a tramitação da Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 027/01 (Processo nº 3739/01). Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 027/01, por dez votos SIM, onze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Sebastião Melo, Estilac Xavier, Luiz Braz e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado o Senhor Presidente, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Estilac Xavier, Helena Bonumá, João Antonio Dib, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção o Vereador Pedro Américo Leal. Na ocasião, face Questão de Ordem e manifestações dos Vereadores Sebastião Melo e Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do processo de votação da Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 027/01 (Processo nº 3739/01). Também, o Senhor Presidente salientou a importância do cumprimento, pelos Senhores Vereadores, da Lei Complementar nº 392/96, que veda a utilização de telefones celulares no Plenário Otávio Rocha, e convidou os presentes para a apresentação artística do ator Luiz Carlos de Magalhães, a ser realizada hoje, às dezenove horas, no Teatro Glênio Peres. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Estilac Xavier, subscrito nos termos do artigo 120, VI, do Regimento, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para a Emenda nº 94, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01). Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 027/01, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Elói Guimarães, Sebastião Melo e Haroldo de Souza e tendo o Vereador Elói Guimarães manifestado-se sobre o pronunciamento efetuado por Sua Excelência, durante a discussão da matéria. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 027/01, por onze votos SIM e dez votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Elói Guimarães, Maria Celeste, Haroldo de Souza e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Estilac Xavier, Helena Bonumá, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei e Sofia Cavedon. Na ocasião, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. Em continuidade, por solicitação do Vereador Sebastião Melo, foi realizada verificação de quórum e constatada a existência do mesmo, tendo o Senhor Presidente, face manifestações dos Vereadores Sebastião Melo e Luiz Braz, prestado esclarecimentos sobre o quórum da presente Sessão e tendo a Vereadora Maristela Maffei manifestado-se sobre o assunto. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 028/01 e a Mensagem Retificativa a ele aposta, com ressalva da Emenda aposta ao referido Projeto. Na ocasião, face manifestação do Vereador Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor do Projeto de Lei do Executivo nº 028/01. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 028/01, por seis votos SIM e dezessete votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Estilac Xavier, Sebastião Melo, Reginaldo Pujol, João Antonio Dib e Elói Guimarães, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Luiz Braz, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Ervino Besson, Estilac Xavier, Helena Bonumá, Humberto Goulart, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal e Sofia Cavedon. Na ocasião, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando alteração do voto proferido por Sua Excelência durante a votação da Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 028/01, tendo o Senhor Presidente indeferido tal solicitação, nos termos do artigo 176, § 2º, do Regimento. A seguir, foram apregoados os seguintes Requerimentos, de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, subscritos nos termos do artigo 120, VI, do Regimento e deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para a Emenda nº 04 e a retirada do pedido de votação em destaque para a Emenda nº 03, ambas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 030/01 (Processo nº 3742/01). Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 030/01 e a Mensagem Retificativa a ele aposta, com ressalva das Emendas apostas ao referido Projeto, após serem discutidos pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Maria Celeste, Sebastião Melo, Maristela Maffei e Luiz Braz e encaminhados à votação pelos Vereadores Sebastião Melo, Luiz Braz e Estilac Xavier. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 030/01, face Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Juarez Pinheiro e Sofia Cavedon, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre a tramitação das Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 030/01. Também, o Senhor Presidente informou que a apresentação artística do ator Luiz Carlos de Magalhães, que ocorreria hoje, às dezenove horas, no Teatro Glênio Peres, foi transferida para amanhã, às onze horas, no mesmo local. Às vinte horas e vinte e sete minutos, os trabalhos foram suspensos, face à interrupção do abastecimento de energia elétrica do Plenário Otávio Rocha, sendo retomados às vinte horas e trinta minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 030/01, por cinco votos SIM e dezesseis votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Luiz Braz, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Ervino Besson, Estilac Xavier, Helena Bonumá, Humberto Goulart, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal e Sofia Cavedon. Na ocasião, por solicitação do Vereador Reginaldo Pujol, foi realizada a leitura da Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 030/01, tendo o Vereador Estilac Xavier manifestado-se sobre a matéria. Também, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, subscrito nos termos do artigo 120, VI, do Regimento, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 029/01 (Processo nº 3741/01). Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 030/01, por oito votos SIM e doze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Fernando Záchia, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Ervino Besson, Estilac Xavier, Helena Bonumá, Humberto Goulart, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei e Sofia Cavedon, tendo o Senhor Presidente, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores Reginaldo Pujol, Juarez Pinheiro e Humberto Goulart, prestado esclarecimentos sobre o teor da Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 030/01. Na ocasião, o Vereador Luiz Braz manifestou-se sobre os trabalhos da presente Sessão, tendo o Senhor Presidente prestado informações sobre o tema. Também, o Senhor Presidente informou que, após o término da presente Sessão, seria realizada uma reunião entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes. Às vinte e uma horas, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Paulo Brum, Ervino Besson e João Antonio Dib, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Ervino Besson. Do que eu Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, apenas para dizer a esta Casa que eu e o Ver. Nereu D’Avila fomos comunicados... Aliás, ontem estive visitando o Desembargador Vasco Della Giustina, e hoje ele proferiu a decisão do Agravo de Instrumento, mantendo a decisão da CPI do DEMHAB. Portanto, a CPI do DEMHAB vai continuar.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Perfeito, Vereador. Passo a presidência dos trabalhos ao Ver. Ervino Besson.

 

(O Ver. Ervino Besson assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, só para também fazer o registro dessa decisão, respeitando a decisão do Desembargador Della Giustina e fazer um apelo aos Vereadores de oposição: que eles não interrompam mais a CPI do DEMHAB e continuem trabalhando.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Edmundo Flores, representando a Igreja Evangélica Todos Benvindos em Nome de Jesus, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos para falar sobre o desemprego em Porto Alegre.

 

O SR. EDMUNDO FLORES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores componentes do nosso Movimento dos Desempregados Gaúchos, senhores e senhoras da plenária, que lutam, que reivindicam e têm o apoio desta liderança. Esperamos, aqui, em poucos minutos, colocar, mais uma vez nesta Casa, nesta Tribuna Popular, não somente os mesmo pedidos, solicitações e reivindicações que já fizemos nesta Casa em Tribunas passadas, digo, com os Vereadores antigos que aí estavam e os que ainda estão, e, hoje, aos novos Vereadores eleitos. Pedimos e agradecemos aos Srs. Vereadores e às Sr.as Vereadoras e também esperamos apoio de novo, não só para nos elogiarem, como aqui fizeram nesta Casa, com exceção de poucos, Vereadores que nos apoiaram. E não é preciso citar os nomes, nós soubemos, nos procuraram, encontraram o nosso endereço e o nosso telefone. Mas tenho certeza de que os novos Vereadores e até os antigos vão-nos procurar, dando-nos mais apoio, porque não podemos só pedir para os Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, mas para os governantes do Município e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, porque o Movimento é estadual.

Estou preocupado, para início de conversa, porque não estou vendo a presença dos que foram convidados: o ilustre Secretário da Ação Social do Trabalho do Estado do Rio Grande do Sul; se ele estiver presente, Sr. Presidente, fica a seu critério se ele puder fazer parte da Mesa; o Sr. Ilustre Secretário Municipal da Saúde do Município também foi convidado, estão aqui os convites, se não vieram é porque não quiseram e, se vêm, nós os estamos esperando. Também foi convidada a Presidenta do Conselho Municipal da Saúde – por que, explico em seguida; os Srs. Vereadores e demais ouvintes e a comunidade da Capital. Todos têm conhecimento, já foi mostrado em vários jornais, não precisa mostrar aqui, do mau atendimento nos postos de saúde. Já foram feitas várias denúncias a esta Casa por mim e pelos Srs. Vereadores e pelas Sr.as Vereadoras.

Estou preocupado, sim; tempos atrás também convidei o Sr. Diretor da FESC, Renato Guimarães, e espero que também venha, porque a ação social na Capital não está muito boa. Temos que cobrar, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, desses órgãos competentes, e não só dos governos, mas, inclusive da sociedade que os elege.

Eu sempre digo: nós não apoiamos roubo, assalto e seqüestro no nosso movimento estadual; nos meios de comunicações, nós somos pedinchões de trabalho, biscate e alimentação.

Não dá mais para agüentar a saúde e a desnutrição na Capital, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com o nosso povo desempregado. Falam no desempregado, mas não falam na situação do desempregado. Não há mais hospitais. Não há mais porque as doenças são provocadas pela falta de alimentação, causadas pelo desemprego, e também, está claro, falta de atendimento e de ações sociais. Existem leis!

E como muito bem disse o Ver. João Antonio Dib: fazem leis para quê? Para figurinhas? Leis sociais, como a do vale-transporte para o desempregado, que eu cobrei, não somente eu, mas esta Casa, isso foi cobrado pelos Srs. Vereadores que por aqui já passaram, ou seja, houve um repúdio, foi cobrado do Sr. Olívio Dutra, Prefeito na época, por ter ignorado e negado o direito do vale-transporte aos desempregados. Houve o repúdio, sim, desta Casa. Eu gostaria que os Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras tomassem conhecimento – principalmente os Vereadores desta nova Legislatura – de que existe uma Lei, e está aqui, nos jornais de quando eu comecei a fundar o Movimento, com um abaixo-assinado, no Centro da Capital, na Esquina Democrática. Os meios de comunicação colocaram que nós descobrimos essa lei. Naquela época, em 1991, coloquei no jornal Correio do Povo, quando era mais do povão, porque era mais do povo. Hoje, os meios de comunicação pouco nos dão espaço para as nossas matérias, para o povão, para o exército de desempregados. Os meios de comunicação têm de divulgar, para a sua sociedade mais carente e excluída, que são os desempregados gaúchos. Na época, o Correio do Povo nos deu oportunidade, também o jornal Zero Hora, no mesmo dia; tenho aqui em mãos, gostaria de focar isto aqui, se fosse possível.

 

(Mostra um artigo escrito.)

 

Porque não está sendo fácil, já que os meios de comunicações não estão presentes na sua totalidade. Deveriam estar, porque foram convidados e convocados por mim. Estou preocupado, Srs. Vereadores. Nós temos aqui da Zero Hora, do mesmo dia, onde diz que o então Secretário de Transportes de Olívio Dutra, na época o Sr. Diógenes de Oliveira - se o senhor já o conhece, porque eu já conheci e conheço esse elemento -, declarou que essa lei era muito antiga, no jornal da Zero Hora, e que ninguém a estava cumprindo, porque os sindicatos não encaminhavam as listagens. Houve uma listagem do Sindicato dos Comerciários, presidido pela Sr.ª Ester Machado, para encaminhar os seus desempregados, que foi ignorada e negada pelo então Prefeito Olívio Dutra. Pode ser que hoje o Partido dos Trabalhadores... Tomara que ele não seja só dos trabalhadores, que seja também dos desempregados, dos que não estão trabalhando, dos que estão excluídos, e a assistência social é pouca. Preocupa-me ainda isto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e plenária: encontrei um bonito cartaz chamado “O SUS é Legal”, muito bonito, eu gostaria que as câmeras o focassem; há bastante. O pior é que isso está dando na televisão todos os dias. A comunidade está-me comunicando - porque eu não posso ver muito televisão, nós não temos tempo - que estão fazendo a propaganda de que “O SUS é Legal”. Perguntem para a comunidade desempregada e para o povão se está sendo legal o SUS no atendimento. Se alguém aqui vier dizer que está sendo muito bem atendido é porque não vai a esses locais de SUS; há filas, mau atendimento, falta de dentista, crianças chorando dia e noite, e vem alguém no meios de comunicações - uma, duas, três pessoas - dizer que o Governo do Estado repassa, e a Prefeitura da Capital está atendendo bem a Saúde. Ora, é brincadeira! Dizer é muito fácil, mas não isso não é a verdade. Prova-se com o abaixo-assinado. Srs. Vereadores, façam uma pesquisa com os meios de comunicação, perguntando ao povão se é verdade o que estão dizendo. Só não mostra a verdade quem não usa, quem não vai! Aí estão os meios de comunicação dizendo, mas aí é mentira dos jornais, é mentira das lideranças. Mas, é verdade.

Para concluir, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de ler, Sr. Presidente, Sr. Fernando Záchia, agradecendo pela Tribuna Popular a nós cedida - e muitas vezes vamos pedi-la novamente -, em nome das parcerias, das entidades na Capital e no Estado do Rio Grande do Sul: (Lê.)

“Do Movimento de Desempregados Gaúchos, ao Sr. Ver. Presidente da Mesa da Tribuna Popular, do dia 28 de novembro de 2001, previsto para as 14h de hoje. Eu, orador Edmundo Flores, para que, antes do direito aos 10 minutos, pedisse para ser lido este assunto.” “Gostaria, Sr. Presidente, de comentar sobre os desassistidos e excluídos, defendendo os desempregados porto-alegrenses, e registrar a falta de assistência social aos mesmos. Agradecendo aos Vereadores e Vereadoras que apoiaram o Movimento de Desempregados Gaúchos, nas últimas tribunas nesta Casa, esperamos que os novos eleitos assim também o façam. Agradecemos pelo Projeto de Lei de autoria do Ver. Fernando Záchia, Presidente desta Casa, aprovado por unanimidade. É o único Projeto que trará alimento a quem não tem renda, que são os desempregados. Esperamos que o mesmo seja regulamentado pelo Sr. Prefeito da Capital, com urgência. Solicitamos também a esta Casa um pedido de providências em favor do Movimento de Desempregados Gaúchos ao Executivo Municipal, com urgência urgentíssima, com as seguintes proposições...”, e como o meu tempo está esgotado não posso concluir, encaminharei às lideranças desta Casa, ao Sr. Presidente da Mesa, o restante deste pedido de providências de urgência urgentíssima ao Sr. Prefeito, para transformá-lo num decreto emergencial em favor dos nossos desempregados da Capital. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convido o Sr. Edmundo Flores a fazer parte da Mesa. A palavra está à disposição dos Srs. Vereadores, regimentalmente, para se manifestarem sobre o que foi tratado na Tribuna Popular. (Pausa.) Não havendo inscrições, suspendemos os nossos trabalhos por um minuto para que possamos fazer as nossas despedidas ao Sr. Edmundo Flores, Missionário, neste momento representando a Igreja Evangélica Todos Benvindos em Nome de Jesus. Agradecemos a Sua Senhoria pela participação.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h28min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 14h31min): Estão reabertos os trabalhos.

Compõem a Mesa o Sr. Nader Baja, representante da Comunidade Palestina; a Sr.ª Kadija Shamms; o Sr. Muhamad Salamah, representante da Sociedade Islâmica de Porto Alegre e o Sr. Zacarias Abu Gazala, representante da Sociedade Árabe Palestina Brasileira.

O Sr. Nader Baja está com a palavra.

 

O SR. NADER BAJA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em 1979 a ONU instituiu o dia 29 de novembro como o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Após 20 anos, como está, agora, a situação do povo palestino? Hoje, o palestino não consegue levar o seu filho para o colégio, com medo de que as balas israelenses possam ceifar a vida daquela criança. Os camponeses palestinos também não conseguem desenvolver uma agricultura sadia por causa das escavadoras militares israelenses que arrancam as árvores.

As indústrias palestinas sofrem ataques por parte dos tanques israelenses sob a alegação de que essas fábricas fabricam bombas. Os estabelecimentos comerciais, nas cidades palestinas, também não conseguem funcionar de forma perfeita ou satisfatória, porque a maior parte do tempo as cidades palestinas são fechadas sob o toque de recolher. Os hospitais, as clínicas também são severamente atacados, e os médicos e enfermeiros são mortos ou feridos.

Há jornalistas palestinos e estrangeiros que fazem a cobertura da Intifada em andamento. Temos vários mortos e feridos nas fileiras dos jornalistas estrangeiros e palestinos, jornalistas que fazem serviços para agências internacionais de notícias.

As moradias, as casas dos palestinos também não são seguras para poder morar, dormir ou ficar naquela casa, porque, eventualmente, nas 24 horas, essas casas, em qualquer cidade ou em qualquer aldeia palestina, podem sofrer um ataque de um foguete ou de um avião israelense.

Por causa dessa situação que acabei de descrever para os senhores, os palestinos exigem uma proteção internacional, diante da agressão israelense.

Em mais de um ano de Intifada temos hoje mais de mil mortos, trinta mil feridos, e 30% dos mortos tem idade entre 12 a 18 anos, ou seja, eles estão exterminando uma geração de jovens, alunos e alunas que morrem durante a ação militar israelense.

Assim, sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tudo indica que ainda o Governo Israelense não tomou conhecimento da existência dessa Declaração.

O que os palestinos querem? Querem um Estado Palestino, ou seja, um lugar tranqüilo, seguro para eles poderem ter uma vida como qualquer outro povo. Um Estado que tenha fronteira terrestre, espaço aéreo, indústria, comércio, saúde, segurança, enfim, não aquele Estado que, ou melhor, quase Estado, que Israel quer fornecer para os palestinos.

Assim, acredito que as Resoluções 242 e 338, do Conselho de Segurança da ONU, são uma base legal para uma solução negociada e pacífica para a questão palestina.

Tudo o que os palestinos querem é um Estado que seja reconhecido, com um pouco que possam viver de forma digna. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convidamos a Sr.ª Kadija Shamms, representante da Sociedade Árabe Palestina, que irá ler um poema.

 

A SRA. KADIJA SHAMMS: Aos refugiados da Palestina: “Deixa o vento norte apagar as marcas dos acampamentos, visto que os refugiados jamais serviram de exemplo, nem para os seus filhos, tampouco aos pombos do céu.

A vida nos acampamentos é árida, é pobre, o deserto está infestado de répteis de toda a espécie, nenhuma flor desponta das areias saudando a primavera.

O refugiado bebe o leite da gamela, come o pão amanhecido, e a água é tão preciosa quanto o licor de Alláh; os desesperados dão formas à imagem sedutora, tecida de mel; no entanto, de fel reveste-se a realidade.

Na minha tenda, sonho com a cidade e a casa arrumada. Diz-me por Alláh, quando juntar-me-ei ao meu povo? Ouvi que quem chora no deserto tal qual ele fica seco. Quem somos nós? Os Árabes dos versos de Mahmuda ou as Portas do Paraíso sopradas pela brisa de uma alma aflita em torno do futuro do povo palestino?” (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Ver.ª Maristela Maffei falará em nome da Casa, representando todas as Bancadas, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Ex.mo Sr. Presidente, Ver. Fernando Záchia; Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores desde já, quero agradecer a honra por ter-me passado este tempo representando esta Casa; Sr. Nader Baja, representante da Comunidade Palestina; Sr.ª Kadija Shamms – desculpe, se eu tiver dificuldade na pronúncia –, representante da Sociedade Islâmica de Porto Alegre; Sr. Zacarias Abu Gazala, que está também aqui nos prestigiando, representante da Sociedade Árabe Palestina Brasileira; Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores. Eu gostaria de clamar aqui, a todas as bancadas, a atenção necessária para este momento. É um momento de muita atenção, talvez, a atenção necessária, porque os meios de comunicação, quando falam, pronunciam apenas uma versão da história. Portanto, como Casa do Povo, que também tem o Canal 16 - e com certeza estamos sendo assistidos -, é fundamental termos o respeito que exigimos a todas as lutas na democracia que procuramos no dia-a-dia clamar, e a valorização de todas essas necessidades.

Em todos os tempos, nós vimos derramamento de sangue. E a Bíblia é uma das versões que eu considero mais sagrada, e que sempre demonstrou as lutas, tanto no Antigo Testamento, como no Novo Testamento, dos derramamentos de sangue, da luta pelos povos na conquista do solo sagrado a que cada povo tem direito.

Assistimos à luta do povo que no dia-a-dia vem buscando o seu espaço, mas nós não assistimos a uma versão necessária que demonstre que esse povo tem cultura, tem sua fé, tem sangue e tem alma. Assistimos nos meios de comunicações, quando alguma democracia é ferida, mostrar o sangue derramado, e que aquele povo chora, e é verdade. Mas, quando nós assistimos, por outro lado, como se fosse apenas uma guerra de vídeo-game, onde apenas balas se cruzam, e não mostram a dor, as lágrimas correndo nos olhos de uma mãe, de um pai, aí a questão é muito mais trágica do que a morte do ser humano. Porque aí passa-se para a sociedade: “Aqui só tem bandido; aqui só tem terroristas; lá está o bem; lá só está o mal; lá não derrama sangue; lá não tomba.” Ouvi também dizerem: “Mas não há civilização, são incultos, só há camelôs; são todos pobres.”

Quando é permitido a esse povo ter, Ver. João Antonio Dib, crescer nas vertentes daquela pouca água que ali tem a vontade, e a semente brotar, e germinar o verde. O verde da esperança, o verde de um povo. Queremos paz para todos os povos, e aqui, em nome da Casa, em nome de todas as Bancadas, acreditamos que todos os povos têm que ter o seu Estado.

Portanto, povo palestino, como cristã - quero ser testemunha disso, e sei que professam uma forma diferenciada, e eu a respeito, pois estou aqui -, quero dizer que todos nós rezamos e conclamamos a sociedade para que olhem de uma forma diferenciada para esse povo que não está tendo a oportunidade de poder, também, dizer da sua fé, do seu jeito, da sua luta e da sua organização, a vontade que todos nós temos quando clamamos pela liberdade, quando clamamos pela justiça e quando clamamos pela paz.

Quero dizer que, na porta do meu gabinete, há um painel, e se alguém tiver curiosidade, gostaria que fosse até lá, não por ser o meu gabinete, mas lá estampamos o que, talvez, os meios de comunicação não mostraram. Mostramos a dor, o sangue, mas mostramos acima de tudo um povo que não desiste, que corre sangue nas suas veias, que clama pela paz, pela justiça, porque não existe em lugar nenhum do mundo paz sem justiça social. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência queria dizer aos representantes da comunidade palestina do sentimento que toda esta Casa tem da justiça ao povo palestino. É importante a participação dos legítimos representantes da comunidade palestina no Rio Grande do Sul, e todo esse sofrimento, essa dor do povo árabe, sem dúvida alguma, tem a solidariedade da Câmara Municipal de Porto Alegre. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h47min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 14h52min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, em conversa com a maioria das Lideranças da Casa, chegamos à conclusão de que, para o bom andamento dos trabalhos, em função do Orçamento, adentrássemos, de imediato, na Ordem do Dia, preservando quem quiser usar o tempo de Comunicação de Líder, deixando a discussão de Pauta para o final.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência lembra que esta Casa, com muita honra, vai receber, quase que de imediato, a visita do Embaixador da Grécia, que está em Porto Alegre. É importante que preservemos, dentro do espírito do Requerimento do Ver. Sebastião Melo, as Comunicações de Líder.

Lembramos aos Srs. Vereadores que precisamos ingressar nas Comunicações de Líder, porque não há quórum para ingressarmos na Ordem do Dia. Havendo concordância com o Requerimento, a Pauta ficará transposta para após a Ordem do Dia.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, e, muito especialmente todos os que estão presentes nesta Sessão na expectativa da votação do Orçamento do Município de Porto Alegre, com suas justíssimas demandas, quero tratar de dois assuntos neste espaço. O primeiro deles diz respeito a um Pedido de Diligências que fiz e que foi deferido pelo Ver. Elói Guimarães e pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, mesmo por antecipação, antes que o Processo chegasse à CEFOR. A nossa preocupação é de que o art. 51 é claro, ele diz que: quando é feito um Pedido de Diligência, e esse pedido é deferido pelo Presidente da Comissão, suspendem-se os prazos relativos àquele processo. V. Ex.ª deferiu o Pedido de Diligência, eu tenho em mãos esse deferimento, e, no entanto, o Projeto continua correndo na Casa. Nós achamos que isso não está correto, queremos uma posição da Casa sobre isso.

A Procuradoria, a Comissão de Constituição e Justiça, o órgão competente tem que se manifestar. Ou se rasga o Regimento ou é um Pedido de Diligência - eu entendo que é um Pedido de Diligência. Ele foi deferido como Pedido de Diligência e é um Pedido de Diligência que diz respeito à vida do cidadão de Porto Alegre, porque estamos pedindo que seja rodada - e se não quiser rodar que forneça em disquete - uma simulação da planta dos valores venais, fazendo um comparativo daquilo que, hoje, o cidadão paga, e daquilo que amanhã o cidadão vai pagar. A Prefeitura de Porto Alegre diz que é um projeto bom para a Cidade, que é para a melhoria da Cidade, que beneficia a maioria da população de Porto Alegre. Isso é o discurso, mas provem isso, por favor! Se isso for verdadeiro, eu quero dizer que muitas pessoas que, hoje, estão com o voto contrário ao IPTU podem até mudar. Se vão expedir os carnês em janeiro - e nós já estamos entrando em dezembro - este Projeto, se for aprovado, vai ser aprovado no último dia antes do recesso, portanto a quinze dias. Significa que o cálculo está pronto. Se o cálculo está pronto, deve ser mostrado a esta Casa! Deve ser mostrado a esta Casa!

Portanto, Sr. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça e Sr. Presidente da Casa, queremos uma manifestação formal sobre essa matéria, sob pena de amanhã tropeçarmos em outras questões. Pedido de Diligência é uma faculdade do Vereador; ele foi deferido e o Processo continua tramitando na Casa. Eu não gostaria de buscar outros instrumentos para parar o Processo. Eu não vejo por que, se a Prefeitura, em sendo aprovada a lei, teria de mandar os carnês para a casa das pessoas nos primeiros dias de janeiro, por que razão não manda para cá? Alguém disse aqui que é muito papel. Eu fui lá e adendei à petição: por favor, forneça em disquete, em meio eletrônico. O cidadão vai poder vir à Câmara e dizer: “Eu moro na Rua Jacundá nº 732, estou pagando 182, quanto é que eu vou pagar a partir do dia 1º de janeiro? É um direito que o cidadão tem, e é um direito que o Vereador tem, de saber. Então, nós não abrimos mão.

Em segundo lugar, eu fui informado, há pouco, de que o Sr. Piko’s se negou a assinar a intimação para prestar informações à CPI do DEMHAB amanhã. Pois eu quero, Presidente Nereu D’Avila, que V. Ex.ª, como Presidente da Comissão que investiga possíveis irregularidades no DEMHAB, convide a Procuradora para vir a este Plenário e peça que ela faça uma petição, neste momento, dirigida ao Diretor do Foro, para que o Diretor do Foro mande conduzir esse cidadão ao Plenário da Câmara amanhã. Esse cidadão não tem o direito de desrespeitar uma CPI, esse cidadão não está acima da lei, esse cidadão não vai desrespeitar a CPI, e esse cidadão tem “culpa em cartório”, há muita maracutaia lá no Jardim Leopoldina, e ele vai ter de explicar, Ver. Luiz Braz, e vai ter que ser conduzido sob vara. No estado democrático de direito, uma decisão judicial cumpre-se, e a CPI tem poder judicial. Peça autorização do Foro, mande um Oficial de Justiça e mande conduzi-lo.

Portanto, Sr. Presidente, peço que V. Ex.ª fale com a Procuradora da Casa, para que ela, ainda nesta tarde, providencie, no plantão do Foro do Estado, um deferimento para conduzir o Sr. Piko’s amanhã, ao Plenário desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Paulo Brum está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, as minhas saudações às comunidades que nos visitam na tarde de hoje.

No dia 3 de dezembro próximo é comemorado, no mundo inteiro, o Dia Mundial das Pessoas Portadoras de Deficiência. Dando início às comemorações, nós informamos esta Casa e V. Ex.as que nos assistem que estaremos realizando aqui, na Câmara Municipal de Porto Alegre, neste Plenário, no dia primeiro de dezembro, sábado próximo, o primeiro Seminário Nacional sobre Acessibilidade, intitulado “O Brasil para Todos”.

A importância desse Seminário é que nós estaremos trazendo, aqui para o Estado do Rio Grande do Sul, como conferencista, a Dr.ª Ismaelita Maria Alves de Lima, que é a Coordenadora Nacional da CORDE - Coordenação Nacional Para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, que é, em síntese, o órgão nacional responsável pela implementação de políticas públicas de ações que dizem respeito a buscar a plena integração das pessoas portadoras de deficiência junto a nossa sociedade.

Especificamente, o tema a ser tratado é a Lei Federal nº 10.098, que foi sancionada e regulamentada pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, em 19 de dezembro de 2000. Portanto, pela primeira vez na história do País, nós teremos uma dotação orçamentária específica para que os Municípios tratem exatamente da questão da supressão de barreiras, da eliminação de barreiras, e da acessibilidade em nosso País. Nós consideramos de alta relevância o que, sem sombra de dúvida, é um marco na nossa história, na luta das pessoas portadoras de deficiência.

Esse nosso Seminário tem início às 9h e, para a nossa satisfação, nós convidamos o nosso Presidente Ver. Fernando Záchia, que aceitou, e estará abrindo, portanto, esse nosso Seminário, no sábado, aqui na Câmara Municipal. E este convite também é extensivo a todas às Sr.as e aos Srs. Vereadores.

Nós teremos, também, como palestrante, a nossa Deputada Federal Yeda Crusius, que falará sobre o tema "A Inclusão Social Como um Investimento para o País e para as Pessoas Portadoras de Deficiência". Também tivemos a honra de convidar - e ele aceitou o nosso convite - o nosso querido amigo Ver. Guilherme Barbosa, nosso Secretário Municipal de Obras e Viação, que estará também aqui fazendo a sua palestra sobre a questão da acessibilidade no nosso Município, das ações que o Poder Executivo vem fazendo para garantir a plena acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência. Nós também teremos um palestrante que vem da Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e que irá, com uma palestra técnica, falar sobre o Orçamento de 2002, sobre a previsão orçamentária. Pela primeira vez, repito, na história do nosso País, nós teremos, no Orçamento da União, uma dotação orçamentária específica para que os municípios tratem da questão da acessibilidade nos nossos Municípios, garantindo assim o pleno direito de ir e vir, o pleno direito da própria inclusão social das pessoas portadoras de deficiência, em especial daquelas de difícil locomoção, de difícil mobilidade.

Portanto, Sr. Presidente, fica o registro de que nós, no dia 1º de dezembro, estaremos iniciando já as comemorações do Ano Internacional de Luta das Pessoas Portadoras de Deficiência aqui na nossa Capital. Todos, reforço mais uma vez, estão convidados a participar conosco dessa ação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Mesa apregoa e defere:

Requerimento de autoria do Ver. Estilac Xavier, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 90 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 02 aposta ao PLE nº 030/01; Requerimento de autoria do Ver. Estilac Xavier, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 59 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 01 aposta ao PLE nº 029/01; Requerimento de autoria do Ver. Estilac Xavier, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 34 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 35 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 36 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria do Ver. Estilac Xavier, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 37 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 57 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria do Ver. Estilac Xavier, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 60 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria do Ver. Estilac Xavier, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 61 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 62 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 63 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 64 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 66 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 67 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria do Ver. Estilac Xavier, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 68 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 72 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 74 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 91 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 92 aposta ao PLE nº 026/01; Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 03 aposta ao PLE nº 030/01; Requerimento de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 03 aposta ao PLE nº 027/01; Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo, que solicita a votação em destaque da Emenda nº 75 aposta ao PLE nº 026/01.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, nós não imaginávamos que pudéssemos conhecer a extensão, Ver. Luiz Braz, do depoimento contundente do Tesoureiro do PT, Jairo Carneiro. Evidentemente, vamos necessitar de tempo para examinar todo o desdobramento desse documento, dessa fita que veio ao conhecimento público agora. Tentou-se, sob todos os meios, não se dar conhecimento público à fita. Não vamos dizer que seja estranha a decisão do Juiz, absolutamente, não, em conceder liminar no sentido de que não se publicizasse a fita que, evidentemente, por assim dizer, desencadeia todo esse processo que, a cada dia que passa, espanta e surpreende o Rio Grande do Sul e, de resto, o Brasil. Mas há algumas passagens, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, e são muitas, em dados, em minúcias. E dizíamos anteriormente que o Sr. Jairo Carneiro fala a verdade aqui e, lá na frente, mente, quando nega o que tinha afirmado. Outro dia uma revista publicou o fato de carros da Brigada Militar serem levados a oficina do Sr. Jairo Carneiro. O Coronel encarregado, coordenador dessa área, fez uma declaração que tem que entrar no anedotário: “A oficina tal, do Sr. Jairo Carneiro, foi escolhida pelo melhor preço e pela proximidade. Mas nós nos atemos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a um dado extremamente grave, gravíssimo: o PT e o dinheiro da Trevo. Aqui há uma passagem que o então candidato, na Casa do Daniel, com o Sr. Liedermann, que era o Diretor da Trevo, teve a oportunidade de saber das dificuldades, da falência da Trevo, e acertam a coisa ali. Esta dito aqui: ali na casa do Daniel é feito o acerto. Ato contínuo, o empresário Liedermann, dono da Trevo, anuncia o apoio público. Assumem o Governo e socorrem a Trevo. Socorrem a Trevo! Mas afinal, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, era um plano para socorrer empresas, a iminência de falência no Rio Grande do Sul? Não. Não era um programa, não era um plano; era um tratamento individualizado. Lá no final diz o Sr. Jairo Carneiro - é eles deram dinheiro, diz aqui - que a Trevo deu dinheiro antes, recebeu depois; deu dinheiro para campanha e, ali na frente, recebeu dinheiro para não falir.

É um dado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, extremamente complicado. Extremamente complicado, complexo, cheio de interrogações.

É apenas um aspecto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dessa longa fita, dessa longa entrevista produzida pelo Sr. Jairo Carneiro, Tesoureiro do PT. Nós vamos examinar, a conta-gotas, aqui na Câmara, pari passu, todos os itens desta nota, porque a opinião pública, evidentemente, tem que conhecer, em detalhes, o que aconteceu. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, antes de o Ver. João Antonio Dib iniciar seu pronunciamento, gostaria que V. Ex.ª submetesse à Casa, no momento apropriado, um Requerimento nosso no sentido de fazermos uma homenagem póstuma ao Sr. Nelson Marchioro, que foi vítima da enxurrada que a Cidade de Porto Alegre teve e da imprevidência geral, tendo perdido a vida naquela noite trágica, sobre a qual V. Ex.ª bem sabe, pois nós estivemos comentando sobre o assunto.

Para não interromper o Ver. João Antonio Dib, peço que V. Ex.ª, no momento oportuno, submeta à Casa o nosso Requerimento. Aliás, V. Ex.ª tem condições de deferir de plano.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Após o pronunciamento do Ver. João Antonio Dib, em Comunicação de Líder, Ver. Reginaldo Pujol, faremos um minuto de silêncio em memória do Sr. Nelson Marchioro.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, a Administração da Prefeitura, mais uma vez, pretende ser a dona da verdade. Hoje tenta induzir a imprensa dizendo que a chuva da segunda-feira foi a maior chuva dos últimos cinqüenta anos. Não é verdade! É mentira! Raramente eu uso a expressão “mentira”. A Administração da Prefeitura, mais uma vez, mentiu. Na verdade o que a meteorologia informa é que foi a maior chuva, dos últimos cinqüenta anos, no mês de novembro. Eu posso, com toda a tranqüilidade, dizer que, em junho de 1984, a chuva foi muito mais intensa, porque, se duzentas e cinqüenta cocheiras, no Cristal, na segunda-feira, foram alagadas, em junho de 1984, os cavalos saíram nadando das cocheiras, o que fez com que o Presidente da República se dispusesse a ajudar Porto Alegre. Naquele tempo - o tempo do autoritarismo, como dizem alguns desse lado -, tudo se fazia na forma da lei. O Prefeito da oportunidade não teve dúvida nenhuma, decretou emergência na Cidade para que pudesse atender as pessoas atingidas pela inundação. O Prefeito João Dib era muito mais simples. O Prefeito Tarso Fernando dá conhecimento à imprensa das medidas emergenciais, dizendo que deu aos titulares de todos os órgãos autorização para fazer horas extras sem limite, dizendo que autorizou os titulares de todos os órgãos da Prefeitura a comprar os materiais necessários e imediatamente. Isso só poderia ser feito com Decreto de Emergência, isso se chama lei, isso se chama ordem, isso se chama dignidade, isso se chama honestidade e não dono da verdade. Por isso, disse há poucos dias: não são nem repositórios da honra, nem da verdade, porque não tem nenhuma nem outra. A Administração da Prefeitura não tem nem uma coisa nem outra.

Hoje, no programa, eu gostaria de ter ouvido a participação do Diretor do DEP dizendo que vai atender, sim, os moradores que tiveram os seus bairros alagados; que vão atender o Bairro São Geraldo; que vão atender o Clube Juventude, na Rua Silva Jardim, que ficou com um palmo de barro em toda as suas dependências; que vão atender a Igreja Auxiliadora, onde o salão paroquial ficou inundado e tem muito barro lá dentro. Isso é o que eu gostaria que tivessem dito hoje. O que eu ouvi lá foi que, na palavra do Secretário de Obras, o acordo estava rompido, porque a coletividade do Bairro São Geraldo não havia atendido o que a Administração da Prefeitura pretendia. Não foi o que eu gostaria de ouvir. O Prefeito decretou emergência e vai destinar os 200 milhões de reais que estão aplicados no sistema financeiro - e isso está distribuído aí, quem quiser, têm mais cópias -, ou pelo menos parte dele, 50 milhões, para resolver os problemas de alagamento na Cidade. Mas isso não foi o que ouvi hoje. E isso me entristeceu profundamente!

O que se vê aqui é que o DEP, que tinha 18 milhões de reais de orçamento - e precisou suplementar -, para o próximo ano reduz para 13 milhões, o que mostra que não há nenhum interesse com a coletividade porto-alegrense, para problemas que são comuns, mas que aumentaram. Ninguém se iluda de que não aumentaram, porque aumentaram mesmo! O arroio Dilúvio deixou de ser dragado rotineiramente. Jogaram dentro do arroio raízes, sementes, terra, num lodo maravilhoso, que faz lembrar o rio Nilo. Quando o rio Nilo extravasa é um caldo de cultura onde cresce tudo. Então, dentro do arroio Dilúvio em poucos dias cresciam árvores, e o matagal lá estava; e a Prefeitura continuava colecionando dinheiro no sistema financeiro, e não atendendo a coletividade.

Quero que alguém negue os números que distribuí, para que, depois, então, eu diga que o Prefeito mente, que o Secretário da Fazenda mente, porque os números são assinados pelos dois. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Presidente Fernando Záchia já havia deferido o Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol solicitando um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Nelson Marchioro.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, considerando essas catástrofes físicas, eu queria aproveitar esse minuto de silêncio e requerer que ele seja também em memória daquela médica e suas duas filhas que faleceram numa enxurrada há alguns anos.

 

(Faz-se um minuto de silêncio em memória de Nelson Marchioro.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, sob o ponto de vista da população, sob o ponto de vista desta instituição, sob o ponto de vista jurídico, mesmo, nós Câmara, nós CPI, obtivemos uma grande vitória, hoje, porque em primeiro grau o PT, o próprio Diretor do DEMHAB, Carlos Pestana Neto, e depois o Ver. Estilac Xavier e outros Vereadores ingressaram com mandado de segurança para que o Judiciário desse guarida à intempestividade da suspensão dos trabalhos da CPI.

Então, sob o ponto de vista formal, havia essa pretensão. Mas, dos três mandados, dois foram denegados e um, que havia sido favorável ao PT, depois foi reformada a decisão e sendo uniforme a rejeição da liminar do mandado de segurança. Inconformados, o DEMHAB e alguns Vereadores pertencentes ao Governo, adentraram com um Agravo de Instrumento, que foi julgado, nesta manhã, pelo Desembargador Vasco Della Giustina, da 4ª Câmara do Tribunal de Justiça. Ele não encontrou amparo para dar a liminar que, aí sim fulminaria a CPI, visto que estamos perto do fim do ano e lutando para que certas testemunhas fundamentais, como o Sr. “Piko’s”, que, desde o início do ano a imprensa e moradores denunciaram, já depôs na 14ª Delegacia da Polícia Federal e agora nega-se a vir a esta Casa depor.

Então, nós já estamos solicitando à Procuradoria medidas cabíveis à espécie. Estamos festejando, não a vitória pessoal, que não existe, mas a consecução, o prolongamento daquele prazo que estivemos parados, porque, se a Comissão de Constituição de Justiça deu amparo e este Plenário, por 18 votos a 11, deu amparo a que a suspensão fosse válida, porque trata-se de Comissão temporária e, portanto, as Comissões temporárias, não atendidas as diligências, podem suspender os trabalhos.

Agora, o Ver. Marcelo Danéris, de modo próprio, elencou e deu datas que estariam atendidas todas as diligências do Executivo. Não era informação oficial da própria secretaria da CPI do DEMHAB. Só que, como foram muitos documentos, realmente, a confusão se estabeleceu. Mas a intenção clara era a de suspender os trabalhos da CPI, que, agora, o Desembargador Vasco Della Giustina fulminou, não deu a liminar.

Então, agora espera-se o mérito para mais tarde, e o que importa agora é a continuação dos trabalhos e a averiguação das questões.

Existem casos concretos; um, com absoluta certeza de um cidadão chamado Miguel Arcanjo Chaves, que já foi denunciado, está para ser julgado e condenado - eu sou advogado e li os autos -, porque o Ministério Público comprovou e denunciou esse funcionário. Eu quero saber se ele ainda é funcionário? Porque, em julho deste ano, o Sr. Miguel Arcanjo era funcionário ainda do DEMHAB, informações que estão nos autos da CPI. Esse cidadão, por dez meses consecutivos, de junho de 97 a fevereiro de 98, nos postos de arrecadação da Restinga e depois da Vila Santa Rosa, na Rua Bernardino Silveira Amorim e, gravíssimo, depois de tudo isso o advogado do DEMHAB, depondo nos autos, disse que ele ainda estaria no postinho do Jardim Leopoldina. Se isso for verdade, é gravíssimo, porque ele já estava com um inquérito e nesse inquérito houve denúncia com provas de que ele surrupiou dos mutuários, nesses dez meses, cerca de 50 mil reais. Então, isso que eu estou dizendo é absolutamente correto. O Ministério Público tem provas provadas dessa situação desse cidadão. Segundo o depoimento do senhor advogado do DEMHAB, na 18ª Delegacia, no dia 21 de julho deste ano, ele ainda respondia inquérito e ainda não tinha sido afastado.

São essas as questões que estão para serem ainda esclarecidas completamente, que não estão; estão sendo obstruídas por essas tentativas no Judiciário de acabarem com o direito de se verificar a verdade. Mas, graças a Deus, hoje tivemos, como instituição e como averiguação responsável, uma decisão memorável do Desembargador Vasco Della Giustina, da 4ª Câmara do Tribunal de Justiça deste Estado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, quero consignar aqui o meu protesto contra essa maneira autoritária do Governo, que determinou que os representantes da Brigada Militar, que vieram aqui, legitimamente, para apoiar a sua Emenda, deviam retirar-se do Plenário.

Quero deixar aqui registrado o meu protesto contra esse tipo de política ditatorial. Eu gostaria que o Governo tomasse providência em relação aos outros funcionários do Município, que estão aqui dentro pressionando para aprovar emenda!

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Não é regimental o aparte do Ver. Sebastião Melo. Eu quero então uma Questão de Ordem para que se cumpra o Regimento, pois esse aparte é discurso político, não cabe no Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Por isso é que eu abri espaço a V. Ex.ª para também fazer o contraponto. Porém, deixamos consignado que o tempo que o Ver. Sebastião Melo usou não vai ser considerado Questão de Ordem.

A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, queremos saudar a presença da comunidade, os moradores e as lideranças do Bairro São Geraldo, que acompanham os trabalhos nesta tarde, na sua luta legítima em defesa dos recursos públicos para o enfrentamento dos alagamentos naquela região.

Senhoras e senhores, eu queria, no tempo de Liderança do meu Partido, o PPS, me reportar a uma questão específica da área da saúde que diz respeito às mulheres. O alto índice de mortalidade materna no Brasil e em grande maioria dos países do mundo inteiro, tem feito com que organismos internacionais tenham constituído ações específicas na luta contra a mortalidade das mulheres. No caso brasileiro, é importante nós refletirmos que há altíssimos índices de mulheres que morrem no período da gravidez e do pós-parto. No nosso País, a cada duas horas, morre uma mulher, relacionada essa morte à questão da gravidez. Os dados fornecidos pela CPI do Congresso Nacional, que foi instituída para analisar as causas e prevenir a mortalidade materna no Brasil, concluíram que 98% das mulheres, que morrem no período da gravidez e do pós-parto, poderiam estar vivas. Portanto, 98% dessas mortes poderiam ser evitadas. E que medidas, na área da política pública, na área da saúde, deveriam ser implantadas pelo Governo Federal, pelo Governo do Estado, pelos municípios deste País, para enfrentar essa questão de saúde referente às mulheres?

Todos os dados nos indicam que a precariedade da política de saúde, que diz respeito à maioria da população, é o principal fator dessa realidade. É ainda apontado, como fator fundamental, a precariedade da política específica de saúde da mulher. A antecipação das altas hospitalares, pela falta de vagas, ausência de um pré-natal, que deveria ser um direito de todas as mulheres, são as principais causas dessa triste e dramática realidade.

Desde o meu primeiro mandato, tenho trabalhado nesse sentido. Fui autora de um Projeto de Lei, em 1994, que criou em Porto Alegre o Comitê de Prevenção à Morbi e Mortalidade Materna.

Evidentemente, Porto Alegre não está entre os principais municípios brasileiros onde o índice de mortalidade materna é alto. Porém, eu penso que, no momento em que uma análise da área de saúde comprovar que a morte de um ser humano poderia ser evitada, temos de continuar nos reportando a essa realidade e exigindo medida efetivas de enfrentamento a essas circunstâncias.

Ainda sobre essa questão, eu queria relembrar uma discussão que é feita freqüentemente na Comissão de Saúde e também nos debates deste Plenário que é a deficiência dos postos espalhados pelas vilas que desenvolvem as ações primárias. Queria concluir dizendo que, quando a rede primária de saúde de uma realidade conta com uma equipe multidisciplinar, com profissionais em número suficiente e com equipamentos, evidentemente, a qualidade do atendimento é outra, o índice de morbidade cai, e também o índice de mortalidade da população. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Solicito uma atenção especial dos Srs. Vereadores, já que o Ver. Juarez Pinheiro, na Sessão de 26 de novembro, solicitou uma Questão de Ordem para que a Procuradoria se manifestasse a respeito da processualística de emendas para o orçamento. Este é o parecer: (Lê.)

“Vem a esta Procuradoria para manifestação de ordem do Sr. Presidente a respeito da questão relativa à tramitação das leis orçamentárias tendo em vista questionamento apresentado pelo Ver. Juarez Pinheiro na Sessão Plenária de 26 de novembro de 2001.” Este é o Parecer da Procuradora: (Lê.)

“Quando da distribuição da matéria orçamentária para inclusão em Discussão Preliminar de Pauta, a Diretoria Legislativa disponibiliza um cronograma de tramitação, tendo em vista a incidência de prazos orgânicos e regimentais. Esse informativo contém outros dados relacionados ao processo legislativo orçamentário, por definição regimental diferenciado e constante no Capítulo VII - Dos Processos Especiais e dos Procedimentos de Controle do Regimento deste Legislativo. O referido impresso informa os requisitos e o momento para apresentação de emendas populares, de Vereadores e da Comissão de Finanças e Orçamento. Desde a nova ordem constitucional do País, Constituição Federal de 1988, Constituição Estadual de 1989 e Lei Orgânica do Município de Porto Alegre de 1990, a comunidade e o Legislativo passaram a participar da elaboração das peças orçamentárias de forma mais efetiva, inclusive com possibilidade de apresentação de emendas, o que era anteriormente vedado. As informações disponibilizadas pela Diretoria Legislativa são as mesmas desde então, tendo havido apenas alterações regimentais relativas ao número de oradores e tempo de discussão de Pauta, em 1994 e 1999. O questionamento do Ver. Juarez Pinheiro refere-se à aplicação do art. 169 e § 3º do art. 170, aos projetos orçamentários diferentemente da interpretação vigente e embasada no inciso V e no parágrafo único do art. 120, todos do Regimento da Câmara Municipal, onde consta que os projetos somente poderão sofrer emendas no período de Pauta e na Comissão, e que à Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL é facultado, em qualquer fase de tramitação, apresentar emendas, desde que subscritas pela maioria dos seus membros. Esta Procuradoria está de acordo com o cronograma de tramitação da Legislação Orçamentária que a Diretoria Legislativa vem apresentando, tendo em vista a aplicação das normas especiais à matéria.”

Este é o Parecer da Dr.ª Marion, Procuradora desta Casa.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Entendo que a Mesa aprove, e V. Ex.ª está assumindo esta posição como posição da Presidência. Eu respeito isso, mas quero fazer um recurso com base no art. 194, com uma fundamentação, que preciso fazer rapidamente para que ela possa servir, depois, de apreciação pela Comissão de Constituição e Justiça. Quando o Parágrafo Único do art. 120 diz que “à Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL é facultada, em qualquer fase de tramitação da Proposta Orçamentária, apresentar emendas, desde que subscritas pela maioria dos membros da Comissão”, está-se referindo ao período de Pauta e ao período que essa matéria está tramitando na própria Comissão. O fundamento disso, Sr. Presidente, são as disposições do art. 160, § 2º, da Constituição Federal; do art. 152, § 2º, I, da Constituição Estadual, que, pelo princípio da simetria, deve ser recebido pelo Poder Municipal. Tanto a Constituição Federal quanto a Estadual dizem que emendas só podem ser apresentadas na Lei Orçamentária, no Plurianual e na LDO, quando o Projeto se encontra na Comissão. No caso do Congresso, Comissão mista; no caso da Assembléia Legislativa, art. 152, § 2º, na Comissão de Finanças da Assembléia Legislativa. Por fim, Sr. Presidente, as disposições do art. 169 do Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Juarez Pinheiro, não querendo interromper V. Ex.ª, a Diretoria Legislativa informa-me que o Recurso tem de ser feito por escrito. Peço que V. Ex.ª formule o seu Recurso por escrito.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, recorro dessa decisão. Acredito que esse Requerimento não precisa ser por escrito, mas farei em atendimento. Peço para concluir a Questão de Ordem que V. Ex.ª havia-me concedido para dizer que os artigos 169 e 170 impossibilitam que durante a Ordem do Dia sejam apresentadas emendas. Portanto, farei por escrito, mas farei um pedido com efeito não suspensivo, mas apenas devolutivo para que não atrapalhe a votação do Orçamento. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Estamos recebendo, neste momento, o Embaixador da Grécia.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h46min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 15h48min): Estão reabertos os trabalhos.

Esta Casa, com muita honra, recebe o Sr. Embaixador da Grécia no Brasil, Sr. Efstratios Doukas, acompanhado do Sr. Cônsul Honorário da Grécia para a Região Sul, com sede em Curitiba, Sr. Constantino Comninos; e o Presidente da Sociedade Helênica de Porto Alegre, Sr. Pedro Efremides.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional e o Hino da Grécia.

 

(Executa-se o Hino Nacional e o Hino da Grécia.)

 

Esta Casa sente-se honrada pela presença da maior autoridade da Grécia no Brasil, querendo, sem dúvida alguma, cada vez mais, estreitar a relação desses dois países amigos. A Câmara Municipal sente-se honrada por receber a visita do Sr. Embaixador Efstratios Doukas.

Para que se possa fazer a manifestação, em nome da Casa, pedimos que o Ver. João Antonio Dib, que é o Vereador mais antigo, com mais tempo de Casa, e ex-Prefeito da Cidade, faça a saudação em nome do Parlamento Municipal.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eminente Embaixador, é uma honra, para a Casa do Povo de Porto Alegre, recebê-lo em um momento em que nós temos uma Sessão de alta relevância, porque hoje nós vamos votar o Orçamento da Cidade. E, aqui, Sr. Embaixador, estão todos os porto-alegrenses representados, porque os Vereadores são a síntese democrática de todos os cidadãos.

Sr. Embaixador, o seu País tem pouco mais da metade da área do Rio Grande do Sul e tem a mesma população do Rio Grande do Sul e é um excelente parceiro nosso; cerca de 10 milhões de dólares são trocados entre o nosso Rio Grande do Sul e o seu País maravilhoso, que é o berço da civilização ocidental, considerando a filosofia, a literatura e a idéia moderna da democracia. A democracia, realmente, iniciou na Grécia e nós gostaríamos que o mundo vivesse, na plenitude, a sua aula de democracia. A Grécia de Platão, Aristóteles e tantos outros, que atingiu o seu apogeu no século V antes de Cristo, quando Péricles a comandava.

Eu devo ser breve na homenagem que nós lhe prestamos e eu não podia fazê-la de forma melhor do que trazendo um trecho de Os Lusíadas, quando Camões se refere à Grécia. Ele diz: “Ó terras excelentes / Nos costumes, engenhos e ousadia, / Que criastes os peitos eloqüentes / E os juízos da alta fantasia / Com quem tu, clara Grécia, o céu penetras, / E não menos por armas, que por letras.”

Portanto, Sr. Embaixador, receba o nosso carinho, a nossa homenagem, a nossa satisfação por tê-lo, aqui, pois nós temos uma colônia helênica bastante atuante e eu me orgulho, particularmente, de ser amigo de todos eles, de participar de suas festas, das suas solenidades, das suas reuniões na Igreja.

Em nome, então, dos trinta e três Vereadores, eu lhe digo: bem-vindo, saúde e paz! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Sr. Embaixador da Grécia no Brasil, Efstratios Doukas está com a palavra.

 

O SR. EFSTRATIOS DOUKAS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, queridos porto-alegrenses. Para mim é uma honra profunda poder estar aqui nesta Câmara de Vereadores da Cidade que tem uma das histórias democráticas mais sólidas neste País amigo, que é, para nós, os gregos, o Brasil. Eu me sinto muito honrado, muito feliz, porque aqui, entre vocês, eu me encontro no berço verdadeiro da democracia, que foi criada pelos meus antepassados e que encontrava a sua alma exatamente naquela ágora que vocês hoje, aqui, estão representando, com a presença do povo de Porto Alegre, o qual está lutando por suas causas, como estou vendo nos painéis ao redor da sala, e acho que a expressão democrática mais sincera e mais forte é difícil conseguir. (Palmas.)

Eu não sou político, nunca participei de reuniões de representantes do povo, porque eu nunca me candidatei, nunca fui eleito. Mas hoje, entre os senhores todos, eu me sinto muito em casa, sinto-me inspirado e quero expressar a minha grande satisfação por poder estar aqui em Porto Alegre, onde tive a possibilidade de encontros interessantes que resultarão frutíferos, espero, para estreitar relações, para ampliar relações comerciais e acadêmicas. E tudo isso, quando se faz, é em benefício do povo. Pelo bem desse povo é que, tanto os Vereadores, como nós, os funcionários, estamos trabalhando e devemos trabalhar.

Com essas poucas palavras quero agradecer a receptividade que me ofereceram, quero desejar tudo de bom para a Cidade de Porto Alegre e para os porto-alegrenses. Espero, em breve, ter outra oportunidade para voltar e sentir de novo o calor humano que os senhores estão me oferecendo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Agradecemos muito aos senhores, em nome da Casa, em nome de todos os Vereadores, pela presença da comitiva deste País irmão e amigo. E, sem dúvida nenhuma, inspirada, Ver. Elói Guimarães, talvez no berço da democracia, esta Casa possa, da maneira mais democrática, enfrentar os problemas naturais de uma cidade como Porto Alegre.

Agradecemos ao Ex.mo Sr. Embaixador da Grécia no Brasil, Dr. Efstratios Doukas, pela presença, e, se me permite, gostaria de dizer-lhe que se o senhor não é político, imagina se o fosse! Agradecemos também ao Sr. Cônsul Honorário da Grécia para Região Sul, sede em Curitiba, Sr. Constantino Comninos; ao Sr. Presidente da Sociedade Helênica de Porto Alegre, Sr. Pedro Efremides; a todos que o acompanham, a sua comitiva, pelas suas presenças. Queremos deixar registrado o agradecimento da Câmara Municipal em recebê-los. Interrompemos a Sessão por um minuto para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h04min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 16h08min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, público do Canal 16, assistência que veio a esta Casa hoje para acompanhar os trabalhos, funcionários; frase do Presidente da República estampado nos jornais de hoje: “Se a pessoa não consegue produzir, coitada, vai ser professor.” Frase do nosso Presidente da República. Professor, Sociólogo, Presidente da República. A que nível chegou a questão da educação, quem se recorda, o Presidente da República se elegeu apresentando, no seu primeiro mandato, os cinco dedos da mão, um deles era a educação, o outra era a segurança. Pois o mesmo Presidente encaminha um Projeto - e estou falando aqui para uma platéia, sejam bem-vindos, do Orçamento Participativo, Bairro São Geraldo da nossa Cidade - que está alterando a CLT. CLT que é patrimônio da era getulista. Eu não vi ainda, agora, aqui nesta tribuna se manifestarem sobre este assunto! A partir desses acordos, esses convênios que podem ser feitos, as férias podem ser divididas em várias porções durante ao ano. O Fundo de Garantia que é 8% em substituição a multa que é de 40, para demissão não-motivada, que vai a 50, poderá ser reduzida a um percentual acordado. Hora extra, jornada de trabalho de 40 horas pode ser cortado por convenção coletiva, aquelas restrições que têm para as atividades que determinam hora de trabalho e jornada de trabalho menor. E o que vejo aqui, na Câmara de Vereadores? Eu estava lendo aqui, por curiosidade, as fábulas de Esopo, e tem uma fábula que se chama O Lagostim e sua Mãe. (Lê.) “Não andes de lado – dizia a mamãe-lagostim a seu filho -, pára de roçar as costas nas rochas úmidas. Mas, mamãe, aprendi com você: ande direito, que também andarei. Quem quer consertar os outros deve primeiro se consertar”.

E aí, eu vejo, aqui, pessoas querendo dar lição política, ética e moral para o PT. O Partido que nasceu para mudar a história; não melhor do que os outros, mas com fundamento ético e político que modificou a história política deste País. E, por isso, muitos não concordam. Foi da luta política do povo com outros partidos que o PT conseguiu, por exemplo, implantar no País as eleições diretas. Conseguiu, por exemplo, afastar Fernando Collor da Presidência da República. E eu gostaria que os partidos que vêm aqui tentando tirar vantagens dos episódios da CPI, que estão investigados e que vão levar aos tribunais, que pudessem fazer dentro das suas casas aquilo que o PT faz perante os olhos de todo o povo, porque fomos nós que tiramos e denunciamos para a sociedade que havia lá um membro que não merecia; que não tinha condições, nem conduta e nem postura ética para estar no nosso Partido, como era o ex-tesoureiro.

Eu vou entrar aqui em defesa da Brigada Militar que, aliás, me estranha muito o Ver. Elói Guimarães que, há alguns dias, liderou um movimento legítimo em defesa do QG da Brigada Militar, uma luta política contra o Governo, não tinha mérito, na minha opinião, mas era uma luta política. Ele vem aqui e diz que a Brigada... O Ver. Elói Guimarães, como conheço, um homem probo, duvido, mas cometeu a incorreção de questionar a lisura da Brigada Militar, quando contratou, por licitação, por tomada de preços, três cotações que levou a contratar uma empresa que não é aquela que ele falou que é, mas que se fez isso uma mídia em cima. Não tenho por que defender ninguém nesse caso, mas a Brigada Militar agiu dentro da lei.

Chove na segunda-feira o que não tinha chovido há 50 anos e parece que a chuva caiu só sobre Porto Alegre, o resto o Estado todo com problemas; lamentavelmente, uma morte, mas houve uma morte, e o Prefeito daquela época estava responsabilizado? Eu não acredito, não creio nisso. Eu era Secretário de Obras em 1995, quando um menino, infelizmente, foi tragado por um tubo e morreu no arroio Águas Mortas. Não se faz política em cima de pessoas que morrem de uma tragédia como aconteceu naqueles dias.

Esta Casa vai votar a Lei do Orçamento, eu mantenho a proposta para o Bairro São Geraldo, daqui a alguns minutos vamos travar a discussão. O Ver. João Antonio Dib só retirará a sua Emenda se V. Ex.as, respeitosamente, como a todos admiro, como cidadãos da minha Cidade, meus vizinhos, portanto, retirarem essa Emenda autorizando ele. A proposta do Governo está de pé e pode ser assinada. Vamos ao debate, Ver. João Antonio Dib. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, durante um programa que eu ouvia, de manhã cedo, na Rádio Gaúcha, que discutia o problema dos alagamentos, ouvi, também, uma outra notícia que dizia que, infelizmente, aquela chuva que tivemos na segunda-feira tinha feito uma outra vítima. Aquela garotinha que caiu também no arroio Águas Mortas, que não foi dito pelo Ver. Estilac Xavier, que estava hospitalizada, acabou morrendo. Eu moro naquela região, sou do Bairro Glória, eu acompanhei bem de perto os problemas daquela população com a canalização ou parte da canalização do arroio Águas Mortas. Eu vi o descaso da Administração com a população, quando das obras de canalização, eu vi o sofrimento daquelas pessoas, e, de repente, parte das obras foram feitas, outras não foram, parte das pessoas foram removidas e receberam pelas suas casas, outras não, e uma das casas não foi removida, porque ela foi olvidada pelo tal de Orçamento Participativo, que acho que é um grande mal para esta Cidade, nos últimos tempos. Mas essa casa foi praticamente derrubada pelas águas, com a força do arroio Águas Mortas, e esta garota, a Jéssica, não conseguiu se salvar.

Vou explicar por que acho que é um mal para a Cidade: imaginem, os senhores, que para executar esta manutenção na rede de esgotos pluviais da cidade não precisamos de muitos recursos, mas precisamos de alguns recursos. E é preciso que técnicos especializados da Prefeitura possam dizer exatamente como é que vai ser feita esta manutenção da rede. Por incrível que possa parecer, como é o caso do Bairro São Geraldo, passa um ano inteiro e a Prefeitura não aparece para fazer a manutenção da rede. É verdade, ou não é? Um ano inteiro! E querem fazer, agora, medidas de emergência. Onde é que está o Orçamento Participativo que não força o Governo a aplicar os recursos na manutenção da rede? O que quer esta gente do Orçamento Participativo? Fazer obras somente na frente das suas casas, fazer obras desnecessárias para apenas dizer que é participação do povo? Mas, onde é que está a participação do povo, se o Bairro São Geraldo se une para fazer com que realmente haja a participação do povo, e vejo a Liderança do PT vir para esta tribuna ameaçar o Bairro São Geraldo, dizendo que eles têm que retirar a emenda, que têm que pedir para o Ver. João Antonio Dib retirar a emenda, porque negocia do jeito que o PT quer ou a população não tem nada. O dinheiro é dinheiro público, não é dinheiro dessa gente que participa do Orçamento Participativo, é dinheiro de toda cidade, e esse dinheiro tem que ser bem aplicado, tem de ser aplicado de maneira racional. Temos de, simplesmente, no caso de chuvas, primeiramente fazer a manutenção da rede pluvial da Cidade. Sem que essa providência seja tomada, nós nunca saberemos quais são, realmente, as obras necessárias à Cidade para equacionarmos o problema dos alagamentos e das enchentes. Nada disso é feito! O que é feito é simplesmente aquelas obras... Já me disseram, Ver. João Dib, que foi o Orçamento Participativo que definiu a III Perimetral. Coisa nenhuma! É dinheiro que o Município vai começar a pagar daqui a cinco anos, e que vai custar a cada cidadão. Cada cidadão desta Cidade vai pagar pela III Perimetral, e aquele trajeto já estava definido há muitos anos. O Ver. João Dib e os Vereadores mais antigos da Cidade, as administrações mais antigas da Cidade já sabem disso, e a propaganda que surge é que é o Orçamento Participativo que decidiu.

E o dinheiro da propaganda? Oito milhões vão ser gastos, e está para ser aprovado nesta Casa; 8 milhões em propaganda, e nega-se, às vezes, 200 mil reais para se fazer a limpeza de uma rede de esgoto. Mas 8 milhões para jogar na RBS, na Bandeirantes, nas emissoras de comunicações para que eles não ataquem a Administração Popular, esses podem ser gastos à vontade! Eu não vi um só militante desse Orçamento Participativo que dissesse que é muito dinheiro para propaganda, porque eles falam na televisão, falam no rádio, e gostam disso. É por isso que eles não são contra esses 8 milhões.

Eu voto contra, assim como vou votar contra o IPTU progressivo, que mais uma vez vai roubar o povo desta Cidade. Eu voto contra! Eu quero ver coerência, e peço para o Bairro São Geraldo que não retire a sua Emenda; vamos lutar para aprovar essa Emenda, porque o dinheiro é do povo, o dinheiro é do Orçamento e tem de ser bem gasto. O que a população do Bairro São Geraldo pede é apenas justiça, justiça tributária; que o dinheiro que é arrecadado seja gasto de maneira eficiente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria de requerer que o Ver. Luiz Braz retirasse as palavras desrespeitosas do seu discurso, quando ele se referiu aos cidadãos aqui como “essa gente” de uma forma desrespeitosa.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Vereador, no seu discurso, é livre para fazer seu pronunciamento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu jamais vou me dirigir a qualquer segmento popular de forma desrespeitosa. As pessoas já me conhecem há muito tempo. Eu estou dizendo: jamais. Se “essa gente” é uma forma desrespeitosa na opinião da Ver.ª Sofia Cavedon, eu acredito que deve consultar mais dicionários. Eu posso pedir que a Ver.ª Sofia Cavedon troque “essa gente” por um sinônimo que ela acredita mais adequado. Quando eu digo “essa gente”, eu não digo de maneira desrespeitosa e, de repente, no dicionário, a Ver.ª Sofia Cavedon pode encontrar respostas melhores para essa Questão de Ordem que ela faz, Sr. Presidente. Mas não é desrespeitoso, em hora nenhuma, quando me dirijo à população.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ainda sobre o mesmo assunto, Ver.ª Sofia Cavedon?

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, eu vou considerar isso um pedido de desculpas, porque o tom foi desrespeitoso. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Se assim satisfaz ambas as partes, ficamos todos muito bem.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Sr.as Vereadores e Srs. Vereadores, apregoamos a Subemenda nº 01 à Emenda nº 57, de autoria do Ver. Beto Moesch subscrita pelos demais Vereadores da CEFOR, aposta ao PLE nº 026/01.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro seja alterada a ordem dos trabalhos. Em primeiro lugar, o Requerimento nº 268/01, após a apreciação dos seguintes Projetos: PLL nº 102/01, PLL nº 259/01, PLL nº 200/01, PLE nº 016/01, PR nº 082/01, PLE nº 027/01, PLE nº 028/01, PLE nº 030/01, PLE nº 029/01, PLE nº 026/01.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereadora, posso agregar o PLL nº 158/01? Eu havia conversado com V. Ex.ª na Sessão passada.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sim, após o PLE nº 026/01.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação Requerimento de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, com o adendo do PLL 158/01. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero-me manifestar violentamente contra. Por anos e anos eu tenho dito que não deve ser alterada a Ordem do Dia. Agora, eu acho um absurdo, num dia que tem Orçamento para ser votado, votar Requerimento! Isso é um desrespeito para aqueles Vereadores que têm presença constante neste Plenário! Eu não posso admitir que isso esteja ocorrendo nesta Casa! Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com os votos contrários dos Ver. João Carlos Nedel e do Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Requeiro verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): (Após a apuração.) APROVADO, por 17 votos SIM e 06 votos NÃO.

Em votação o Requerimento nº 268/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com o voto contrário do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, eu queria falar.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereador, já está votado.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, eu só queria justificar o meu voto, porque eu havia entrado com um pedido para homenagear Synval Guazzelli com o novo Aeroporto Internacional Salgado Filho, e disseram-me que não podia. Como é que pode para o Deputado Federal Proença? Sou contra exatamente por isso. Não se pode tirar Salgado Filho para colocar Synval Guazzelli, foi o que me disseram.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): APROVADO, contra o voto do Ver. Haroldo de Souza.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3951/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 102/01, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Luiz Fernando Cirne Lima.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 102/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) (Após a apuração.) APROVADO por 26 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3850/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 259/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Luiz Carlos Lopes Madeira.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 259/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) (Após a apuração.) APROVADO por 26 votos SIM.

 

VOTAÇÃO NOMINAL

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2987/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 200/01, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Bernard Cassen.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- declarada nula a votação realizada em 21/11/01, face à inexistência de quórum;

- adiada a votação por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 200/01. (Pausa.) (Após a apuração.) REJEITADO por 20 votos SIM, 04 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Quero dizer, em primeiro lugar, que nós temos Vereadores no Plenário que não estão votando. Em segundo lugar, esta Casa, como uma Casa democrática, deveria refletir melhor sobre os seus atos. Cada um deveria ter o direito de homenagear os seus, porque nós somos representantes da população de Porto Alegre. Eu gostaria que os Vereadores fizessem uma reflexão em relação a isso.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Não estamos considerando o tempo cedido a V. Ex.ª como registro. Não, está fora do Regimento.

 

(O Ver. Isaac Ainhorn solicita, fora do microfone, a oportunidade de votar.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Isaac Ainhorn, V. Ex.ª não pode mais votar por estar encerrada a votação.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2496/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/01, que autoriza a dação em pagamento dos imóveis, próprios municipais, localizados na Rua Cabral, parte de um todo maior, e Travessa Pesqueiros, lado ímpar, na desapropriação amigável da área correspondente ao Parque Natural Morro do Osso, instituído pela Lei n.º 8.155/98. Com Mensagem Retificativa.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto e da Mensagem Retificativa.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM;

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 016/01, com Mensagem Retificativa. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação a Mensagem Retificativa ao PLE nº 016/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 3609/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 082/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que altera o inciso II do art. 68 do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (tempo de duração/CPI)

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 126, § 1º, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 082/01. Não havendo quem queira discutir, encerrada a discussão.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3739/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 027/01, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Limpeza Urbana para o exercício econômico-financeiro de 2002. Com Mensagem Retificativa e Emendas nºs 01 a 03.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto e da Mensagem Retificativa e pela rejeição das Emendas nºs 01 e 02.

 

Observações:

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento nesse sentido, subscrito por um terço dos membros da Casa – Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- somente Emendas subscritas pela maioria dos membros da CEFOR são admitidas nesta fase - Art. 120, Parágrafo único, do Regimento;

- para aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 027/01. (Pausa.)

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, há uma dúvida que surge todos os anos. Nós estamos votando o Orçamento de uma Autarquia que recebe repasses da Centralizada antes de votarmos o Orçamento da Centralizada. É uma falha que cometemos todos os anos e que estamos cometendo mais uma vez neste ano. Eu acredito que o primeiro Orçamento a ser votado aqui não deva ser o do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, porque este recebe verbas da Centralizada. Em primeiro lugar, temos de votar a Centralizada e depois votarmos as autarquias.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Luiz Braz, respondendo à Questão de Ordem de V. Ex.ª, na reunião de Mesa e Lideranças, ficou assim definido - inclusive o Líder da sua Bancada estava presente - que iríamos, em primeiro lugar, até para apressar a ordem de votação, iniciarmos pelas autarquias, visto que, segundo a compreensão dos próprios Vereadores, é mais fácil votar o Orçamento das autarquias do que votar, propriamente, o Orçamento da Centralizada. Foi uma decisão tomada na reunião de Mesa, com a presença das Lideranças das Bancadas que têm assento nesta Casa. Perfeito, Vereador? Mesmo entendendo a discordância de V. Ex.ª.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu vejo que o Batista está distribuindo o expediente. Peço que V. Ex.ª suspenda os trabalhos por, pelo menos, 2 minutos, porque é impossível votar o Orçamento, se o estamos recebendo, neste momento. Então, não temos condições de acompanhar os trabalhos. Peço que V. Ex.ª suspenda a Sessão por 2 minutos, para que nós possamos saber o que estamos votando. Porque só agora estamos recebendo de forma organizada.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, no que diz respeito à votação do Orçamento, foi combinado, pela Mesa Diretora, a seguinte ordem: nós começaríamos hoje votando as autarquias - e dentre elas eu desconheço exatamente a ordem, mas a primeira parece que é o DMAE e a última é o DEMHAB -, e extinguiríamos hoje o processo de discussão, o que possibilita organizar emendas, retirar emendas e ter a orientação da DL sobre todo procedimento da Centralizada, na sexta-feira, sob pena de inviabilização dos prazos. Não há muita margem de manobra para nós trabalharmos, a não ser nessa ordem.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Sebastião Melo, o que está sendo distribuído, neste instante, é o Orçamento da Centralizada. Nós estamos votando a autarquia DMLU. O Projeto será votado com as Emendas, com o Parecer pela aprovação, nos termos do art. 120 do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Orientação de votação: primeiramente, nós iremos votar o Projeto e a Mensagem Retificativa, juntos. Temos uma Emenda de nº 03, que foi destacada. Então, esta Emenda será votada. As Emendas nº 01 e nº 02 tiveram o Parecer pela rejeição, portanto, elas já estão rejeitadas.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 027/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ouvi, Sr. Presidente, V. Ex.ª informar que o Projeto tem uma Mensagem Retificativa e duas Emendas e que estas Emendas têm pareceres contrários e, como tal, estariam automaticamente derrotadas.

Eu não entendo exatamente desta forma, Sr. Presidente; eu acho que, ainda que com Parecer contrário, uma vez que estas Emendas possam ser destacadas, o Plenário pode modificar esta situação. Eu até gostaria, antes de encerrar esta discussão, de ver esclarecido este fato, porque é muito importante, na nossa tomada de posição, sabermos se, ao votar o Projeto, nós estamos perdendo ou não a possibilidade de apreciarmos as Emendas que aqui foram apresentadas, uma delas pelo Ver. Haroldo de Souza, a Emenda nº 03; a Emenda nº 02, também pelo Ver. Haroldo de Souza, e a Emenda nº 01 pelo Ver. Sebastião Melo. Essas Emendas, segundo a informação que nos dá a Presidência na leitura que faz da forma pela qual nós iremos enfrentar este Projeto de Lei, informa ele que a Comissão de Finanças opinou pela aprovação do Projeto com a redação dada pela sua Mensagem Retificativa, e pela rejeição das Emendas nº 1 e nº 2. No meu entendimento, silenciou sobre a Emenda nº 03, sobre que não há parecer, e a Emenda nº 03, foi intempestivamente apresentada, pelo o que me é dado a observar. Como eu vejo assinaturas dos quatro Vereadores que compõem a Comissão, eu pressuponho que esta Emenda esteja aprovada, esta Emenda que pretende passar 200 mil reais da publicidade do DMLU...

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, eu me inscrevo e passo o meu tempo para V. Ex.ª. Quero informar-lhe que nós estamos já providenciando no destaque dessas Emendas, a fim de que possamos discuti-las de uma forma melhor.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Perfeito. Eu agradeço a V. Ex.ª. Se vai ocorrer o destaque das Emendas, a discussão do Projeto fica mais simplificada, uma vez que o Projeto repete praticamente os números dos exercícios anteriores. Eu tenho, sempre que se encaminha o Orçamento do DMLU, vindo à tribuna para salientar que normalmente se subestimam os recursos para essa autarquia, autarquia que cuida da limpeza urbana no Município de Porto Alegre, e que, vejam bem os senhores, com esta subestimação, força que cedo, muito cedo, esta Casa se tenha que debruçar sobre as suplementações orçamentárias. É lógico que nenhum Vereador seria irresponsável a ponto de querer negar recursos para que a autarquia que cuida da limpeza urbana de Porto Alegre não funcionasse. A discussão, quando muito, Sr. Presidente, se prenderia a esse aspecto. Eu lamento que o Ver. João Antonio Dib neste exato momento não esteja no Plenário, porque ele sabe que eu tenho, sistematicamente, expressado esta posição. Aliás, um trecho do seu Parecer diz exatamente o seguinte: “Item b - No quadro comparativo das despesas, segundo as categorias econômicas, ficam excluídos da série estatística as despesas de custeio, transferências correntes, pessoal e encargos sociais, juros e encargo da dívida, outras despesas correntes, investimentos, inversões financeiras, transferências de capital e amortização da dívida. Ocorre que, pela Portaria Interministerial nº 163, de 04-05-2001, as categorias econômicas passam a ser somente despesas correntes e despesas de capital.” Diz, mais adiante, o Ver. João Antonio Dib, no seu Parecer: “O quadro demonstrativo da receita e despesas, segundo as categorias econômicas, deve ser retirado da proposta orçamentária, a exemplo do que foi feito na Administração Direta. Tendo em vista que, com a exclusão das transferências intragovernamentais, pela legislação federal, o quadro fica prejudicado para a análise, haja vista que sua finalidade precípua é demonstrar os financiamento do déficit e/ou superávit do Orçamento corrente de capital. No quadro sumário geral da receita, por fontes, e da despesa por funções de Governo, fica excluído, por constar indevidamente, o déficit orçamentário corrente, no valor de 33 milhões...”

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Reginaldo Pujol, o Ver. Luiz Braz se inscreve e cede o seu tempo a V. Ex.ª V. Ex.ª tem mais 5 minutos.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Ex.ª e ao Ver. Luiz Braz. Eu estou aqui, lendo este relatório que diz: “...dessa forma o total geral das receitas fica 34 milhões, 764 mil. A diferença entre a receita e a despesa será coberta por receita da Administração Centralizada.” Vejam bem, na expressão anterior diz “no quadro sumário geral da receita, por fontes, e da despesa por funções do Governo fica excluído, por constar indevidamente, o déficit orçamentário corrente no valor de 33 milhões, 950 mil, 809 reais e 64 centavos. O anexo II da Lei Federal nº 4.320, de 64, Portaria nº 08/85, adendo 3, receita, fica alterado. A razão da alteração está no fato de que a especificação da receita foi feita em desacordo com a padronização da receita efetuada pela Secretaria Municipal da Fazenda, em conformidade com a Portaria nº 163, de 4 de maio de 2001, do Governo Federal. Assim, principalmente no que concerne aos desdobramentos das fontes de receita, todos os códigos e nomes deverão ser idênticos, a fim de facilitar a consolidação da receita da Administração Direta com a Indireta para prestação de contas ao Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul e a população em geral.”

Depois dessas análises, o Vereador esclarece o seguinte: “Como consta a Mensagem Retificativa objetiva a correção dos erros e um aperfeiçoamento de natureza técnica, à luz da legislação vigente a qual sofreu profundas alterações no último ano, fundamentalmente, como mencionei em decorrência da Portaria interministerial nº 163/01, bem como do art. 100 da Carta Federal, no atinente aos precatórios. Nesses aspectos não há maiores considerações a serem produzidas, sendo recomendável a sua aprovação. No entanto, quanto à Emenda nº 01, embora louvável a pretensão do autor facilitar a função de fiscalização do Poder Legislativo, a alteração proposta não tem como prosperar, haja vista a sua incompatibilidade com a LDO, já aprovada por esta Casa, sancionada e publicada pelo Poder Executivo. Como se sabe, diante das normas e das regras constitucionais e legais, referentes à elaboração das Leis Orçamentárias, devem ser observadas restrições e compatibilização entre as mesmas. Sem dúvida, a base constitucional dos orçamentos públicos municipais, assinalados no processo legislativo específico, cuidam os artigos 165 a 169 da Constituição Federal.”

Adiante vai o Vereador para justificar a sua posição contrária à Emenda nº 01. É uma discussão Sr. Presidente que acho que tem de merecer uma discussão à parte. Por isso, estou satisfeito que o Ver. Luiz Braz, diligentemente já tenha providenciado o destaque dessas Emendas, 01, 02 e 03, o que permitirá discutir em separado essa matéria, porque ao final o Ver. João Antonio Dib, após toda a sua análise, conclui dizendo que: “Em que pese o nobre objetivo da Emenda nº 02, a qual retira recursos do DMLU e os recoloca na FASC, a mesma há de ser rejeitada, já que como se verifica retira mais da metade da dotação para a publicidade daquele órgão. Tal procedimento prejudicará, sem dúvida, a publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas do órgão público em questão, todos com caráter ‘educativo, informativo ou de orientação social’ como permite e dispõe o § 1º do art. 37 da Carta Federal. Diante do que somos pela aprovação do Projeto com a redação dada por sua Mensagem Retificativa e pela rejeição das Emendas nº 01 e 02.” É o Parecer do Ver. Carlos Alberto Garcia que teve restrições do Ver. Antonio Hohlfeldt, do Ver. Ervino Besson e do Ver. João Antonio Dib. Então a maioria da Comissão ofereceu restrições e eu gostaria de, no encaminhamento dessa discussão, Ver. João Antonio Dib - eu até disse que lamentava que V. Ex.ª não estivesse presente -, saber onde é que estão essas restrições, se são as mesmas que me aparecem ou se são algumas outras, que sejam oportunas na discussão dessa matéria, sendo bem colocadas para que nós saibamos que o Parecer que propõe aprovação teve uma aprovação na Comissão de Finanças e Orçamento mitigada, porque teve três votos que o apoiavam com restrições, e a Casa precisa saber quais são essas restrições para, em cima desse conhecimento, Ver. Nereu D’Avila, decidir com a segurança que a deliberação de uma matéria dessa ordem está a nos impor. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 027/01.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós estamos discutindo o Orçamento do Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Acho um pouco estranho que, quando se discute o Orçamento do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, a preocupação tenha recaído tal qual se fez no conjunto dos outros processos orçamentários da Administração Direta e Indireta sobre a questão da publicidade, gastos com propaganda. Se há um lugar em que Porto Alegre poderia e até deveria gastar mais com publicidade, eu poderia chamar também de propaganda, porque na questão da educação ambiental muitas vezes esses dois conceitos podem até se confundir, confluem, portanto, para o princípio de colocar para a população de Porto alegre o que é preciso fazer e como fazer. Por exemplo, diante da intempérie de segunda-feira - gravíssima intempérie -, o que a gente verificou, em muitos lugares, era o lixo que tapava as bocas-de-lobo, porque era o horário de colocá-lo para a rua e muitas vezes foram colocados antecipadamente, talvez alguns minutos, por algum descuido, por alguma questão mal-orientada e que trouxe mais transtornos, não, que não fossem ocorrer, mas trouxe mais transtornos.

Será, Ver. Beto Moesch, que o recolhimento do lixo reciclado é aquilo que nós esperávamos para Porto Alegre? É claro que nós esperávamos muito mais. Agora, pergunto: no último período tivemos condições de fazer campanhas educativas? Tivemos, limitadamente. Agora querem tirar o grosso do dinheiro que nós precisamos para o investimento, para alertar a população. Ontem, inclusive, o Ver. Beto Moesch e eu tivemos uma reunião com cinqüenta pessoas aqui na Casa e qual era a discussão? Que o DMLU está perdendo a batalha para os carroceiros, no recolhimento do lixo! Como nós vamos tratar dessa questão? Como nós vamos fazer com que a população tenha uma educação ambiental? Nós temos que ir de escola em escola, distribuir folheto em cada esquina. Não é simplesmente colocar uma publicidade na televisão. Não é isso. Vários materiais que o DMLU fez, podem fazer muitas críticas a nós, mas, convenhamos, é preciso reconhecer também o que se faz certo! Eu vi, eu observei que do dia 26 de setembro até agora há, por parte de algumas pessoas, má vontade nesse debate. Há contradições? Sim, há inúmeras contradições. Mas aqui não pode haver contradição. Aqui não pode ter esse debate sobre esse tema, porque nós precisamos exatamente disso. A questão do lixo não é contratar mais pessoas para recolher lixo; a questão fundamental é educar a população, desde a escola, Ver.ª Sofia Cavedon. E para isso nós precisamos desse aporte do DMLU para que cada um cuide, porque nós cidadãos estamos, a cada dia, produzindo mais e mais lixo. Se nós tivermos um processo cada vez mais educativo, e para isso nós precisamos de propaganda, publicidade, investimento, Ver. Ervino Besson, para chegar em cada canto, inclusive lá nos rincões da zona Sul. Se há uma coisa com a qual não podemos concordar é com essa proposição de mudança, nesse caso específico do DMLU.

Ver. João Carlos Nedel, nós discutimos muitas vezes que a taxa de lixo é cara, nós sabemos, V. Ex.ª sabe que estamos dispostos a discutir com alguns setores, como, por exemplo, com as garagens do Centro, uma modificação para baixar o preço. Agora, convenhamos, não é possível baixar num lugar e, nesse mesmo lugar, tirar mais; essa conta não fecha. Nesse caso, a proposição está equivocada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência apregoa o recebimento de Requerimento solicitando destaque às Emendas nº 01, nº 02 e nº 03 apostas ao PLE nº 027/01, de autoria do Ver. Luiz Braz e outros. Apregoamos também o recebimento de Requerimento para ser incluído na Ordem do Dia.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 027/01.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós começamos o Orçamento - creio que o Ver. Luiz Braz levantou uma preliminar importante. Nós pestanejamos coletivamente nesta questão. Acho que primeiro deveríamos votar o Orçamento da Administração Direta e, depois, votar o da Indireta, mas começamos pelo inverso. Portanto, acho que não podemos mais cometer esta falha em outras votações.

É evidente que estamos frente ao nosso Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Confesso que iria encaminhar apenas uma emenda, que é da nossa autoria, mas, quando vi o Ver. Adeli Sell discorrendo sobre a questão da verba de propaganda, quero dizer que me somo, subscrevo o que o Ver. Adeli Sell acabou de falar da tribuna. Mas este Governo é um Governo que tem uma prática diferente do discurso, é como o quero-quero: canta de um lado e bota o ovo do outro. Porque, na verdade, o que não falta neste Governo é dinheiro para propaganda. Olha, eu tenho andado por este Rio Grande e por este Brasil afora, em Governos neoliberais, de centro, de centro-esquerda, para este Governo de Porto Alegre pode faltar dinheiro para qualquer outra coisa, mas para propaganda não falta, principalmente para divulgar o asfalto.

Quero fazer um apelo ao Ver. Adeli Sell, que é governista, que o Governo, ao mandar o Orçamento, mandasse - e quero votar com muito gosto - verbas de propaganda para educar o povo. Mas, não verbas de propaganda para pensar na próxima eleição. Para educar o povo pode mandar verba para cá, que vamos assinar e votar favorável, mas verba de publicidade, pensando não no futuro da Cidade, mas na próxima eleição, não. Porque o DMLU alardeia que faz um bom serviço na Cidade, e, ao discutir este Orçamento, não posso deixar de ratificar aquilo que já disse, de que sei do esforço do DMLU, mas está cheio de bolsões, de focos de lixo nesta Cidade, nas vilas populares e nos valões. E dou exemplos: vou aqui no Mato Sampaio, atrás do Centro Gaúcho de Esportes, num terreno da ULBRA, são algumas toneladas de lixo aos olhos de milhares de crianças que estudam no colégio ao lado. Eu saio dali, vou atrás do Big da Sertório e olho para a Vila Dique e vejo o estuário de bolsões de lixo nesta Cidade. Eu saio de lá e venho para a Correia Lima e encontro a mesma coisa. Assim, eu poderia fazer o roteiro do lixo; aliás, estamos contribuindo com a Cidade, porque criamos o disque-lixão no gabinete, e até hoje são dezessete ligações, dezessete encaminhamentos para o DMLU, que não tem cumprido a lei, porque terreno baldio, seja público ou privado, tem de ser cercado, tem de ser murado. Ao discutir a proposta do DMLU, eu não posso deixar de colocar como pano de fundo que tem de mudar essa lógica quero-quero; tem de sair menos dinheiro para a propaganda e para o asfalto e vir para a educação.

Eu acharia belíssimo, Ver.ª Sofia Cavedon, se nós pudéssemos fazer brigadas voluntárias, em parceria com o Poder Público, investindo pesado na educação, nos colégios municipais, na questão da educação ambiental, que também passa pelo recolhimento do lixo. Eu não vejo isso! Pelo contrário; eu vejo o enfoque da propaganda da Prefeitura no asfalto, porque com o asfalto estão sempre pensando na próxima eleição.

Então Sr. Presidente, vou voltar a falar sobre a emenda de nossa autoria em momento oportuno. Mas devo dizer que este tema é palpitante, é importante e não poderia deixar de fazer esse depoimento neste momento de discussão do Orçamento da descentralizada do Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, quando estava no exercício da Presidência o nobre Ver. Paulo Brum, este Vereador fez uma Questão de Ordem no sentido de uma decisão da Mesa, com fundamento no art. 194, quanto à impossibilidade da apresentação de emendas após a análise da CEFOR. O Ver. Paulo Brum admoestou este Vereador no sentido de que deveria ser feito por escrito com fundamento no art. 194. Este Vereador tem a interpretação de que não há a necessidade de ser por escrito, porque não está entre as letras “g” e “k” do art. 94 do Regimento, mas mesmo assim o fez, acatando a orientação da Mesa. Queremos dizer, Sr. Presidente que, para não trazer prejuízos à votação dos projetos orçamentários da Administração Direta e Indireta, nós não estamos pedindo efeito suspensivo no nosso Requerimento, apenas possibilitando que a Comissão de Constituição e Justiça possa orientar para que o Plenário, posteriormente, vote o recurso deste Vereador, que se fundamenta, Sr. Presidente, no fato de que o parágrafo único do art. 120, de forma alguma, revoga o disposto no art. 169 do Regimento, que trata da apresentação de emendas durante a Ordem do Dia. De outra parte, fere, claramente, as disposições no art. 166, § 2º, e no art. 152, § 2º, da Constituição Federal. Tanto no Congresso Nacional como na Assembléia Legislativa, depois de apreciado pela Comissão, que corresponde a nossa CEFOR, não é mais possível a apresentação de emendas. Este Vereador entende que o princípio da simetria, numa matéria dessa qualidade, deve ser observado.

Repito, agradecendo ao Sr. Presidente, para não trazer prejuízo à votação e não causar embaraços, este Vereador deixa de pedir o efeito suspensivo ao Presidente e que, apenas, se encaminhe à Comissão de Constituição e Justiça, e que, para o ano que vem, possamos resolver o equívoco, Sr. Presidente, que não é deste ano. Há vários anos, esta Casa, a juízo deste Vereador, comete esse equívoco.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência recebe e enfatiza a ação do Ver. Paulo Brum, no momento da presidência, seguindo rigorosamente o que determina o Regimento no seu art. 99, § 1º, que o recurso deverá ser feito por escrito. Esse foi o entendimento e o Ver. Juarez Pinheiro, prudentemente, trouxe por escrito.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, a justificativa do Ver. Juarez Pinheiro é, a meu ver, uma discussão acadêmica que pode, sim, ser feita. Este é o quinto ano em que o Ver. Juarez Pinheiro vota nessas condições. Na Câmara Federal e na Assembléia Legislativa há uma Comissão específica para receber, é só uma Comissão. Aqui, nós passamos na Comissão de Constituição e Justiça, na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, então, não é a mesma coisa. Academicamente, eu penso que, para o futuro, sim, pode ser discutida e, talvez, melhorada a votação dos Orçamentos. Agora, nesse momento, eu penso que não há nada a fazer.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O objetivo do Ver. Juarez Pinheiro é que nós possamos amadurecer essa discussão pensando no futuro desta Casa.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, com toda certeza, o Ver. Paulo Brum agiu perfeitamente quando estava encaminhando essa matéria. Uma coisa é a tramitação do Projeto no Congresso Nacional. Outra coisa é na Assembléia e outra coisa é aqui. Vale exatamente as regras que nós estabelecemos aqui no Município. Não é uma regra gral essa estabelecida lá no Congresso Nacional, e o Projeto da forma como tramita lá tem de tramitar aqui, até porque, as Comissões de lá agem de uma forma diferente, as decisões das Comissões da Câmara Federal, são decisões completamente diferentes. Lá, por exemplo, a Comissão de Justiça é praticamente peremptória, aquilo que ela vota praticamente já está deferido para anular o processo ou então para fazer com que o processo continue tramitando. Aqui, não. Aqui a Comissão de Justiça é apenas orientadora, assim como também na Comissão de Orçamento, quando este é votado aqui, a tramitação do Orçamento também se faz de uma forma diferenciada e isso não está de forma nenhuma ferindo as regras da Constituição. Com toda a certeza agiu muito bem o Ver. Paulo Brum. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 027/01.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, também falo do Orçamento do DMLU, porque, às vezes, parece ser, num olhar rápido ou no senso comum, parece meio lógico. “Vamos tirar da publicidade; vamos colocar em questões mais relevantes, mais necessárias e mais urgentes”. No entanto, veremos com cuidado que colocamos dinheiro fora se não trabalharmos informando à população, principalmente, a respeito de limpeza urbana. Eu diria em todas as áreas, como a educação, na assistência social, etc.

Se nós, Ver. Haroldo de Souza, não dissermos para as pessoas que dar esmolas nas esquinas sedimenta as crianças nas esquinas, nós não vamos ter efetividade no programa social para tirarmos as crianças das esquinas.

Então, se não falarmos isso, não chegaremos ao nosso intento. Podemos colocar o dinheiro que quisermos na criança e no adolescente.

Voltamos ao DMLU. Hoje, pela manhã, eu escutava um opositor ferrenho do Partido dos Trabalhadores e da Frente Popular comentando a pesquisa de qualidade de vida. Ele se espantava por Porto Alegre ser a Capital da qualidade de vida, mas que não tinha segurança e segurança não conta para a qualidade de vida? E, ao comentar das enchentes e do aguaceiro em Porto Alegre, o que disse ele? E, olha, opositor ferrenho: “As grandes cidades do Primeiro Mundo também alagam como Porto Alegre. A diferença aqui é a quantidade de lixo que apareceu no alagamento”. A diferença que ele notou em Porto Alegre é essa, que apareceu muito lixo. E nós sabemos que estamos muito longe de ter uma população que tem consciência e que contribui para a nossa Cidade não amontoar lixo, não poluir os rios.

Nós temos em Porto Alegre já uma bela estrutura, uma bela política de limpeza urbana. Nós não temos mais lixões, temos aterros sanitários. Todo o lixo recolhido é enterrado imediatamente em lugar preparado, com o tratamento do líquido, com o tratamento dos gases. Nós temos galpões de reciclagem, temos trabalho de conscientização. Mas, aí eu quero entrar na história da efetividade da conscientização, porque temos o “Bota Fora”, temos inúmeros programas. Fazemos lá junto às escolas, à comunidade, mas é aquela cartilhazinha, aquele de mão em mão, de escola em escola. E para ter efetividade, nós tínhamos que estar na televisão. E como é que põe trabalho na televisão para explicar, inclusive, para nós, da classe média, que não vai para o meio-fio, que não dá para varrer para o meio-fio? E eu passo na rua e as pessoas estão varrendo, varrem a sua calçada e jogam no meio-fio. Aí, dá aguaceiro, enchem as bocas-de-lobo, e aí, haja manutenção!

Então, nós tínhamos que estar constantemente na televisão falando isso para as pessoas. Falando com as pessoas que, se elas separassem o lixo, nós vamos poder reciclar muito mais, aproveitar muito mais. E o que custa uma publicidade na televisão, Ver. Ervino Besson? Nós fizemos uma tímida campanha para as pessoas pagarem IPTU. Não sei se vocês viram a propaganda, eu já disse isso aqui, custou 700 mil reais a campanha do IPTU do início deste ano, e não sei se vocês se lembram da propaganda, para as pessoas aproveitarem o desconto, para as pessoas irem pagar o IPTU, porque interessa para a Cidade que se pague o IPTU! Então, televisão é caríssima! Então, se nós queremos ser sérios, não podemos cair nesse discurso fácil de dizer: “Tira da publicidade, porque não tem que fazer publicidade, porque só fazem política!”

Gente, o Cidade Viva não foi para o ar o ano inteiro neste ano. Não tem dinheiro para fazer publicidade na televisão, não existe! E aí, não adianta postos de recolhimento, na Cidade inteira nós temos recolhimento de lixo. Não há um lugar em que não passe o caminhão. Temos coleta seletiva de lixo em todos os bairros. O que falta é educação. Falta um trabalho de conscientização. Temos programas, temos estruturas, mas não pega em larga escala, nós precisamos de verba para isso. Eu queria que esta Casa fosse séria, queríamos que fôssemos sérios nisso, Ver. Haroldo de Souza, porque fica muito fácil fazer esse discurso que pega bem, se não pensar.

Este é o apelo que eu faço: para que não quebremos o equilíbrio, porque no momento em que investimos, perde-se isso logo em seguida, se não conseguirmos fazer educação, esclarecimento e informação. Aí é dinheiro público posto fora, e até poderíamos dar outros exemplos em outras áreas. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Mesa apregoa o Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 04 ao PLE nº 028/01.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLE nº 027/01.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as Vereadores, Srs. Vereadores, quero, mais uma vez, destacar aqui a presença das comunidades do Bairro São Geraldo e do Orçamento Participativo, dando um exemplo à Cidade de Porto Alegre de como se deve e como é necessário exercer a cidadania. Em discussão o Orçamento do DMLU, o órgão responsável pela gestão dos resíduos da Cidade de Porto Alegre, num total de  68 milhões, 714 mil, 827 reais e 29 centavos. Não vamos discutir aqui se é pouco ou se é muito. É uma instituição importante, estabelecida há muito na Cidade de Porto Alegre; um órgão autônomo. O DMLU não está vinculado a uma Secretaria, está vinculado ao Prefeito. E nós pensamos que, em um primeiro momento, é importante citar aqui, e isso diz respeito aos recursos, porque, dependendo da gestão, Ver. Haroldo de Souza, que nós dermos para os resíduos, eles vão ter mais ou menos prioridade. Achamos que, como os resíduos fazem parte da gestão ambiental da Cidade de Porto Alegre, o DMLU deveria estar vinculado à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que é um gestor ambiental da Cidade de Porto Alegre. E se falou aqui de vários problemas, inclusive co-responsabilizando os alagamentos que ocorreram com o lixo na Cidade. Esse até é um dos motivos.

E vejo que o próprio Ver. Adeli Sell disse que falta educação ambiental nesse sentido, e é verdade. Não há educação ambiental suficiente, esse será um tema abordado daqui a pouco, ou na sexta-feira, sobre a educação ambiental, inclusive faço uma emenda nesse sentido, não retirando as verbas da publicidade, mas disciplinando na publicidade o seu encaminhamento, como se fazer publicidade. Aí entrará, também - e isso reforça -, portanto, a importância do DMLU, uma campanha de educação ambiental também sobre como destinar adequadamente o lixo, tanto pela população como pelo comércio, como pelas pessoas físicas e jurídicas.

Agora, independentemente do valor de recursos destinados ao DMLU, nós até estaríamos dispostos a aumentar o valor, porque ele faz parte da gestão ambiental da Cidade de Porto Alegre e, portanto, diz respeito ao meio ambiente e à saúde pública. Mas como se está dando a gestão de resíduos na Cidade de Porto Alegre? É um debate que temos travado aqui. Amanhã, o Relator do Projeto de Lei de Resíduos da Câmara de Deputados, o Deputado Emerson Capaz, estará aqui, às nove e meia, debatendo, em nível nacional, a problemática de resíduos. A Câmara de Vereadores conseguiu trazê-lo. Agora, como destinar adequadamente os resíduos? Isso independe dos valores. Porto Alegre continua reaproveitando apenas, em média, 3% do total de resíduos. É muito pouco. Por quê? Porque reaproveita apenas o chamado reciclável. Temos a oportunidade, apenas, de reaproveitar o reciclável. O orgânico não, e o tóxico muito menos. Mesmo as legislações federal, estadual e municipal proíbem isso, portanto, está incompleta, está ilegal a gestão de resíduos na Cidade de Porto Alegre.

A mesma coisa com relação aos resíduos hospitalares. Muitos hospitais e clínicas estão misturando, sim, os resíduos hospitalares com o resto, e isso está indo para o aterro sanitário que foi licenciado apenas para resíduos domiciliares e domésticos, não para hospitalares.

Portanto, se houve uma evolução na destinação de resíduos na Cidade, porque a legislação evoluiu, porque a sociedade evoluiu, ela continua muito aquém do que a sociedade precisa e, até mesmo, do que a legislação determina. Portanto, não é um problema apenas de valores, pois nós até gostaríamos de aumentar, mas a forma de gestão está muito aquém e, portanto, ainda de Terceiro Mundo, infelizmente, aqui em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Alertamos o Plenário de que vamos votar o Projeto e a Mensagem Retificativa.

Em votação o PLE nº 027/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para uma Questão de Ordem.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, está claro no regramento jurídico que, na Lei Orçamentária, não podem ser votadas emendas contrariando a LDO. Isso está na Lei de Responsabilidade Fiscal, inclusive. A Emenda nº 01, do Ver. Sebastião Melo, ao Projeto Orçamentário do DMLU vai de encontro ao art. 6º da LDO. Na verdade, o Ver. Sebastião Melo está repetindo uma Emenda derrotada na LDO no Projeto Orçamentário. Então estamos requerendo a prejudicialidade dessa Emenda e a sua retirada por ser ilegal, assim como V. Ex.ª o fez num outro projeto, aquele que não tinha passado pela CEFOR, e, de plano, V. Ex.ª determinou a retirada do Projeto da Ordem do Dia. Requeiro que, de plano, V. Ex.ª retire a Emenda nº 01, porque ela contraria, de forma contundente, o art. 6º da LDO, repetindo uma emenda naquele processo derrotado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Para contraditar o ilustre “parecerista”, Ver. Juarez Pinheiro, quero dizer que não logra êxito o seu arrazoado, primeiro porque, a Lei de Diretrizes Orçamentária é Lei de Diretrizes Orçamentária, ela lança diretrizes para o Orçamento; segundo, a Lei de Responsabilidade Civil, eu não poderia fazer uma emenda que excedesse recurso da Lei de Diretrizes Orçamentárias, mas a nossa emenda simplesmente está dizendo o seguinte: que as suplementações, em vez de serem genéricas, serão rubrica por rubrica. Na verdade, não tem guarida, não está no Regimento, não está na Lei Orgânica, evidentemente não tem sustentação jurídica. E essa matéria, a Comissão rejeitou, o Regimento permite que peça o destaque mediante onze assinaturas, está legal, está regimental, vamos discutir e vamos votar a matéria.                                                                                                                             

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, só quero agregar às minhas razões um fato que é muito sério: a tramitação dessa emenda irregular, no caso, mesmo sendo vetada, ficaria o Município sem regra para a questão de suplementação, ficaria um vácuo legislativo, o que está a exigir, sem sombra de dúvida, que a Procuradoria se manifeste antes da votação. É esse o Requerimento que faço a V. Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Está Presidência suspende por um minuto a Sessão para que possamos conversar com a Procuradora.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h34min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 17h37min): Estão reabertos os trabalhos.

Esta Presidência não pode admitir que um Parlamento fique esperando pela Procuradoria da Casa, então, eu vou responder a V. Ex.ª, Ver. Juarez Pinheiro, depois.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu acato a sua decisão, só peço que essa Emenda não seja votada neste momento, que nós continuássemos, a deixássemos de lado e, depois, nós a votaríamos, para que não haja nenhum problema maior e para que V. Ex.ª possa dar continuidade aos trabalhos. Muito obrigado, Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Emenda nº 02, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, destacada pelo Ver. Luiz Braz e outros, ao PLE nº 027/01.

Emenda nº 02. (Lê.) “Reduz em 200 mil a dotação orçamentária, a seguir discriminada, que passa a vigorar com os seguintes valores:...”

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu fico um pouco chateado por fazer uma nova Questão de Ordem, mas ela se impõe. E eu sei que a sensibilidade de V. Ex.ª vai interpretar que este Vereador não está querendo obstruir e, sim, colaborar com os trabalhos da Mesa.

Esta Emenda, Sr. Presidente, retira recursos de um outro Projeto, que não constante, ela retira de vários órgãos da Administração Indireta e inclui numa outra dotação. Portanto, ela tem uma irregularidade insanável para a sua tramitação. Ela retira recursos de dotações de projetos que nem estão sendo votados neste momento, Sr. Presidente, que V. Ex.ª não colocou ainda na Ordem do Dia, propostas orçamentárias de outros órgãos da Administração Indireta. Por isso é que se faz imperiosa a manifestação.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Tecnicamente, até pode ser, Ver. Juarez Pinheiro, mas não vejo prejudicialidade à tramitação da Emenda...

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: É que V. Ex.ª não colocou em votação esses outros projetos. V. Ex.ª está com um Projeto de Lei sendo apreciado, neste momento. Quanto a este, nós temos todas as condições de fazermos, aqui, emendas, discutirmos e votarmos. Não podemos votar um projeto que V. Ex.ª nem colocou ainda na Ordem do Dia. É a nossa interpretação. Por isso, nós entendemos, também, prejudicada esta Emenda.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o que deveria ser dito pelo Ver. Juarez Pinheiro é que, na verdade, todo este processo é irregular, porque mesmo esta votação que nós estamos fazendo, agora, do DMLU, o Ver. Juarez Pinheiro sabe muito bem que vêm recursos, por exemplo, transpostos lá da Centralizada. E nós não votamos, ainda, a Centralizada. Então, não poderia também ser votado. Se for irregular a Emenda do Ver. Haroldo de Souza por causa desses argumentos expostos pelo Ver. Juarez Pinheiro, o próprio processo não pode ser votado, o próprio Orçamento do DMLU não pode ser votado, porque ele também recebe recursos de um projeto que nós não votamos ainda.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, eu quero distinguir duas situações, nós não queremos obstruir de forma alguma e estamos colaborando no andamento dos trabalhos. Uma situação, Sr. Presidente, a primeira levantada, é uma questão da maior importância que o Município aprecie bem, como sempre V. Ex.ª tem feito, ao longo dessa Legislatura que termina, porque se a emenda do Ver. Sebastião Melo que vai de encontro, colide com a LDO, uma emenda rejeitada na LDO, aqui for colocada, os prejuízos são irreparáveis, uma vez que não terá o Município como fazer as suplementações. Esta outra que eu agora levanto questionamento, Sr. Presidente, a nº 2, é diferente. Nós estamos levantando a ilegalidade da emenda, mas até se ela for votada é possível o veto. Agora, na primeira hipótese, o veto se torna impossível.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Mas a discussão está na segunda, Ver. Juarez Pinheiro. Na primeira, nós estamos com a Procuradora para que nós possamos dirimir as dúvidas.

 

O SR. LUIZ BRAZ: E as dívidas também.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Aí é mais complicado.

Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h42min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 17h52min): Estão reabertos os trabalhos.

Seguindo a orientação sobre a votação, já foi votado o Projeto com a Mensagem Retificativa, que foi aprovado por unanimidade. Entramos, agora, na votação das Emendas destacadas. Iniciando, já que esta Mesa foi devidamente orientada pela Procuradoria da Casa, pela votação da Emenda nº 01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que foi destacada pelo Ver. Luiz Braz e outros.

 

O SR. ESTILAC XAVIER (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Questão de Ordem feita pelo Ver. Juarez Pinheiro dizia respeito à impossibilidade da votação dessa Emenda destacada, na medida em que entendemos que ela colide frontalmente com o exposto na LDO, também já rejeitada pela própria Comissão de Economia, Finanças e Orçamento da Casa. E também pela própria Câmara, quando da apreciação da matéria na LDO. V. Ex.ª já tem a apreciação para colocar como será encaminhado o procedimento?

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Há um entendimento da Procuradoria da Casa de que essa matéria, sendo rejeitada, na LDO, mas que apresentada, essa Emenda, no Orçamento, rejeitada na CEFOR, destacada por Vereadores, tem, portanto, o direito à tramitação.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

Não, não é brincadeira, Vereadora, essa é uma posição da Procuradora da Casa.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, nós não concordamos, porque achamos que essa matéria, vetada pelo Sr. Prefeito, tornará sem possibilidade jurídica, no período do Veto e da sua apreciação, qualquer possibilidade de suplementação caso haja uma necessidade no Executivo. Portanto, somos contra na opinião de mérito, mas, se é a decisão do Presidente, nós vamos encaminhar. Eu queria só alertar aos nobres pares Vereadores que esta é uma questão de mérito que já foi vencida na LDO e a CEFOR também rejeitou. Eu acho que isso poderia ser analisado pela Comissão para podermos dar curso aos trabalhos. Nós, depois, tomaremos os procedimentos que acharmos cabíveis.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A colocação de V. Ex.ª é absolutamente correta. Existem as instâncias, se, porventura, estamos fazendo uma leitura de subjetividade, se for aprovada, se for vetada e se isso, de fato, acontecer, existem as instâncias de recurso.

Então, está em votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 027/01. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Luiz Fernando Záchia, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, eu apresentei esta Emenda na LDO, que obteve 13 votos, diferença de 03 votos: 16 votos “não” e 13 votos “sim”. Pedi renovação de votação e, como estava no prazo da LDO, tive um gesto de grandeza de retirar o pedido de renovação. Primeiro, quero aqui protestar e dizer ao Ver. Juarez Pinheiro que eu respeito todos os meus pares e gosto da boa luta no campo das idéias, e quero pedir a V. Ex.ª que tenha um pouquinho de melhor trato com os seus colegas, do ponto de vista das questões pessoais. Se V. Ex.ª tem alguma ação para impetrar contra este Vereador, faça isso agora, se não o fizer, estará incorrendo em falta de responsabilidade. Então, por favor, vamos nivelar o debate por cima.

O que está em jogo, aqui, Ver. Isaac Ainhorn, é que esta Casa, lamentavelmente, tem dado um cheque em branco ao Sr. Prefeito ao longo desses 12 anos, qual seja: a Lei de Responsabilidade Fiscal diz o seguinte: “Que até 5,8%, o Prefeito pode suplementar.” Está correto! Então isso é lei! O que este Vereador está propondo? Duas coisas, o Prefeito quer suplementar a reserva de contingência, mas ele não pode, se é reserva de contingência, é reserva de contingência. Agora, ele quer suplementar a reserva de contingência, eu tenho entendimento de que ele está equivocado.

Segundo, mas a Emenda, Ver. João Antonio Dib, a Emenda, a questão não está aí, V. Ex.ª foi autor de uma Emenda, porque veio do Executivo dizendo que era 10% de suplementação, mais a reserva de contingência. V. Ex.ª apresentou uma Emenda de 4,2 de suplementação que está na LDO. Este Vereador apresentou uma Emenda agora, mantendo os 4,2, mas dizendo que tem que ser rubrica por rubrica. O que significa isso em português? Quero deixar muito claro, especialmente aos membros do Orçamento Participativo que aqui estão, figuras que merecem de nós o respeito, o carinho pelo trabalho dedicado que fazem, não é justo que os senhores aprovem uma obra para o Lami e que o Prefeito faça a obra do Sarandi, sem perguntar para os senhores! Não é justo que aprovem uma obra para o Centro-Sul da Cidade e o Prefeito toque o dinheiro na Perimetral! Não é justo que se aprove uma obra para o Campo da Tuca e o Prefeito a coloque na publicidade! E é isso que eles estão pedindo a esta Casa, porque estão pedindo o seguinte: o Orçamento tem várias rubricas, quinhentas, mil, eles querem migrar dinheiro da rubrica mil para a rubrica um, e eu estou dizendo que não! Se os senhores querem suplementar, os senhores vão suplementar naquilo que os senhores propuserem fazer, se é o asfalto é o asfalto, se é a bica d’água é a bica d’água, se é o posto de saúde, é o posto de saúde, então que pecado tem isso, Ver. Luiz Braz? Mas onde é que está o pecado, onde é que está a aberração? Mas eu vou dizer o seguinte, como se diz lá fora, “as abóboras se assentam no andar da carruagem”, a Constituição Federal, no seu art. 167 diz o seguinte: “São vedados: abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa”. Então, quero dizer à bancada governista que nós temos é que anular a Lei de Diretrizes Orçamentárias, porque ela é contra a Constituição, porque a Constituição diz que a suplementação tem que passar pelo Legislativo, mas o Legislativo já deu 4,2, isso significa 46 milhões de reais de suplementação, Ver. Pedro Américo Leal, mas o Legislativo já deu mais 5,8 de reserva de contingência que vai pular para 108 milhões, mas eles não querem 108 milhões, eles querem 200 milhões de suplementação. Então, para que ter Orçamento? Para que ter Orçamento? Aí é melhor não ter Orçamento, porque se há um papel do Legislativo, que tem o papel fundamental da representação da sociedade, é o da fiscalização. Como é que o Poder Legislativo vai poder fiscalizar se ele autoriza a carta em branco, o cheque em branco? Depois vai cobrar o que, se ele autorizou?

Eu vejo nesta tribuna, Ver. Luiz Braz, discurso e mais discurso de suplementação nas verbas de publicidade. Pois agora está na hora de aqueles Vereadores que se posicionam contra traduzirem na prática, pois não adianta fazer o discurso aqui de que é contra a suplementação e, na hora de votar, vota a favor.

Então, por isso, Sr. Presidente, não vou retirar a Emenda; ela é legal, é regimental e o Plenário vai decidir soberanamente sobre ela. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 01 aposta ao PLE nº 027/01.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Sebastião Melo, com todo o respeito que me merece e a militância que ele tem, está querendo fazer um retorno de uma discussão já vencida. O Regimento permite, de fato, o destaque, e sobre isso não há dúvida. O mérito da questão é se, na discussão da LDO, o conteúdo da proposta do Ver. Sebastião Melo foi aceito. Não o foi, o Ver. Sebastião Melo batalhou aqui nesta Casa para fazer uma restrição por rubrica para a suplementação, e esta Casa não aceitou. Depois, ele teve a proposta rejeitada na Comissão técnica e agora ele vem ao Plenário.

O discurso do Ver. Sebastião Melo é um discurso questionável. O Ver. Sebastião Melo é um Vereador sério - conheço o trabalho dele e acompanho -, agora, essa proposta não o é, porque ela quer restringir o Município; ela quer restringir o Executivo; ela quer amarrar, e ela é tão ruim que ele propõe que haja a suplementação por rubrica, contrariando o art. 6º da Lei de Diretrizes Orçamentárias que diz: (Lê.) “Fica o Executivo Municipal, de acordo com os artigos 7º, 42, 47 da Lei Federal nº 4.220, de 17 de março de 1964, e o art. 6º da Lei nº 8.760, de 10 de setembro de 2001” - portanto, Lei desta Casa. – “abriu durante o exercício créditos suplementares, como segue: até o limite de 4,2, do total da despesa autorizada”, aqui ele quer por rubrica. Agora vamos discutir um pouco o mérito, Ver. Pedro Américo Leal, que me ouve. O mérito é o seguinte: com essa proposta, o Ver. Sebastião Melo quer engessar, porque a própria Lei nº 8.666 permite que qualquer obra em execução possa ser suplementada por serviço extraordinário em 25%, mas o Ver. Sebastião Melo quer passar para 4,2%, isso é uma dotação de rubrica. Portanto, há rubricas que precisam de maiores recursos e outras não, isso é evidente. Se não fosse só a questão de contrariar solenemente aquilo que esta Casa já votou, que é a LDO, contrariar a impressão técnica já registrada no Parecer ao CEFOR, ainda o Ver. Sebastião Melo, a título de melhor ajudar a Administração, o que não é verdade, no meu entendimento, quer obstruir o trabalho ordinário no mérito. No mérito é uma obstrução para... Quem é do Orçamento, quem trabalha no dia-a-dia das comunidades sabe quanto tem valor a chamada verba orçamentária extraordinária nas obras, quando é preciso modificar um projeto, fazer condições de execução daquelas que antes estavam planejadas. O projeto é uma coisa idealista e o que se realiza depois é uma questão que tem que ser vista no campo. Ordinariamente, o que acontece no campo? As comunidades sabem, tem que se apelar. A Lei nº 8.666, de forma inteligente, previu isso, porque sabe que há trabalho extraordinário em qualquer obra.

O que propõe o Ver. Sebastião Melo? Carta branca? Carta branca têm os governos que chegam a suplementar em 20% os seus orçamentos, muitos deles do Partido do próprio Vereador. Aqui está-se falando em 4,2%, acordado em negociações exaustivas com esta Casa, com maioria nesta Casa e que agora vem fora da lei, no meu entendimento, com um segundo turno para jogar dentro do DMLU essa restrição. Não é só no DMLU, vamos discutir de novo esse assunto, porque o Ver. Sebastião Melo, se forem verificar, usou esta Emenda em todas as autarquias, onde lhe foi possível fazer, inclusive na Centralizada. Por quê? Ele pretende recolocar, nesta Casa, uma discussão em que foi vencido. No mérito, contraria a legalidade vigente da LDO, portanto é matéria que já não poderia ser apreciada do ponto de vista legal, porque é matéria vencida na Sessão Ordinária da Casa. Quem tem a prerrogativa de fazer isto é o Prefeito, e os Vereadores precisam de quórum qualificado, mais do que onze assinaturas para destacar e votar.

Portanto, Ver. Sebastião Melo, apelo a V. Ex.ª para que rejeitemos a Emenda, porque ela não vem ao encontro do interesse público. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Lembramos aos Srs. Vereadores que é proibido o uso do telefone celular no plenário, conforme Lei Complementar Municipal nº 392/96, aprovada nesta Casa.

Lembramos às Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores que hoje, a partir das 19h, no Teatro Glênio Peres, haverá a interpretação, pelo ator Luiz Carlos Magalhães, de textos de Fernando Pessoa. Todos os funcionários da Casa e demais pessoas estão convidados a participar.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01 aposta ao PLE nº 027/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quem já me ouviu falando desta tribuna sabe que não me canso de elogiar o Ver. Juarez Pinheiro por sua sabedoria jurídica e porque é homem estudioso do Direito. Então, quando ele está discutindo as regras do Direito, eu gosto muito de ouvi-lo, e gosto muito de discutir com ele, porque, afinal de contas, nestas discussões, acabamos aprendendo bastante.

O Ver. Juarez Pinheiro está absolutamente correto quando chama para vir comprovar os seus argumentos, fundamentar os seus argumentos, a Constituição Federal, a Lei Orgânica do Município e também a LDO. Na LDO ele começa a cometer uma falha, no meu entendimento. Porque é claro que não podemos fazer o texto orçamentário contrariando a Lei das Diretrizes Orçamentárias. Não podemos fazer contrariando o que está escrito no Plano Plurianual, mas, Ver. Juarez Pinheiro, o problema é como está redigido o texto, e eu tenho que seguir a redação. Quero que V. Ex.ª preste atenção na redação. Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª, que além de engenheiro é um homem respeitado nas opiniões no campo do Direito, veja só: “Nos orçamentos da Administração Direta e Indireta constarão as seguintes autorizações: inc. I - para abertura de créditos suplementares como segue: até o limite de 4,2% do total da despesa autorizada”. Ora, aqui não está-me dizendo se essa despesa autorizada é dentro da rubrica ou no Orçamento geral. Não há nada que me diga que é no Orçamento geral, e não há nada que me diga que é rubrica por rubrica. O Ver. Sebastião Melo fez uma Emenda, dizendo, Ver. Pedro Américo Leal, que tem de ser rubrica por rubrica. Ora, pode ser até que algum Vereador não goste da Emenda do Ver. Sebastião Melo, mas derrotá-la, querendo alegar irregularidade, inconstitucionalidade, inorganicidade, ilegalidade, não é correto!

Eu vou chamar a atenção dos Srs. Vereadores para o seguinte: vejam só as regras que temos aprovadas aqui: 4,2% do Orçamento de 1 bilhão e 400 milhões de reais nos dá um total de 58 milhões. Imaginem o seguinte: se não for rubrica por rubrica, esses 58 milhões de reais podem ser utilizados para suplementar da forma que o Executivo quiser; se ele quiser colocar, Ver. Haroldo de Souza, 58 milhões para publicidade, ele vai colocar; se ele quiser colocar em outra suplementação qualquer, ele também vai colocar. Agora, na Emenda do Ver. Sebastião Melo - e esse é o mérito dessa Emenda - se ele quiser suplementar a publicidade ele terá de suplementar em 4,2% automaticamente. A outra, se ele quiser suplementar de novo, ele terá de fazer passar aqui pelo Plenário. Essa é a nossa obrigação, Ver. Pedro Américo Leal, votar e fiscalizar, porque, de outra forma, nós perdemos as condições de fiscalizar.

Se o Executivo pode colocar 58 milhões em qualquer lugar que ele quiser, a qualquer instante, de qualquer forma, como é que vamos fiscalizar? Nós não podemos!

Eu gostaria muito que, principalmente os Vereadores de oposição desta Casa, que têm obrigação de fiscalizar, que não deixassem de votar nessa Emenda do Ver. Sebastião Melo, pois ela é necessária. O Orçamento, nos últimos tempos, tem sido votado de forma errada. Nós temos dado essa suplementação para o Executivo de forma que ele pode fazer o que bem entende, e nós não temos conseguido passar essa restrição que o Ver. Sebastião Melo quer colocar agora. Nós temos de ter outra oportunidade para que isso possa acontecer. Então, eu espero que os Srs. Vereadores não percam essa oportunidade, por favor, para o bem do Município. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Mesa apregoa um pedido de destaque à Emenda nº 94 ao PLE nº 026/01.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 01 ao PLE nº 027/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na vida, as coisas ou são certas, ou são erradas. Não podem ser meio-certas, ou meio-erradas. Ou é uma coisa, ou é outra.

Eu tenho sido, sem dúvida nenhuma, o mais duro crítico do Executivo Municipal. Não agora, desde que essa tal Administração da Prefeitura se instalou. Agora, certo tem de ser respeitado, errado tem de ser rejeitado.

Então, qual é a história dessa autorização de suplementação? Todos os anos, a Prefeitura manda pedir 10% e sempre aparece algum Vereador que coloca 5% e o Ver. João Antonio Dib colocava zero, até porque, com a inflação que nós temos, não precisaria os 4,2%. Mas, quando eu também coloquei, reiteradas vezes, que era suplementação por rubrica, eu perdi todas as vezes. Nunca ninguém me apoiou, perdi todas as vezes. Agora como é o nome da lei que antecede a atual? Lei de Diretrizes Orçamentárias. Que fiscalização eu posso fazer se eu não cumpro as diretrizes que eu mesmo estabeleço? Isso é o que o Executivo faz. A lei está aí, ele não cumpre, e nós não podemos reclamar. A Lei é de Diretrizes Orçamentárias. Então, as diretrizes são essas. Nós não podemos mais modificá-las porque já a votamos antes. Agora, no ano que vem, quando vier novamente a Lei de Diretrizes Orçamentárias, nós poderemos tentar. Mas hoje, lastimavelmente, Ver. Sebastião Melo - até eu me equivoquei num parecer que dei - não podemos mais mudar, porque a Lei é de Diretrizes Orçamentárias. As diretrizes foram estabelecidas: são 4,2 de suplementação. Eu sei que um dia o Prefeito suplementou a sua publicidade em 13.206%. Eu sei disso, mas eu nunca consegui que a suplementação fosse por rubrica e muito menos consegui que nenhuma suplementação pudesse ser feita pela Prefeitura sem passar pela Casa. Quando temos uma inflação de 5%, 6% ou 8%, não tem por que autorizar a suplementação de 10, até porque eu acompanho e vejo que o Orçamento é diferente, a execução orçamentária é diferente da proposta que aqui chega. Mas eu não tenho outro caminho. É Lei de Diretrizes Orçamentárias, que estabelece como é que o Prefeito vai fazer o Orçamento. Nós fizemos isso, nós não conseguimos aprovar a Emenda do Ver. Sebastião Melo. Então, não podemos mais modificar. Agora, no que vem... Hoje pode ser uma aula para nós: vamo-nos unir, vamos ficar no Plenário o tempo todo e vamos derrubar a Bancada do PT. Mas nós saímos antes do tempo e perdemos. Certo é certo; errado é errado. Não tem jeito, nós temos de rejeitar a Emenda do Ver. Sebastião Melo, para tristeza minha. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal, por solicitação do Ver. Haroldo de Souza, a Emenda nº 01 ao PLE nº 027/01.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, só uma Questão de Ordem.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Só para retificar o voto, Vereador.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): O Regimento da Câmara é claro: diz que é um minuto para a votação. Esta votação já está em mais de um minuto e meio.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereador, eu encerrei a votação em exatamente um minuto. Agora é apenas para retificarem o voto aqueles Vereadores que votaram na primeira vez. O Vereador que não votou não vai votar mais; é apenas para retificar os votos.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, acontece o seguinte: Vereador que estava aqui no Plenário não conseguiu votar por causa do nosso sistema de informática. Então, ele tem o direito de votar.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereador, por favor! Este Presidente está olhando, está verificando, vota quem quiser votar. O nosso Regimento dá esta liberdade ao Vereador: mesmo no Plenário, se não quiser votar, não vota.

Apregoamos o resultado da votação: REJEITADA a Emenda nº 01 ao PLE nº 027/01 por 10 votos SIM, 11 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu quero, mais uma vez, lavrar o meu protesto...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Sr. Vereador, não há tempo para a sua manifestação.

Em votação a Emenda nº 02 ao PLE nº 027/01. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, são por essas coisas que esta Câmara de Vereadores, coisas que aconteceram há um minuto, é uma Câmara responsável. Esta Câmara de Vereadores, em alguns momentos duros deste ano, fez com que Vereadores perdedores de questões da maior importância tivessem a tranqüilidade de cumprimentar aqueles que, com o seu discurso, com a sua articulação, foram vencedores. Lembro-me que fiz isso com o Ver. Reginaldo Pujol e com o Ver. Isaac Ainhorn, imediatamente, após uma grande derrota do Governo, saudando os Vereadores pela forma como encaminharam, pela qualidade, pela experiência e pelo grau de relação que nós estabelecemos aqui. O Ver. João Antonio Dib é, há muitos anos, uma das maiores referências de oposição ao nosso Governo nesta Casa. Como estadista, como Vereador responsável, teve a clarividência de vir aqui e chamar a atenção para a absoluta impropriedade da proposta anterior, do Ver. Sebastião Melo. A Emenda nº 02, agora colocada, Srs. Vereadores, que já discutiram o mérito, trata da seguinte questão, Ver. Isaac Ainhorn: o Ver. Haroldo de Souza fez uma emenda que retira dotações de vários órgãos da Administração Direta e aloca em outros, retirando e, assim, inviabilizando a aprovação no que tange a sua legalidade. Nós, aqui, inclusive, levantamos o questionamento da impossibilidade de a emenda tramitar. Foi rejeitada, pelo Sr. Presidente, a retirada, com o Parecer da Douta Procuradora, mas não podemos cometer esse equívoco, sob pena de desqualificarmos, de rebaixarmos o debate aqui colocado. O Ver. João Dib chamou a atenção anteriormente: uma coisa é o debate de mérito; outra coisa é o fundamento de uma disputa política como, por exemplo, a questão das dotações, em que o local inicial de fazer é na LDO, e depois na Lei Orçamentária. Isso é correção. De outra parte, aqui se repete, independentemente do mérito da emenda apresentada, um problema sobre forma de processo legislativo. Não é possível que um projeto de lei que não esteja neste momento sendo discutido tenha subtraído das suas dotações uma parcela de recurso, independentemente do mérito, que sobre ele cada um tem a sua observação. Portanto, tecnicamente, é impossível que essa Emenda tenha o trâmite legislativo, e nós apelamos, independente da questão do mérito, sobre o qual tenhamos ou não uma avaliação diferenciada, que sigamos o exemplo de correção, para que a nossa relação aqui se mantenha apenas na disputa de idéias, no debate político, e para que não façamos com que a relação harmônica que tem que haver entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo seja diminuída pela aprovação de propostas absolutamente insubsistentes do ponto de vista técnico. Temos aqui algumas emendas da oposição que, no tocante ao mérito, serão aprovadas; sabemos disso. Mas para esta aqui é impossível receber o beneplácito desta Câmara de Vereadores.

Portanto, encaminhando em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, apelamos pela manutenção da qualidade desta Câmara de Vereadores na apreciação de propostas, o que não vai refletir na imagem de um ou outro Vereador, mas que vai refletir lá no cidadão, porque os equívocos que cometemos aqui não ficam restritos a este Plenário; os equívocos recaem sobre a população e, principalmente, sobre a marginalizada, a mais pobre. É nesse sentido, Ver. João Dib, que chamo a atenção para a importância de termos no Parlamento pessoas como V. Ex.ª - e tantos outros -, referência neste Parlamento, para os atuais e para os futuros Vereadores, pela responsabilidade que tem, teve e continuará tendo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 02 ao PLE nº 027/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, devido a votações como essas que tivemos aqui, o Partido que está administrando a nossa Cidade eternizou-se nesta Administração, para a infelicidade desta Cidade, só porque tem dinheiro demais para fazer propaganda. Vai jogar quanto quiser na propaganda, de novo, porque nós, da oposição, demos o voto a eles. E é claro que esses Vereadores são aplaudidos pelo PT. Só pode! Há um Projeto aqui pelo qual se tira dinheiro da publicidade, da propaganda, para colocar na FASC. Não se está colocando para nenhum projeto aleatório; está sendo mandando para a FASC. Essa área de assistência social do Município é vergonhosa, porque o que temos de idosos, de crianças mal-assistidos é demais! A fome grassa em nossa Cidade! E nada é feito. O Ver. Haroldo de Souza, que é um Vereador preocupado com essa área, retira dinheiro da propaganda e o coloca lá na FASC. Um dos argumentos que foram utilizados pelo Ver. Juarez Pinheiro é que isso não poderia ser feito, porque ainda não votamos o Processo.

Aliás, a votação de hoje está toda equivocada! Ver. Sebastião Melo, qualquer pessoa que entrar na Justiça contra este Processo vai derrubá-lo, porque eu estou aprovando aqui um Orçamento para o DMLU que tem verbas que vêm da Centralizada, e eu nem votei a Centralizada ainda! Isso é irregular! Isso é um equívoco! Qualquer pessoa do povo que quisesse derrubar esta votação poderia fazê-lo, porque nenhum tribunal poderia resistir a isso. É uma falha que esta Casa comete ano após ano.

Se isso está sendo cometido na votação do Orçamento macro, então por que o Ver. Haroldo de Souza não pode também, da mesma forma, colocar verbas que ainda não foram aprovadas, transferindo de rubrica? Claro que pode, claro, se o outro pode, se pode se cometer uma falha desse tamanho com todo o Orçamento, ele também pode cometer essa falha aqui e, tudo bem, deve ser considerada. Se quisermos mudar isso aqui, temos que derrubar todo o Orçamento, tudo, menos a Centralizada, porque, quando se votar a Centralizada, aí é diferente. Agora, claro que está errado o encaminhamento feito aqui pela bancada petista, querendo invalidar aqui e não invalidar o geral; se invalidar isso aqui, temos que invalidar tudo. Com certeza está errado esse pensamento petista de querer invalidar esse aqui por causa de um argumento que deveria servir para invalidar o todo. É claro que a oposição, pelo amor de Deus, pelo menos aqui, que vamos transferir verbas para a FASC, que pelo menos aqui a oposição vote nesta Emenda do Ver. Haroldo de Souza para que possamos fazer essa justiça na área de assistência social, que é muito mal-administrada aqui nesta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 02 aposta ao PLE nº 027/01.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna no sentido de dizer que essa Emenda é absolutamente contingente, é formal, se ajusta do ponto vista processual, do ponto de vista do nosso Regimento, da Lei Orgânica, enfim, da Lei de Diretrizes Orçamentárias, do próprio Orçamento. O que pretende o Ver. Haroldo de Souza? Tirar da publicidade a importância que indica 200 mil reais e alocar na FASC, mas em que momento deveria ser feita essa discussão? Agora, já, quando se discute a unidade orçamentária. Afinal estamos discutindo o quê? Que unidade orçamentária estamos discutindo? Estamos discutindo o Departamento Municipal de Limpeza Urbana. É exatamente agora o momento próprio, adequado para essa discussão. Essa história de dizer que deveríamos discutir a Centralizada, absolutamente não, é agora. Está sendo retirada verba do DMLU. Não adianta, Ver. Haroldo de Souza, V. Ex.ª propor lá na frente, porque aí já teríamos autorizado, fixada a despesa e prevista a receita, seria impossível. Então o momento correto é este, e a sua Emenda está perfeitamente, formalmente bem conduzida.

Nós temos de ter o entendimento – e eu falo às oposições – de que não adianta nós fazermos o discurso de tribuna, e na hora de darmos a conseqüência, Ver. Luiz Braz, não fazermos essa conseqüência. Nós temos de acertar essa relação de causa e efeito, porque, do contrário, nos desgastamos muito perante aqueles que vêm à Casa trazendo os seus pleitos. Então, é absolutamente correta, formalmente correta a Emenda do Ver. Haroldo de Souza.

Não vou debater aqui o conteúdo que a Emenda busca, ou seja, alocar à FASC recursos para as crianças, não vamos debater sobre isso, porque é óbvio e notório que tem todo o acerto a matéria, tem toda a fundamentação. Ver. Juarez Pinheiro, sob qualquer ângulo que se examine esta matéria, do ponto de vista do Orçamento, é exatamente agora, Ver. Haroldo de Souza, o momento de discutir a referida Emenda, porque o que está sendo discutido é a unidade orçamentária DMLU. Mas retira-se do DMLU 200 mil e coloca-se na FASC. Eu gostaria de discutir com V. Ex.ª qual é o momento para discutir e estabelecer emendas ao DMLU, senão quando se vota a unidade DMLU? Não há outra alternativa. O momento de retirar é agora, não é depois, porque depois nós já autorizamos e vencemos a matéria. Eu leio a Emenda, leio a V. Ex.ª: “Departamento Municipal de Limpeza Urbana, Unidade Orçamentária, DMLU. Publicidade. Outras despesas: 200 mil.” O DMLU tem uma publicidade na ordem de 509 mil, 733 reais e 21 centavos; sobejam ainda recursos para as suas diferentes finalidades. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 02 aposta ao PLE nº 027/01.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu preciso aqui resgatar algumas coisas. Primeiro, eu quero dizer, de forma muito fraterna, à bancada governista que os senhores não vão tutelar o que eu tenho que falar e o que eu não tenho que falar. Eu fui forjado na boa luta da Esquina Democrática e na boa luta do combate à ditadura, enquanto muita gente que hoje está no Partido dos Trabalhadores pertenceu à velha ARENA. Então, vamos devagar com andor que o santo é de barro!

Segundo, eu não vou dar lição de moral em ninguém sobre o que é certo e o que é errado. Até porque nem Jesus Cristo pôde dizer o que é certo e o que é errado. Agora, há uma coisa que eu sei que está errado. É o voto “Santíssima Trindade”, que é o de um Vereador presente/ausente, este eu sei que está errado, e isso tem que acabar nesta Casa! O que é certo, o que é errado eu não vou entrar no mérito; mas o que está errado, eu sei que está errado, e é o voto “Santíssima Trindade”.

Portanto, eu quero retomar esta discussão com muita tranqüilidade. Eu acho que a peça orçamentária é o momento alto do Legislativo, até porque este Legislativo tem sido caudatário da Administração Pública Municipal, perdeu muito das suas prerrogativas, e eu tenho dito isso e repito aqui nesta última década. Esta lógica de a Câmara de Vereadores precisa estender o seu trabalho mais lá na ponta com a comunidade, nas suas Comissões temáticas, somos francamente favoráveis a que as Comissões desta Casa, abram voz para que as entidades representativas - a OAB, o IARGS, o Ministério Público e tantas outras entidades - possam ter direito à voz, manifestando-se sobre todas as matérias desta Casa, a FRACAB a UAMPA, e com isso se constrói e se consolida a democracia.

Então, o Orçamento é o momento oportuno, e nós apresentamos emendas muito legitimamente, porque da mesma forma que nós reconhecemos a legitimidade do Orçamento Participativo, como instrumento de luta da Cidade, nós reconhecemos que os Vereadores têm legitimidade com emendas. O que o Governo não aceita, só se as emendas forem de autoria dos seus Vereadores; aí, são legais, são regimentais e são bem dotadas. Eu sei que Vereadores desta Casa propõem emendas, recebem o bafo do Sr. André Passos e retiram as emendas.

 

(Aparte anti-regimental da Ver.ª Maristela Maffei.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver.ª Maristela Maffei, eu creio que V. Ex.ª está dando um mau exemplo a este Legislativo. V. Ex.ª está dando um mau exemplo, o povo esperava um pouco mais de V. Excelência. O povo espera um pouco mais de V. Ex.ª do que essas baixarias que V. Ex.ª fica falando aqui. Não é? Aliás, V. Ex.ª vive aqui falando em cidadania, resgatando cidadania, quero cumprimentá-la em público, V. Ex.ª realmente é o símbolo da cidadania e principalmente se a cidadania se tratar de clube, entendeu? Portanto, vamos devagar.

Quero dizer que a Emenda do Ver. Haroldo de Souza vem ao encontro de um apelo do Juiz da Infância e da Adolescência, onde ele retira um pouco de verba de vários departamentos da Prefeitura, da Administração indireta, da direta para dar dinheiro para fazer aquilo que o Sr. Prefeito Municipal tanto falou na sua campanha, que é retirar as crianças das ruas.

Quero cumprimentá-lo, Ver. Haroldo de Souza, por sua Emenda, e dizer que V. Ex.ª sempre pautou, nesses nove ou dez meses de mandato, esse assunto, de forma muito legítima propõe essa Emenda; é uma Emenda que, com certeza, contribui com a cidadania, e, portanto, vamos votar favoravelmente a ela.

Por derradeiro, quero dizer que nós vamos continuar discutindo a Emenda da suplementação, e vamos pedir a renovação de votação da Emenda da suplementação, na sexta-feira, em nome do bom debate, do bom contraditório e da boa luta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, eu quero esclarecer que debatia a Emenda nº 03 ao PLE nº 027/01, as minhas razões trazidas foram relativas à Emenda nº 03.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, eu quero solicitar que a Emenda nº 02 ao PLE nº 027/01 seja rejeitada, embora a redação seja quase igual, só que a Emenda nº 03 está mais completa, que é a defendida pelo Ver. Elói Guimarães, e a Emenda nº 03 ao PLE nº 027/01 seja aprovada.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O que nós entendemos como um encaminhamento de Vossa Excelência.

Portanto, colocamos em votação a Emenda nº 02 ao PLE nº 027/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA a Emenda nº 02 ao PLE nº 027/01, com o voto contrário do Ver. João Antonio Dib.

Em discussão a Emenda nº 03 ao PLE nº 027/01. (Pausa.) Em votação. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras. Eu quero cumprimentar o Ver. Haroldo de Souza, porque o Ver. Haroldo de Souza fez duas Emendas com o mesmo sentido, só que uma das emendas está incompleta, não é que ela esteja errada, ela está incompleta. A Emenda nº 03 tem o mesmo sentido, ela tira o dinheiro da publicidade do DMLU e joga para a FASC, então está completa a Emenda nº 03. Ela faz aquilo que a Emenda nº 02 queria fazer e acabou não fazendo, ela só retirou os recursos e não depositou os recursos onde queria.

Então, essa Emenda nº 03, por ser completa e ter o mesmo sentido da Emenda nº 02, realmente temos que aprovar porque estaremos ajudando a Assistência Social do nosso Município, que precisa demais de auxílios para que possa melhorar, porque realmente anda fazendo um trabalho muito ruim. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 03 ao PLE nº 027/01.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não usarei o tempo, quero apenas esclarecer que, quando vim a tribuna, na última intervenção, vim aqui discutir a Emenda nº 03, e tive aqui um debate com o Ver. Juarez Pinheiro, que se referia à Emenda nº 02, por certo. Eu estava discutindo a nº 03. Então, o que quero fazer aqui é exatamente ratificar os argumentos aduzidos do acerto formal orçamentário da Emenda nº 03, que retira da unidade que se está discutindo, o DMLU, a importância de 200 mil reais, a título de publicidade e aloca à FASC para exatamente socorrer no que se refere à parte relacionada às crianças, cujas razões são dispensáveis de comentários. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 03 ao PLE nº 027/01.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esclarecida, pelo Ver. Elói Guimarães, a pequena atrapalhação referente às duas Emendas. Eu quero debater, em nome do Partido dos Trabalhadores, a Emenda nº 03, do Ver. Haroldo de Souza, que tira a dotação orçamentária da publicidade do DMLU e a transfere para a FASC.

Eu queria, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, falar um pouco sobre esta questão. Como que nós vamos apreciar um projeto, discutir um projeto, uma dotação orçamentária do DMLU e simplesmente transferir para uma outra autarquia, para a FASC? Acho que nós temos que discutir o DMLU e os seus programas, projetos e dotações do DMLU. Uma outra questão, a receita do DMLU é destinada para despesa do DMLU. As despesas que o DMLU têm são cobertas pelas receitas do DMLU, que provêm, por exemplo, da taxa do lixo. Se nós tirarmos essa verba da publicidade - eu também quero avaliar junto com os Senhores -, como que poderá o DMLU trabalhar as questões da educação ambiental, por exemplo? Como o DMLU poderá trabalhar, sem a verba da publicidade, com os programas de saneamento da Cidade? Eu questiono esta Emenda, porque nós não podemos tirar de uma autarquia uma verba destinada para passar para uma outra.

Uma outra questão: o Projeto tem mérito quando fala na FASC. É uma preocupação do Ver. Haroldo de Souza, eu conversei com ele sobre isso, sobre a questão da abrigagem na Cidade. Eu entendo que o Ver. Haroldo de Souza está preocupado principalmente com a liminar que o Juiz Daltoé implementou à Prefeitura de Porto Alegre e que foi cassada essa liminar. Esse processo está no Judiciário. Não temos ainda a decisão do Judiciário sobre as vagas para abrigagem em Porto Alegre.

Quero dizer aos Vereadores que nós temos programas em Porto Alegre que atendem a abrigagem e que temos organizações não-governamentais que são conveniadas com a Prefeitura, sim.

Acredito que a Emenda tenha mérito, mas ela está colocada tecnicamente errada na autarquia.

Portanto, Srs. Vereadores, temos que prestar muita atenção; temos que nos preocupar também com esse realocamento de verbas de uma autarquia para outra, de um projeto para outro. E, mais do que isso, se pensarmos na verba da publicidade para os programas de educação ambiental na Cidade, para os projetos de saneamento da Cidade, não haverá mais razão para tirar um valor alto desses e colocar numa outra autarquia.

Acredito que tenha mérito, Ver. Haroldo de Souza, mas a Emenda está tecnicamente errada. Ela não pode estar sendo discutida e nem alocada na autarquia do DMLU.

Portanto, nós encaminhamos contrariamente a sua Emenda, Ver. Haroldo de Souza. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 03 aposta ao PLE nº 027/01.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, no mês de janeiro, quando o Sr. Tarso Genro assumiu a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, ele falou, no seu discurso de posse, na retirada dos meninos e meninas de rua. E como esse é um desejo meu, quase uma obsessão minha, desde quando fui candidato a Deputado, em 1998, ficando como suplente, agora como Vereador, apresentei projetos nesta Casa a respeito de casas-lares. Quando chegou o Orçamento de 2002 na Câmara Municipal, fui ver se o Sr. Prefeito pedia alguma coisa em dinheiro para a FASC, mas endereçada de forma direta e especial a esse projeto de retirada dos meninos e meninas de rua. Como não encontrei nenhum pedido do Prefeito Municipal, resolvi, junto, com a minha assessoria, trabalhar em cima da Emenda nº 03 e da Emenda nº 91, que também virá para o Plenário.

Eu recebi do Juiz José Antônio Daltoé César, Juiz da Infância e da Juventude, um amplo parecer favorável, dando total e pleno apoio para que esta Casa vote esse pedido. O que estranhou à maioria das pessoas é que eu estava tirando dinheiro da publicidade. Todos sabem que eu trabalho com publicidade, eu vivo de publicidade, eu sou um homem de rádio e televisão, mais de rádio. Eu inclusive recebi algumas pressões a respeito de que se estava tirando verbas da publicidade. No microfone lá, eu sou o locutor esportivo Haroldo de Souza; aqui, com este microfone, eu sou o Vereador Haroldo de Souza. Eu mantive a Emenda, atendendo ao pedido do Juiz José Antonio Daltoé César, mas, acima de tudo, atendendo à minha consciência e tentando ajudar o Prefeito Municipal, Tarso Genro, que disse que iria tirar esses meninos da rua, mas que não pediu um tostão sequer no Orçamento de 2002.

A minha querida Ver.ª Maria Celeste veio aqui e disse que Porto Alegre tem abrigo para essas crianças, e eu sempre encontro as mesmas crianças nos mesmos lugares.

 A Ver.ª Sofia Cavedon convida-me a visitar determinadas casas de abrigo, e eu não aceito ir, porque na primeira que fui, Vereadora, soube que as crianças são soltas à tarde e pela manhã elas chegam dopadas nas casas e passam o dia em recuperação dentro dessa Casa Porto Alegre.

Essa é a única verdade que sei a respeito das crianças: que elas conhecem dois mundos. Eu tenho a relação das crianças que estão nas ruas e que moram na região central de Porto Alegre. Sobre regimento, sobre lei, se está certo ou errado, confesso que não sei.

O Ver. Luiz Braz veio aqui e estabeleceu, o Ver. Sebastião Melo a mesma coisa. Eu não faço parte de oposição, faço parte de uma Casa; eu desejo apenas realizar esse meu sonho, que é sonho da sociedade. Agora, se as coisas são contadas de forma diferente, e assim continuarão sendo contadas de forma diferente, não posso fazer nada. Mas não vejo sentido nesta Emenda nº 03, quinhentos e nove mil reais para o Departamento Municipal de Limpeza Urbana usar para fazer publicidade? Vocês sabem o que são quinhentos e nove mil reais? E não venham me dizer que o preço da televisão é alto. Não é não, eu trabalho em rádio. De quinhentos e nove mil reais retiram-se duzentos mil, sobram para o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, para a tal educação do povo, nada menos do que trezentos e nove mil reais. Se não dá para fazer divulgação do Departamento Municipal de Limpeza Urbana com trezentos e nove mil reais, o departamento publicitário é muito incompetente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 03 aposta ao PLE nº 027/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, serei breve. O parecer na Comissão de Finanças teve dois votos favoráveis e um voto contrário. O voto contrário ao parecer foi meu, e o parecer era pela rejeição. Não tenho como votar contrariamente ao que está sendo proposto, porque o relator diz assim: “Em que pese o mérito da presente Emenda; em que pese o nobre objetivo da Emenda; e que com isso as campanhas do órgão - que é o DMLU - em caráter informativo ou de orientação social não serão viáveis.” Não vejo no Departamento de Limpeza Urbana nada que deva ser divulgado. Falta muita coisa, falta muita seriedade, então vou votar favorável à Emenda, e até nem sei se ela está bem colocada. Confesso que tenho dúvidas. Mas, quando foi dado o parecer, é sobre ele que me baseei, e fui contrário ao parecer. Portanto, vou votar favorável à Emenda. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Está em votação a prorrogação da Sessão por até duas horas. Os Srs. Vereadores que aprovam a prorrogação da Sessão por até duas horas, permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, a Emenda nº 03 aposta ao PLE nº 027/01. (Após a apuração.) APROVADA por 11 votos SIM e 10 votos NÃO, com o Voto de Minerva deste Presidente.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3740/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 028/01, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Água e Esgotos para o exercício econômico-financeiro de 2002. Com Mensagem Retificativa e Emenda nº 04.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e da Mensagem Retificativa e pela rejeição das Emendas nºs 01 a 04.

 

Observações:

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento nesse sentido, subscrito por um terço dos membros da Casa – Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- somente Emendas subscritas pela maioria dos membros da CEFOR são admitidas nesta fase - Art. 120, Parágrafo único, do Regimento;

- para aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM;

- retiradas as Emendas nºs 01 a 03.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 028/01. (Pausa.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro votação nominal para verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Necessitamos do quórum de onze Srs. Vereadores para entrarmos na discussão do Projeto.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Estou fazendo um Requerimento, que é uma faculdade que o Vereador tem; portanto submeto a V. Ex.ª esse Requerimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, para votarmos precisamos do quórum de dezessete Srs. Vereadores.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Perfeitamente, Ver. Luiz Braz. À Questão de Ordem de V. Ex.ª, nós respondemos com a orientação da Diretoria Legislativa, no sentido de que para votarmos temos de ter dezessete Srs. Vereadores no Plenário.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, eu gostaria, com o aval de V. Ex.ª, que a TV Câmara focalizasse o Plenário, neste momento, para averiguar juntamente com a votação, quantos Vereadores estão na Casa, neste exato momento. Por favor.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Não cabe a Questão de Ordem de V. Ex.ª.

O Ver. Sebastião Melo solicita verificação nominal de quórum.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Sebastião Melo.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Nobre Vereador, estamos em processo de votação, V. Ex.ª tenha mais atenção, só isso.

Em votação nominal o Requerimento do Ver. Sebastião Melo, solicitando verificação de quórum. (Após a apuração.) Vinte e quatro Srs. Vereadores presentes. Há vinte e quatro Srs. Vereadores em Plenário.

 

(O Ver. Fernando Záchia assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Retornamos à discussão do PLE nº 028/01. (Pausa.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Desculpe, Sr. Presidente, eu estava aguardando que V. Ex.ª apregoasse o Processo e V. Ex.ª apregoou só o número do Processo e eu não sei exatamente, como não consegui acompanhar aqui, qual das autarquias estamos votando agora.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Perfeito. Respondo a V. Ex.ª: o Ver. Paulo Brum, quando presidia, já havia apregoado, estamos na pág. 51, PLE nº 028/01 - Projeto de Lei do Executivo referente ao DMAE. Estamos entrando na votação desse Projeto.

Não havendo quem queira discutir, encerrada a discussão. Em votação o PLE nº 028/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Votamos o Projeto e a Mensagem Retificativa.

Em votação a Emenda nº 04 aposta ao PLE nº 028/01, destacada pelo Ver. Sebastião Melo e outros. O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou ler o art. 6º da Lei das Diretrizes Orçamentárias, Lei votada no dia 10 de setembro de 2001, Ver. Pedro Américo Leal, Ver. Beto Moesch, Ver. João Antonio Dib. Diz o seguinte: (Lê.) "Fica o Executivo Municipal, de acordo com o disposto nos artigos 7º, 42 e 43, da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, pela Constituição Federal e o art. 6º da Lei 8.760 - que é a Lei das Diretrizes Orçamentárias - autorizado a: I - abrir, durante o exercício, créditos suplementares como segue:

 a) até o limite de 4,2%, do total da despesa autorizada; é o conjunto do orçamento.

b) para atender reajustes e realocação de pessoal e encargos sociais;

c) à conta da Reserva de Contingência;

d) para atender despesas relativas à aplicação de receitas vinculadas, bem como seus rendimentos financeiros, que excedam à previsão orçamentária correspondente.”

E aí vem novamente o Ver. Sebastião Melo. Assunto já vencido na discussão anterior, quando travamos o debate a respeito da Lei do Orçamento da Autarquia DMLU. O que pretende o Vereador? Estabelecer que esses 4,2% de suplementação, que a Lei das Diretrizes Orçamentária determinou que seja para o conjunto da despesa, seja vinculado à rubrica. Isso entra em prejuízo à Administração Pública, como é contrário ao texto da Lei que nós aprovamos.

Não estão certos aqueles que interpretam que pode retornar a esta Casa assunto que já foi rejeitado na LDO, assunto que já foi resolvido no mérito e na disputa da maioria do Plenário, que é o entendimento desta Casa. E não está correto voltar aqui, quando a Comissão Técnica, lastreada neste argumento resolveu pela rejeição. V. Ex.as verificarão que vai haver uma monotonia nessa situação. Vamos ter de vir aqui, em todas as autarquias e na Centralizada, para defender o mesmo aspecto, porque o Ver. Sebastião Melo está irresignado com a decisão desta Casa na Lei das Diretrizes Orçamentárias, e, no mérito, Ver. Sebastião Melo, que quer limitar a 4,2%, eu quero ver quando tivermos de rubricar o Orçamento e suplementar o Orçamento daquelas obras e serviços que necessitam de muito mais. Por isso que é lei federal, a Lei das Licitações determinou que o Executivo pode autorizar verbas extraordinárias na execução de obras ou de projetos em até 25%. Isso significa dizer que uma obra que está orçada em 100 mil reais, se no curso da execução, ela apresentar elementos que autorizem a chamada de valor extraordinário, a Lei permite até a margem de 25%. Se não for assim, quase a totalidade das obras seriam inexeqüíveis. Os contratos de serviços também.

E o Ver. Sebastião Melo quer engessar a título de não passar um cheque em branco para a Administração. Mas que discurso é esse? Ele pode até criar uma estupefação e um certo aplauso para aqueles que querem sentir-se contemplados e confortados com esse discurso por uma oposição que não tenha fundamento. Mas como se pode dizer uma coisa dessas, se a Lei das Diretrizes autoriza, se isso é feito a partir da Lei das Licitações, se é feita a fiscalização pelo Tribunal de Contas? Ou seja, é um discurso que não se fundamenta; é contra a lei, e, no mérito, é contra o interesse público. Por isso, somos pela rejeição, aliás, na esteira do que já foi na LDO, do que já foi na CEFOR e como já foi, há poucos minutos, na discussão da autarquia, o DMLU. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar como autor a Emenda nº 04 ao PLE nº 028/01.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero, de forma muito fraterna, discordar do Líder do Governo. Eu penso que esta discussão não é monótona, mas de muito interesse do povo de Porto Alegre que está nos assistindo, que está no Plenário. Afinal de contas, nós estamos tratando de recursos para as indispensáveis obras desta Cidade. Então, eu refuto que não é monótona.

O Ver. Estilac Xavier é muito atilado, mas - talvez, pelo acúmulo de trabalho, porque liderar uma Bancada do Governo não é fácil, principalmente de um Governo que tem muita propaganda e pouca obra – esqueceu de ler que tem cinco Emendas com o mesmo teor, sendo que três foram rejeitadas na Comissão e duas aprovadas. Então, o argumento de V. Ex.ª, de que a Comissão já rejeitou, não tem nenhum fundamento, porque a mesma Emenda foi rejeitada por algum relator e foi aceita por outro relator. Por isso, essa tese de V. Ex.ª não logra êxito.

Vamos ao mérito da matéria, porque ele é fundamental. Até 1988, antes da Constituição, não havia um regramento para orçamentos. Tanto é verdade, Ver. João Antonio Dib, que V. Ex.ª governou esta Cidade, e teve épocas em que as Câmaras rejeitavam ou não rejeitavam, não havia Emendas, V. Ex.ª sabe disso. Os Orçamentos foram-se aperfeiçoando, fruto do debate democrático. Agora, se eu faço um Orçamento e se digo para a população que vão construir 22 km de asfalto, cinco centros de saúde, dez creches para a Cidade e construir mais cento e poucas obras, e se esse orçamento foi fruto do um debate com a comunidade, se o Orçamento Participativo, nas noites intermináveis, elaborou, junto com a sociedade, esse orçamento, o Prefeito, agora, chega e diz: o Orçamento Participativo votou para fazer a obra do Lami, mas eu quero que os Vereadores me autorizem para eu tirar o dinheiro da obra do Lami para colocar na publicidade. Eu penso que isso não está correto! Quem tem convicção, vai até o fim. Eu posso perder todas as Emendas, mas o povo de Porto alegre vai ganhar com isso, porque, no mínimo, vai despertar, nos meus pares e na sociedade, a idéia de que esse debate precisa ser aprofundado. Não adianta eu criticar o Executivo, no curso do ano do mandato, dizendo que gasta muito em publicidade, que gasta muito nisso ou naquilo, mas quando vem uma lei, eu que faço a crítica, vou lá e voto a favor do Governo. Então, vamos insistir.

Não estamos tirando nenhum poder do Executivo, não estamos engessando o Executivo, mas quero dizer ao pessoal do São Geraldo, que nos assiste, que se o Governo disser que a obra tem que ser no São Geraldo, tem que ser no São Geraldo, não pode ser no Lami. Agora, o que o Governo quer é dizer: bota-se na regra orçamentária que a obra é no São Geraldo, mas faz a obra no Lami. Com isso nós não concordamos. Mas vou dizer mais: 4,2% significam 48 milhões que o Governo vai suplementar sem pedir a esta Casa. Porém, queremos que ele suplemente rubrica por rubrica. Além disso, ele tem 5,8% do Orçamento, que passa de um milhão, que é a reserva de contingência que é da Lei de Responsabilidade Fiscal e que, portanto, soma com os quarenta e poucos, mais cinqüenta e poucos – 108 milhões de reais de suplementação! Mas o Prefeito, faminto por suplementação, ainda quer mais suplementação, e vem aqui na Casa e quer mais suplementação. Pois nós vamos continuar nesse diapasão, vamos continuar nessa caminhada. Quero lembrar que na Lei de Diretrizes Orçamentárias, perdemos por três votos, e não renovamos a votação por um pedido coletivo da Presidência da Casa e outros Vereadores. Agora, essa questão não está resolvida. Entre a proposição e a fiscalização, fico com a fiscalização. O Poder Legislativo tem que operar melhor, tem que se qualificar e tem que fiscalizar com responsabilidade.

Não somos favoráveis ao denuncismo, mas achamos que se o Prefeito quiser gastar, ele que mande para a Câmara e diga por que quer gastar, e, se for bom, vamos aprovar. Eu serei o primeiro a subir a esta tribuna para dizer que aprovo 50, 200, 500 milhões de suplementação, desde que a obra seja boa. Agora, gato por lebre, não vão me vender. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 04 ao PLE nº 028/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que diz a Emenda do Ver. Sebastião Melo que tanta polêmica está causando? Diz o Vereador, na sua proposta, que: “... para suprir as dotações que resultarem insuficientes após a atualização destinada a atender despesas de reajustes de atualizações remuneratórias relativas a pessoal e encargos sociais, despesas relativas à aplicação de receitas vinculadas. bem como seu rendimento financeiro, despesas relativas à aplicação vinculadas que excedam a previsão orçamentária correspondente, outras despesas não compreendidas nas alíneas anteriores, até o limite de 4,2% de cada dotação autorizada.” Até o limite de 4,2% de cada dotação autorizada. Segundo, para a realização de operações de crédito junto às instituições financeiras, de acordo com a lei vigente, mediante autorização legal e específica da Câmara de Vereadores.

Eu não sei onde se vê ilegalidade, conflito com a Lei de Diretrizes Orçamentária: que fique só nesse limite de 4,2%, na possibilidade de suplementação; 4,2% é recurso substancial, não é um valor qualquer.

Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª que entende bem do DMAE, 4,2% não é um valor substancial? Eu me lembro de V. Ex.ª se debater, inclusive em outros tempos, por um percentual até menor. Acho até que o Ver. Sebastião Melo não está exagerando nessa proposta.

Estamos aqui discutindo, reiteradamente, essas matérias, cada um com uma posição divergente com relação ao assunto, mas, no fundo, a discussão é se vamos realmente deixar que a coisa aconteça de forma muito aberta, ou se vamos colocar um certo freio nessa capacidade de fazer a suplementação - que nós não estamos negando, estamos limitando, estabelecendo um patamar, um limite sobre o qual, em determinadas situações, ouvida a Câmara dos Vereadores, pode até haver uma modificação.

Não queremos é que esta Câmara seja um segmento decorativo dentro da estrutura administrativa da Cidade.

Ora, se houver essa situação, a realização de operações de créditos junto à instituição financeira, de acordo com a lei vigente, mediante autorização legal, em específico da Câmara dos Vereadores, pronto! Será que a Câmara dos Vereadores vai negar receita para o Município que viesse a ser solicitada diante de uma situação nova que se crie com o surgimento de um financiamento ou de complementação desse financiamento? Como eu sei que é a pretensão do Executivo Municipal buscar uma complementação do financiamento do BID, em face da valorização do dólar e da desvalorização do real, o que vai ensejar, no final, e é essa a expectativa, recursos que podem ser oferecidos em outra circunstância. A autorização já foi dada, e se houver essa necessidade de suplementação específica para que se realize, plenamente, os trabalhos da III Perimetral ou para outra situação, cuja necessidade venha a ser criada, certamente não vai faltar sensibilidade para a Câmara de Vereadores, no sentido de dar essa suplementação. Não faltaria para dar. Inclusive, se amanhã, dois dias depois de surgir recurso para atender ao saneamento básico de Porto Alegre, pedirem para a Câmara, o Ver. Sebastião Melo compromete-se a encaminhar a votação, e eu não vou nem precisar falar, porque o Vereador vai ser convincente o suficiente para garantir que isso ocorra com a celeridade devida.

Com relação a essa matéria, eu não tenho razão nenhuma para deixar de acompanhar aqueles que entendem que a Emenda do Ver. Sebastião Melo não conflita com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, e não conflitando com a Lei de Diretrizes Orçamentárias não tem nenhum vício de ilegalidade, e não tendo vício de ilegalidade tem que julgar no seu mérito, e no seu mérito é boa, e por ser boa eu vou votar a favor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 04 ao PLE 028/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria que todas as suplementações passassem pela Câmara Municipal, por isso, reiteradas vezes, ao longo dos anos, eu propus que o limite fosse zero. Se as suplementações passassem pela Câmara, não aconteceria depois de uma enxurrada, onde houve tremendos alagamentos na Cidade, um Decreto de Suplementação de 2 milhões de reais, e para operação e manutenção do sistema de proteção contra as cheias, apenas 1 mil, 435 reais. Não aconteceria isso, mas o que nós votamos na Lei de Diretrizes Orçamentárias é que é 4,2, e aí nós votamos, nós não conseguimos, não foi mudado isso. Eu penso que no próximo ano nós temos de somar as nossas forças e fazer por rubrica, o que eu também já tentei, várias vezes, e não consegui. Então, agora não adianta, nós votamos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que é 4,2 do montante, não existe outra coisa a fazer. Eu penso que vamos manter a mesma posição, ou seja, contrário à Emenda, sem nenhuma dúvida. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 04 ao PLE nº 028/01.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós entendemos que a Emenda, do ponto de vista formal, não fere disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias, porque esse limitador de 4,2% se dá sobre o montante. E eu posso fazer a interpretação que se pode estabelecer, se pode firmar o entendimento regrado pela Lei, por Emenda de que 4,2 incida sobre as diferentes rubricas. Nós até deveríamos fazer essa experiência, ela seria enriquecedora do ponto de vista político, administrativo da Cidade, seria enriquecedora, porque em situações tais o Prefeito mandaria à Casa os seus projetos no sentido de suplementar quando assim entendesse. Evidentemente, trouxe com muito acerto o Ver. Estilac Xavier - que tem experiência, sim, no setor de obras - que as obras são problemáticas, evidentemente, mormente tratando-se de obras que envolvem a Cidade de um modo geral. São problemáticas, mas nós poderíamos fazer essa experiência.

Evidentemente, também não queremos aqui burocratizar a Casa. Agora, essa iniciativa do Ver. Sebastião Melo seria uma experiência para ver como se desenvolveria esse novo método de se suplementar verbas. Era uma experiência, uma experiência boa, porque nada impede que o Sr. Prefeito Municipal mande os pedidos. V. Ex.ª apenas quer que a suplementação se dê de rubrica a rubrica, e invoca a V. Ex.ª o compromisso firmado quando se faz um projeto de obra. V. Ex.ª quer que a suplementação se dê ali e não fora dali, trazendo rubrica de uma área para outra. Então, acho que tínhamos de fazer essa experiência no sentido de ver, efetivamente, que resultado teria. Porque é bom que se diga, Ver. Sebastião Melo - e eu tenho alguns mandatos nesta Casa - que esta Casa tem um senso de responsabilidade muito grande, muito grande, e jamais negaria ao Sr. Prefeito Municipal, com a presteza e a exação que lhe corresponde, qualquer recurso no sentido de atender interesses maiores do Município. Portanto, penso que a Emenda de V. Ex.ª seria uma forma de provocar um novo processo de fiscalização, uma fiscalização político-administrativa na Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação nominal, por solicitação do Ver. Luiz Braz, a Emenda nº 04 aposta ao PLE nº 028/01. (Após a apuração.). REJEITADA a Emenda por 06 votos SIM e 17 votos NÃO.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, eu queria corrigir o meu voto de SIM para NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Já foi apregoado o resultado, Ver. Adeli Sell.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3742/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 030/01, que estima a Receita e fixa a Despesa da Fundação de Assistência Social e Cidadania – FASC, para o exercício econômico-financeiro de 2002. Com Mensagem Retificativa e Emendas nºs 02 a 04.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto, da Mensagem Retificativa e das Emendas nºs 01 e 02 e pela rejeição da Emenda nº 03.

 

Observações:

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento nesse sentido, subscrito por um terço dos membros da Casa – Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- somente Emendas subscritas pela maioria dos membros da CEFOR são admitidas nesta fase - Art. 120, Parágrafo único, do Regimento;

- para aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM

- retirada a Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 030/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Como as Emendas nº 01 e nº 02 têm parecer favorável, elas vão ser votadas englobadamente com o Projeto?

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Foram destacadas, Vereador: a Emenda nº 02 pelo Ver. Aldacir Oliboni e outros, e a Emenda nº 03 pela Ver.ª Sofia Cavedon. A Emenda nº 04 é votada em bloco com o Projeto.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 030/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pelo que informa a Presidência, como foram destacadas as Emendas nº 02 e nº 03, eu presumo que a Emenda nº 01, que tem parecer favorável da douta Comissão de Finanças e Orçamento deva ser votada englobadamente com o Projeto. O que dizem as Emendas nº 02 e nº 03, uma com parecer favorável e a outra com parecer contrário, que vêm a votação desta Casa, que merecem, inclusive, que sejam feitos destaques?

É importante que nós saibamos que a Emenda nº 03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que foi destacada pela Ver.ª Sofia Cavedon, propõe “a elevação da dotação orçamentária abaixo discriminada, que passa a vigorar com os seguintes valores: “Fundação de Assistência Social e Cidadania, na administração dos serviços da rede especializada, abrigagem para crianças e adolescentes, outras despesas correntes: 3 milhões, 807 mil, 299 reais e 32 centavos. Reduz 50 mil reais a dotação orçamentária a seguir discriminada, que passa a vigorar com os seguintes valores: 1) da Assistência Social e Cidadania, Administração Central, Publicidade, outras despesas correntes: 147 mil, 747 reais e 63.” Resumindo o resumo, o que quer o Vereador é retirar da publicidade 50 mil reais e transferir esses 50 mil reais para abrigagem para crianças e adolescentes. Já a Emenda nº 02, do Ver. Sebastião Melo, é, em última análise, o objeto da discussão anterior, que nós tivemos há poucos momentos, em que a Casa, com uma maioria mais do que absoluta, se manifestou contrariamente.

Então, Sr. Presidente, nós temos que a Emenda nº 03 trata dessa redução de 50 mil reais. Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª deu parecer favorável a essa Emenda, a Emenda nº 03, se bem entendo. O Ver. João Antonio Dib diz (Lê.) “Já tendo sido apreciado o Projeto de Lei e a Mensagem Retificativa, bem como as Emendas nºs 01, 02 e 03 que aparecem, merece ter aprovação e agora cabe parecer à Emenda nº 04. Na Emenda nº 04, o Ver. João Antonio Dib recomenda aprovação. A Emenda nº 04 é de autoria do Ver. Haroldo de Souza, exatamente essa que mais uma vez quer tirar 50 mil reais da publicidade da FASC para transferir para abrigagem para crianças e adolescentes.

Então, Sr. Presidente, as Emendas nº 03 e nº 04 são praticamente iguais. A 03 está equivocada e a 04 está certa – lembra-me o Ver. Elói Guimarães. Então Sr. Presidente, se a 03 está equivocada, vamos ficar... E não há destaque para a 04?

Sr. Presidente, V. Ex.ª disse que havia destaque para as Emendas 02 e 03, e para a 04 não há?

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. Reginaldo Pujol, de acordo com a Diretoria Legislativa, foram destacadas a Emenda nº 02, pelo Ver. Aldacir Oliboni e outros e a Emenda nº 03, pela Ver.ª Sofia Cavedon e outros.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Então, Sr. Presidente, confirmado este fato, não havendo destaque à Emenda nº 04, sendo ela votada junto com o Projeto, eu recomendo que seja aprovado o Projeto com a sua Emenda. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência informa que a apresentação do ator Luiz Carlos Magalhães, interpretando Fernando Pessoa, que se realizaria agora no Teatro Glênio Peres, tendo em vista que os trabalhos do Plenário certamente prosseguirão, foi transferida para amanhã às 11h, porque nós queremos que os funcionários desta Casa possam compartilhar desse momento. Estendemos o convite a todos as senhoras e senhores.

Questão de Ordem, com o Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Perfeito, com relação à votação. Eu recebi a informação da Presidência. Consulto V. Ex.ª se vai ser possível encaminhar separadamente a Emenda nº 04. Se ela entrou depois que a CEFOR encaminhou para a Ordem do Dia, mesmo que não tenha sido destacada, tem que ser possível discuti-la, porque ela já não foi avaliada pela Comissão. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Isso não é uma Questão de Ordem, é um esclarecimento o que V. Ex.ª quer. A Emenda nº 04 não foi ainda destacada, mas poderá, porque estamos em discussão.

A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 030/01.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, novamente nos encontramos diante de uma falsa polêmica que se explora, ao meu ver, não muito séria, de que se é correto ou não tirar dinheiro da publicidade para colocar no trabalho da criança e adolescente. As Emendas que estão referindo aqui ao Projeto, ao Orçamento da FASC, que é ampliada em mais de um milhão, fazem um recorte na área de publicidade de diversos órgãos da Prefeitura. Mais de um milhão de reais é buscado na publicidade para aplicar no trabalho com a criança e adolescente. A FASC é uma das áreas em que a Prefeitura mais ampliou recursos. E não é certa a máxima de que apenas recursos são suficientes para tirar a criança da rua. O próprio Ver. Haroldo de Souza diz que são as mesmas crianças que estão há muitos anos na rua. Discutimos com ele muitas vezes o tipo de atendimento; a forma de atendimento é que tem de ser aprofundada e discutida. A integração de ações é que tem de ser aprofundada e discutida. Para essas crianças, eu ousaria dizer que precisaríamos de uma ação mais forte da saúde, por exemplo, porque temos problemas sérios de drogas, que fazem com que elas reincidam na volta para a rua. Todas elas já têm inúmeras entradas em abrigos. Não foi por falta de ter onde dormir e se abrigar que essas crianças ficam nas ruas. Nesta última gestão, nós ampliamos o número de vagas. Temos um acolhimento noturno, temos educação social de rua, aos sábados, domingos, todos os dias, durante 24 horas. Essas crianças são abordadas, são buscadas. Temos é que aprofundar, admito, por que é que não funciona o acolhimento, por que é que a gente não consegue reconstruir esses vínculos. Não é recortando, pura e simplesmente, de vários órgãos - e o Vereador tira do DEMHAB, do DMLU, da Centralizada, do DEP - e aqui se fala em alagamentos e se tira do DEP verbas que são para conscientizar, para não encherem as bocas-de-lobo - um milhão cento e poucos para colocar na FASC. Não é sério isso, porque mesmo para atuar com meninos e meninas de rua nós precisamos trabalhar com publicidade, precisamos fazer campanhas educativas, precisamos fazer campanhas de educação desse povo em relação ao meio ambiente, à habitação, em relação a alagamentos, a saneamento básico. Então, esta Câmara não estará sendo séria se aprovar isso, sem levar em conta esses dois aspectos fundamentais. Crescemos muito na questão da criança e do adolescente, e precisamos, com certeza, aprofundar a integração de ações, mas não é pura e simplesmente colocando-se em abrigagem mais valores que vamos resolver.

E mais, nós desequilibramos totalmente o Orçamento, tirando a possibilidade de tornar transparente os atos da Prefeitura, tarefa nossa que, por meio da publicidade, informamos para a educação e orientação social do cidadão; informamos para a formação consciente da cidadania; informamos para que haja transparência nas ações do Governo, informamos para que haja controle sobre as ações do Governo. Como a população vai controlar um Governo que não diz o que faz?

Aqui, várias vezes, vem-se dizer que querem conhecer e saber. Se aprovamos Emendas desse jeito que, para mim, tecnicamente, têm erros graves, nós tiramos a possibilidade... Não sei se conseguimos manter as publicações legais que a Prefeitura tem de fazer. Não dá para não sermos sérios e conseqüentes nisso. Não dá! Nós temos de manter um equilíbrio no Orçamento, sob pena de usar mal a verba pública. Não é assim que vamos tirar a criança da rua. Nós precisamos garantir a comunicação, nós precisamos garantir o controle da população sobre o que é feito.

Esse é o apelo que faço, além do que, nós, se em cada uma das leis, simplesmente retiramos verbas, as leis vão ficar capengas, depois teremos de fazer não sei o que para tornar o Orçamento tecnicamente legal do jeito que está proposto. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLE nº 030/01.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, vejo, com muita preocupação, as Emendas propostas novamente na autarquia da FASC. Nós sabemos que o Orçamento da FASC, do ano passado para cá, teve um percentual de aumento de 31%, já nessa nova Peça Orçamentária. Sabemos que é pouco essa Peça Orçamentária; precisamos ter políticas de atendimento com um percentual maior, mas, dessa forma como estão propostas as Emendas, destinando para abrigagem, apenas, eu fico preocupada. Fico preocupada como estão sendo colocadas as Emendas aqui propostas. Digo isso, porque a FASC tem um programa de atendimento muito amplo e muito heterogêneo; faz o atendimento à criança, ao adolescente até o idoso. Faz um atendimento na área da assistência social, sem fazer o assistencialismo, trabalha com as famílias, com a geração de renda e, além disso, no atendimento ao trabalho educativo e extraclasse das crianças da nossa Cidade.

Sabemos que remanejar uma verba simplesmente para abrigagem é preocupante. A liminar que o Juiz Daltoé deferiu contra a Prefeitura de Porto Alegre, vou repetir, tem mérito, sim, mas, judicialmente, foi cassada e estamos esperando a nova determinação judicial.

Então, Sr. Vereadores, nós não podemos destinar todos os recursos para um programa de atendimento apenas da nossa Fundação de Assistência. Há programas na área da criança e do adolescente, na área preventiva, convênios com entidades não-governamentais de atendimento a crianças de 7 a 14 anos, onde as crianças passam o turno inverso à escola, com proposta pedagógica, trabalhando os mais diversos temas, como música, educação ambiental, tão difundida pelo Ver. Beto Moesch. Há programas de atendimento às famílias, renda mínima às famílias, nos núcleos de atendimento da Cidade, nos centros de comunidade da Cidade. Nós temos de potencializar, sim, as verbas para o atendimento preventivo às famílias, às crianças, aos cidadãos e às cidadãs, na Cidade de Porto Alegre, necessitados.

Destinar apenas verba para abrigagem parece-me equivocado. Nós vamos estar sempre atacando a conseqüência, jamais a causa original do problema. É importante? É. É tão importante que, neste ano, na Peça Orçamentária - como na proposta do nosso Prefeito, Tarso, na sua campanha, priorizando o atendimento dos meninos e meninas de rua em Porto Alegre - houve um aumento de 31% na dotação orçamentária da FASC do ano passado para este. Sabemos que é pouco. Agora, não podemos simplesmente ignorar todo o trabalho e achar que, por uma ação judicial, uma liminar judicial...

Peço a V. Ex.as a compreensão para que possamos votar essas Emendas com muita clareza do que estamos fazendo aqui, hoje, nesta Casa.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Srs. Vereadores, apregoamos que seja votada em destaque a Emenda nº 04, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon e mais onze assinaturas dos Srs. Vereadores. Portanto, nós apreciaremos em destaque a Emenda nº 04.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 030/01.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos, neste momento, discutindo e vamos, logo em seguida, adentrar a votação da área social do Governo. Em primeiro lugar, quero repetir aquilo que tenho dito aqui, nesta tribuna e em todos os espaços que ocupamos, seja nos debates na Cidade ou nos meios de comunicação. O nosso País é um país de enorme exclusão social e que os entes federados, começando pelo Governo Federal e chegando aos Governos Estaduais não têm tido com a área social a responsabilidade que deveriam ter, porque na Administração Pública, quando eu sou a favor da saúde, eu tenho de ter dinheiro vultoso para a saúde. Quando eu sou a favor de retirar as crianças da rua, colocá-las em casas, em abrigos de recuperação, eu tenho de colocar muito dinheiro nessa área, porque senão o meu discurso não casa com a minha prática.

Então, o Governo Federal não tem uma política social para este País. Pelo contrário, é um Governo de grande exclusão social, que governa para os grandes. Mas esta é uma lógica de um governo que tem uma sustentação neoliberal, na maioria da sua base de sustentação. Então, portanto, ele, na verdade, por mais que ele fale em justiça social, ele está atendendo àquilo que se propôs a fazer, que é atender ao interesse dos banqueiros.

Agora, quando vem para o Governo Municipal, que é um Governo da Frente Popular, formado pelo PT e outros partidos, que tem no seu âmago a questão da inclusão social, Ver. Luiz Braz... E, aí, quando eu olho para os investimentos na área social do Governo, é uma mixaria! Fui eu que disse que ia tirar as crianças da rua ou foi o Sr. Tarso Genro? Fui eu, Vereador de Porto Alegre, de oposição, que disse que ia construir uma cidade cidadã, resgatando essas trezentas crianças que hoje vivem debaixo das pontes, como a criança que foi levada pela água na enxurrada de segunda-feira? Será que uma Prefeitura que tem um bilhão e meio de Orçamento não tem dinheiro suficiente para dar tratamento a essas trezentas crianças? Nós estamos falando de treze anos de Governo, nós não estamos falando de um Governo de dois meses! Mas eu vou esquecer os doze anos do Governo e vou voltar agora para os dez meses de Governo do Sr. Tarso Genro, que botou, como mote principal da sua campanha, a recuperação dessas crianças. E o que é que nós vemos hoje? Eu vejo aqui a bancada governista acusar o Conselho Tutelar, que tem uma outra função, e uma função estabelecida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, mas o Conselho Tutelar só vai ser forte, atuante, se tiver políticas públicas de inclusão social do ente público.

Então, eu quero dizer que este Orçamento da FASC é muito tímido para as demandas. Eu não posso admitir que, ao votar esse Orçamento, uma entidade como a Sociedade Ramiro D’Ávila, com mais de setenta anos de existência, que recebia 1 mil e 800 reais para a sua creche para cuidar de crianças, de pessoas que vivem na rua... Pois o Sr. Secretário da SMED foi lá e cortou o convênio! O Governo fala em inclusão social, no discurso, mas vai lá com a mão e tira o dinheiro da Sociedade Ramiro D'Ávila. Vejam agora, o Governo quer regulamentar as creches, exigindo um aparelhamento, o que vai fazer fechar 70% da creches no Município de Poro Alegre.

Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tristemente, eu quero dizer que o Governo de esquerda, do discurso da inclusão social, não tem executado, na prática dos Orçamentos, a inclusão social. E digo isso com muita tristeza, porque, com referência ao Governo Federal e a outros governos, penso que há uma lógica, agora, eu não posso aceitar ouvir todos os dias um discurso sobre a inclusão social, e, quando eu vejo o Orçamento, esse é minguado para a área social. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos a retirada do destaque à Emenda nº 03. Portanto, está retirado o pedido de destaque à Emenda nº 03, para que essa fosse votada em separado.

A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLE nº 030/01.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, este Projeto que estamos discutindo é fundamental e diz respeito à concepção, na teoria e na prática, daquilo que nós acreditamos, que é a questão da inclusão social. É um projeto fundamental e nós consideramos que as emendas que estão vindo em relação ao Projeto pertinente à FASC ferem, prioritariamente, as ações sociais da nossa Cidade. Agora temos de deixar claras, e cada vez ficam mais explícitas, as formas sofisticadas que alguns setores da oposição desta Casa trazem para ferir aquilo que nós consideramos um mérito, no que diz respeito à participação popular, que é o Orçamento Participativo Se não conseguem de uma forma, tentam atingir a questão da publicidade E a publicidade, senhoras e senhores, é um fator fundamental, ela é legal, regimental e eticamente correta. Quando nós temos a obrigação de fazer as licitações, quando nós temos a obrigação de informar às comunidades daquilo que estamos fazendo, trazer esse resultado. Só que sabemos que, por trás de tudo isso, existe uma forma, sim, de querer quebrar a espinha dorsal do Orçamento Participativo. Sabemos que não é de hoje que isso acontece; todos os anos, quando vamos votar, isso tem sido uma norma. Mas também acredito que a responsabilidade desta Casa vai calar profundamente no coração e na mente dos homens e mulheres que têm a responsabilidade de fazer com que as questões pertinentes à FASC, quando tratamos daquelas crianças e adolescentes excluídos da sociedade, daquelas pessoas – não apenas crianças e adolescentes – idosas, os que estão em área de risco, sejam solucionadas, e isso faz com que estabeleçamos aqui uma parceria e a responsabilidade necessária para que possamos aprovar esse Projeto. Mas eu ainda queria falar de algo que considero fundamental. Fiz um aparte anti-regimental, Ver. Sebastião Melo, e até lhe peço desculpa pela forma, mas também queria dizer ao senhor, na boa luta da vida e da política, que todos nós, certamente, entendemos de muitas coisas. Agora, para nós, do Partido dos Trabalhadores, pode até acontecer algum problema, agora, não aceitamos deixar de qualquer forma as coisas que encaminhamos. Mas o senhor deveria também, politicamente falando, ter um certo cuidado com essa crise de identidade que o senhor está tendo, porque no seu Governo, junto com o Fernando Henrique, temos o Gedel Vieira, temos o Presidente do Grupo Conceição, o Superintendente do TRENSURB, o Ministro dos Transportes, o Ministro da Integração Nacional, o Moreira Alves, que é assessor do Presidente Fernando Henrique, e V. Ex.ª vem aqui falando como se fosse de esquerda, “dando pau” na globalização! V. Ex.ª não pode! V. Ex.ª tem de assumir aqui que V. Ex.ª faz parte daqueles que dão respaldo para o Governo Federal. Não pode vir aqui e simplesmente colocar uma versão e depois “lavar as mãos”, como Pilatos, como se não tivesse absolutamente nada a ver. O Governo Federal cortou 35 milhões da área social, e como fica a situação dessas pessoas do seu Partido que estão lá em relação aos cortes na área social? Tem de assumir, dizer aqui para que todos ouçam e saibam quem é quem na teoria e na prática em nome da boa luta política. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 030/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver. Estilac Xavier, Líder da bancada petista, tenha certeza absoluta de que se há uma área que eu olho com muito carinho é a da assistência social. Eu gostaria que o Governo Municipal estivesse já há bastante tempo destinando mais recursos para que essa área pudesse estar fazendo o atendimento necessário às nossas crianças pobres, aos nossos idosos, às pessoas necessitadas, coisa que, infelizmente, não conseguimos notar na Cidade. Eu já disse, várias vezes, que bastaria que alguém caminhasse depois das 22 horas pelo Centro da Cidade, na Rua da Praia, para notar a quantidade de crianças, idosos e pessoas jogadas, atiradas, principalmente naquela região onde o Partido dos Trabalhadores inaugurou a Rua 24 Horas, essa rua que ninguém fala mais e que, hoje, infelizmente, serve apenas de mictório para as pessoas que perambulam à noite pelo Centro da Cidade. Isso é o que virou a Rua 24 Horas. Mas as pessoas estão ali sem nenhum tipo de assistência. Eu quero saber onde está a Secretaria e a Fundação, que não percorrem as ruas centrais da Cidade, não dão assistência a essas pessoas, não fazem com que essas pessoas possam ter, pelo menos, uma certa orientação no sentido de serem reintegradas à nossa sociedade. Isso seria a inclusão social. Então, o PT poderia fazer esse discurso que vejo fazer, mas que não vejo a prática da inclusão social, porque teríamos de dar amparo a essas pessoas que não têm para onde ir e que vivem no Centro da Cidade e em outros locais.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Já que V. Ex.ª está tocando nesse angustiante problema, quero adiantar que, aqui, em frente há esse casario, que outrora pertenceu à Companhia de Energia Elétrica que homizia crianças, malandros, e tem quase que cem pessoas aí dentro assaltando esses bairros aqui das imediações. É um perigo se esperar ônibus aqui depois das seis horas da tarde. Onde estão as autoridades?

 

O SR. LUIZ BRAZ: Onde está a assistência social, onde está a FASC? Olha, nós vamos aprovar aqui, porque eu vou dar o meu voto favorável, 31 milhões, 365 mil, 789 reais que são recursos de transferência da Centralizada para a FASC. Aliás, eu acho que aqui, na descrição do Orçamento, deveria constar entre as receitas, eu acho que é uma forma equivocada de escrever o projeto, deveria constar essa receita de transferência, ela não está aqui, ela aparece depois, lá, no art. 2º, dizendo que é a diferença que vai existir entre a despesa e a receita, mas não está aqui entre as receitas. Eu acho que deveria essa receita de transferência estar descrita aqui; receitas correntes, receitas patrimoniais, outras receitas correntes, mas eu acredito que para este Projeto estar escrito de uma maneira correta, deveria estar constando essa receita de transferência, mas não está, mas eu leio aqui no art. 2º, que vai ser feita essa transferência que não está anotada como transferência, mas vai ser feita essa transferência no total de 31 milhões, 365 mil, 789 reais. Eu quero crer que sejam recursos suficientes para começar pelo menos a fazer com que o Dr. Tarso Genro, que é o Prefeito da nossa Cidade, não fique realmente com a pecha de ter faltado com a palavra, de ter dado a palavra para a comunidade de retirar as crianças pobres da rua e não o fazer. Espero que agora, com esses 31 milhões que vão da Centralizada lá para FASC, eu espero que pelo menos com esses recursos, o Dr. Tarso Genro comece a fazer alguma coisa no sentido de cumprir com a sua palavra que empenhou na época que assumiu a Prefeitura Municipal, mas como já estão dizendo que ele já vai sair para concorrer agora no início do ano, parece que se acontecer isso, ele não vai ter tempo de cumprir com a sua palavra, e vai ficar ruim para o Prefeito Municipal. Mas, em todo o caso, eu acho que nós não podemos fazer outra coisa a não ser aprovar esses recursos e transferências aqui que vão fazer com que a FASC, quem sabe, possa fazer pelo menos alguma coisa em prol das crianças, já que até agora nada foi feito. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à votação do PLE nº 030/01.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu apenas quero conferir o destaque que encaminhamos. Eu encaminhei, neste momento, a Emenda nº 04. Está tudo bem? Para não ser votada em conjunto e depois não ficar prejudicada.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Está tudo bem. Foi apregoada, Vereadora.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 030/01.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, confesso que não queria, Ver. Nereu D’Avila, voltar a esta tribuna, mas me sinto no dever cívico de retornar a esta tribuna, para dizer que eu concordo com a Ver.ª Maristela Maffei, que sabe da minha posição, aliás, eu fui autor de uma proposição para tirar o Jader Barbalho, do meu Partido, da Presidência do Senado, da Presidência do PMDB, então sabe que eu não compactuo, como imagino que V. Ex.ª não compactua com o Diógenes, pois imagino que V. Ex.ª é do PT ético. Da mesma forma que nós temos um problema com Jader, V. Ex.ª também tem um problema aqui no Sul. Então, nesse campo, V. Ex.ª pode ficar tranqüila. O seu Governador do Mato Grosso está coligado com o PFL, e apóia o Fernando Henrique, e aí V. Ex.ª não fala nada, mas o seu ex-Governador de Brasília apoiou o Fernando Henrique, e V. Ex.ª não fala nada. A Prefeita Marta Suplicy foi apoiada pelo Fernando Henrique e V. Ex.ª também não diz nada. Então, em matéria de contradição, nós vamos “devagar com o andor, que o santo é de barro”. O seu Partido hoje é um Partido tradicional, financiado pelos empresários, aliás está absolutamente correto.

Quando a Ver.ª Maristela Maffei descambou aqui para o campo das acusações, eu não vi nenhum Vereador desta Casa dizer que ela estava fora da Pauta.

Eu topo discutir com V. Ex.ª, no campo que V. Ex.ª escolher nesta tribuna, na rádio ou na televisão, sobre o campo ético, aliás, o seu Partido está muito embaixo para falar em ética.

Vamos voltar ao tema, vamos falar do Tesoureiro Diógenes, das trutas e tantas outras coisas mais. Mas vamos voltar à questão social. Eu reafirmo que este País, lamentavelmente, não tem uma política social, essa elite gananciosa, num País que tem imensa...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Sebastião Melo, vamos nos manter na Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Mas estou discutindo a questão social, Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Por favor, Vereador.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Estou falando do Orçamento da FASC, estou falando da questão da inclusão social; estou dizendo que os recursos do Orçamento são poucos para a questão social. Eu concordo com V. Ex.ª: eu entrei na crônica policial e V. Ex.ª me corrigiu. Está certo, V. Ex.ª. Mas eu quero lembrar que quando a Vereadora fala em assistência social, eu quero dizer que eu quero cumprimentar a Frente Popular que nesta gestão está tendo uma visão diferente. Por quê? Porque nas gestões anteriores Ver.ª Maristela Maffei, os senhores da Frente da Popular, as senhoras da Frente Popular não davam importância para a assistência social, tanto é verdade que no Governo do Tarso Genro os senhores trataram aqueles guris que estavam lá nos valões da Prefeitura como caso de polícia, chamaram a Brigada Militar. Então, quando eu vejo, hoje, o Governo mudar o seu discurso, achar que é importante a questão das crianças de rua, nós nos somamos e o que estou dizendo é que gostaria de votar mais recursos para a área social, e portanto, esta é uma boa discussão da Cidade.

Então, eu só queria, Sr. Presidente, deixar registrado isso, pedir escusas se transgredi de forma leve o Regimento, mas se o fiz, fiz porque fui instado para isso e me senti no direito de resposta, que é o direito do contraditório, sagrado desta Casa, nesta boa tribuna, da tribuna que contribui com o debate no bom nível. Então, eu não quero adentrar neste campo, todavia fui chamado para ele. Quero dizer que não vou tocar mais nele, desde que não se volte a ele, mas não tenho nenhuma dificuldade de entrar neste campo debatendo com muita tranqüilidade, porque temos história de luta e temos coerência de uma vida e de uma caminhada de 23 anos na vida da militância política. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 030/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, é claro que vamos encaminhar favoravelmente a esse Projeto, esperando que realmente a FASC possa fazer alguma coisa em prol das crianças e também dos idosos. Mas, Ver. Pedro Américo Leal, eu quero só que V. Ex.ª reflita sobre o seguinte. O nosso pessoal de assessoria estava acompanhando o programa de televisão no Canal 5, e, de repente, apareceu lá entre os espaços publicitários, o Cidade Viva. Gasta-se um horror de dinheiro para poder se divulgar. Oito milhões nós estamos aprovando aqui nesse Orçamento para se divulgar o Cidade Viva. Imaginem que apareceu uma senhora, representando a FASC, que disse o seguinte: “Lugar de criança não é na rua.” E dizendo que a FASC retira as crianças da rua. Ora, Ver. Pedro Américo Leal, não pode ser uma propaganda mais mentirosa do que essa. Paga com dinheiro público. Nós pagamos! A sociedade paga para que o Partido que administra esta Cidade minta na televisão, nesse programa chamado Cidade Viva. Isso é um crime. Isso fere o art. 37 da Constituição - moralidade. A propaganda tem de estar embasada na moralidade, na ética. E essa propaganda, Ver. Pedro Américo Leal, é enganosa. Basta que andemos pela Cidade, as crianças não estão sendo retiradas das ruas, as crianças não estão recebendo assistência, as crianças não estão recebendo orientação, elas não estão sendo encaminhadas para escolas, elas não estão recebendo assistência nenhuma! E lá no Cidade Viva, com o dinheiro público, nós estamos pagando para que o PT possa dizer no Cidade Viva: “Estamos tirando as crianças da rua. A rua não é lugar para crianças.”

Ora.... e se paga isso, Ver. Elói Guimarães, vai-se pagar isso com um pouco desses 8 milhões, que, aliás, já não são mais 8 milhões. Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª, um Vereador muito atilado, sabe do respeito que tenho por V. Ex.ª, da amizade que temos de há muito aqui nesta Casa, e até mesmo antes de V. Ex.ª estar aqui nesta Casa, quando era Prefeito aqui desta Cidade, mas V. Ex.ª sabe muito bem que com essa suplementação que aprovamos, agora, já não são mais 8 milhões que vai-se gastar para propaganda e publicidade porque podem ser 58 milhões para enfiar tudo em publicidade e propaganda, porque não é mais por rubrica que vamos suplementar o Orçamento. Como não é mais por rubrica pode ser suplementado assim dessa forma. Alguém pode pegar 58 milhões que é 4,2% sobre o total do Orçamento e enfiar tudo em propaganda para que lá na Cidade Viva tenha alguém dizendo essas barbaridades, essas mentiras para a nossa população.

Eu acredito, Ver. Pedro Américo Leal, que ainda falta consciência para que nós, aqui nesta Casa, possamos votar realmente essas matérias de uma forma diferente, não permitindo que o PT possa gastar esse dinheiro em espaços de rádio e televisão da forma como gasta, iludindo a sociedade, iludindo as pessoas, falando para as pessoas coisas que não são reais, mas que, infelizmente, formam a opinião pública de forma equivocada, de jeito equivocado.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte?

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu gostaria muito de fornecer aparte a V. Ex.ª, mas infelizmente, como é encaminhamento, não consigo, Ver. Pedro Américo Leal, fornecer o aparte, mas coloco aqui que o Ver. Pedro Américo Leal está falando que são como jóias, o Orçamento Participativo e o tal Cidade Viva, mas jóias bem entre aspas, aquelas jóias que realmente não gostaríamos de usar de forma nenhuma.

Então, vamos votar a favor dos 31 milhões e alguma coisa mais para a FASC, não tem remédio, só rogando a Deus para que não se gaste parte desse dinheiro para fazer essa propaganda em rádio e televisão da forma como é feita.

Que realmente isso seja gasto para poder retirar as crianças da rua e não para ficar apenas no discurso! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 030/01.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos votando, aqui, um Orçamento que foi discutido, decidido e articulado com a comunidade de Porto Alegre. Aí esse discurso que se estabeleceu, de confronto com o Governo Municipal, não tem validade, porque ele não se refere, inclusive, à sua própria prática. Eu quero dizer, Sr. Presidente, que nós aqui rejeitamos as alusões caluniosas, difamantes que foram feitas ao nosso Partido, e que, portanto, a aprovação desse Projeto é uma aprovação que dignifica esta Casa. Estou recebendo sinais pedindo que eu me apresse, para votarmos, é isso? Se é esse o problema, não há problema, nós vamos dizer aqui o seguinte: o Ver. Sebastião Melo é um Vereador sério, eu sempre tenho dito isso; sua conduta é séria. Todos são, alerta-me o Ver. Pedro Américo Leal. Eu fiz a menção especial Vereador, porque é a ele que eu me quero dirigir. Então, eu o destaco dos outros para poder dizer depois aquilo que penso, porque o que vou dizer depois não é uma coisa que eu gostaria de dizer. O Ver. Sebastião Melo foi contra, sei disso, o Governo Antonio Britto, do PMDB. No entanto, ele não teve a atitude que deveria ter tido no seu Partido: expor-se publicamente e dentro do Partido para mudar o rumo. Então, não há que cobrar coerência nenhuma do PT, porque o PT, quando trabalha com o seu Governo, ele o apóia, ele o sustenta, e aqueles que são membros do Governo, Vereador, e que erram, ou que estão fora do Governo e que estão no Partido e erram, o Partido vai lá e corrige. O mesmo não se diz do seu Partido, mesmo que V. Ex.ª seja contra. Isso estou fazendo em homenagem à seriedade do debate. Mas o seu Partido tem mazelas e mais mazelas nacionais e estaduais das quais não há correção nas instâncias. E nisso V. Ex.ª tem que concordar comigo, porque sei que o senhor é sério. Eu posso-lhe isolar como militante político que é, que tem trajetória, lá da Esquina Democrática, conforme diz, mas o mesmo eu não posso dizer do seu Partido. O meu Partido faz o contrário: quando tem que decidir, decide, e quando alguém incorre em erro...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereador, mantenha-se na pauta, por favor.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: ...nós corrigimos, e por isso eu aceito o apelo do Sr. Presidente. Nós estamos aqui aprovando o Orçamento, e esse Orçamento da FASC é um Orçamento que vem ao encontro do que foi decidido pelas comunidades e ao programa que o nosso Governo quer fazer. Eu quero frisar que as palavras se perdem ao vento; o que constitui política é o que se pratica na Cidade, e o que se pratica na Cidade é o que nós vemos até hoje: é a aprovação da comunidade, com os limites dos problemas, porque este País está sob a condução de um governo que infelicita o País, que exclui e que aumenta a miséria, e a nossa projeção aqui na FASC é o maior Orçamento da assistência social já aprovada na Cidade. Portanto, ele merece a aprovação, e eu sei que até a oposição vai dar o seu voto. Por isso fica aqui a nossa posição. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal o PLE nº 030/01 e a Mensagem Retificativa, nominal, por solicitação do Ver. Sebastião Melo.

SIM aprova o Projeto e a Mensagem Retificativa; NÃO, rejeita.

 

(Falta energia elétrica das 20h27min até as 20h30min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Sebastião Melo, que solicitou votação nominal, pode ser simbólica a votação? (Assentimento do Ver. Sebastião Melo.) Em votação simbólica o PLE nº 030/01 e a Mensagem Retificativa. Os Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS por unanimidade.

Em votação a Emenda nº 02 aposta ao PLE nº 030/01, destacada pelo Ver. Aldacir Oliboni.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Solicito a leitura do teor da Emenda, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Já vamos informar, Vereador.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: A Emenda nº 02 é aquela das dotações orçamentárias por rubrica dos 4,2, do Ver. Sebastião Melo, é isso? Que já votamos no DMLU e no DMAE?

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Emenda nº 02 altera o seu art. 3º, passando a vigorar com a seguinte redação: “Art. 3º: Fica o Executivo Municipal, de acordo com o disposto nos artigos 7º, 42 e 43 da Lei Federal nº 4.320, de 17 março de 1964, pela Constituição Federal autorizada a abrir, durante o exercício, créditos suplementares: 1. Para as suplementações que resultarem insuficientes após a atualização destinadas a atender - a) despesa e reajuste, atualização remuneratórias relativas a pessoal e encargos sociais; b) despesas relativas à aplicação de receitas vinculadas, bem como os seus rendimentos financeiros; c) despesas relativas à aplicação vinculadas que excedam a previsão orçamentária correspondente; d) outras despesas não compreendidas nas alíneas anteriores até o limite de 4,2 de cada dotação autorizada; 2. Para a realização de operações de crédito junto a instituições financeiras, de acordo com as exigências, mediante autorização legal e específica da Câmara de Vereadores.”

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 02 aposta ao PLE nº 030/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu peço desculpas aos meus amigos Vereadores que me solicitaram que eu não viesse mais fazer encaminhamentos com relação a esta Emenda. Eu sou obrigado a continuar a discussão com relação a essa idéia; inclusive nós já tentamos outras vezes, em outros anos, corrigir, através de Emendas como estas, e o Ver. João Antonio Dib já veio a esta tribuna e disse que já tentou alíquota zero, que já tentou fazer com que houvesse também essa suplementação por rubricas, mas ele também não conseguiu. Espero que o Ver. João Antonio Dib ainda mude a sua idéia, até porque é um homem muito inteligente, que faça uma nova leitura do texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias e veja que lá na Lei de Diretrizes Orçamentárias a forma como está redigida a possibilidade de suplementação dá a oportunidade para que o Ver. Sebastião Melo faça a sua emenda, suplementando rubrica por rubrica, porque a Lei de Diretrizes Orçamentárias - e aí o Ver. Juarez Pinheiro está absolutamente correto, é um Vereador muito inteligente, e diz que as emendas do projeto do Orçamento não podem ser incoerentes com aquilo que foi votado na LDO, e não pode mesmo, está certo o Ver. Juarez Pinheiro -, o texto votado na LDO não impossibilita o Ver. Sebastião Melo de fazer a sua Emenda, porque a forma da redação da LDO tanto poderia valer para a suplementação rubrica por rubrica, como para a suplementação do todo. Só que na suplementação do todo - e me valho aqui das contas feitas pelo Ver. João Antonio Dib - nós vamos colocar à disposição do Partido dos Trabalhadores, que administra esta Cidade, 58 milhões de reais para que eles possam colocar onde bem entenderem. E se eles resolverem colocar 58 milhões a mais em publicidade? É por isso que fazem tanta propaganda em televisão, é por isso que o Cidade Viva, por exemplo, às vezes, fica quatro minutos em horários nobres, é por isso que, muitas vezes, falta dinheiro para outras áreas, mas para propaganda não. É por isso que, por exemplo, artistas famosos do nosso Município recebem cachês bastante altos para se exibirem em propagandas do PT, em cerimônias do PT, porque podem suplementar qualquer coisa, têm 58 milhões para jogar para o ar. A única coisa que é coerente nesta Emenda do Ver. Sebastião Melo é exatamente isso. Ora, se pudéssemos a cada vez que fosse suplementar – e queria ter o Ver. Juarez Pinheiro comigo, na oposição, porque ele me ajudaria fazer com que essa Emenda passasse. Porque se pudéssemos ter a oportunidade de votarmos sempre a suplementação que o Executivo precisasse, estaríamos fazendo uma fiscalização muito mais em cima, Ver. Pedro Américo Leal. Eu poderia fiscalizar cada ato do Executivo. Da forma como damos dinheiro para o Executivo, fica difícil para esta Câmara fiscalizar alguma coisa, porque ele tem uma montoeira de dinheiro, uma montanha maior que a do Bin Laden de dinheiro para poder fazer com qualquer rubrica possa ser suplementada, enquanto quiserem.

Agora temos uma outra chance, vem uma outra oportunidade para nós, para que possamos, pelo menos desta feita, mostrar para esta Cidade que estamos a fim de fiscalizar o Governo. Vamos mostrar para esta Cidade que esta Câmara vai fiscalizar tostão por tostão, que cada suplementação vamos querer votar aqui, principalmente para essa área da FASC; que pelo menos aqui, quando houver suplementação, já que há 31 milhões à disposição da FASC, quando quiserem suplementar, que nós saibamos o que estamos suplementando.

Votarei favoravelmente a essa Emenda do Ver. Sebastião Melo, esperando que os meus companheiros de oposição possam votar também essa matéria afim de que possamos ter aqui uma melhor fiscalização com relação aos recursos gastos pelo Município. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Encerrados os encaminhamentos. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, a Emenda nº 02 aposta ao PLE nº 030/01. (Pausa.) (Após a apuração.) REJEITADA a Emenda nº 02 por 05 votos SIM e 16 votos NÃO.

Apregoamos o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon para que seja votada em destaque a Emenda nº 02 ao PLE nº 029/01.

Em votação a Emenda nº 04 ao PLE 030/01, de autoria da Ver. Haroldo de Souza, destacada pela Ver.ª Sofia Cavedon e outros.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, essa Emenda foi destacada por quantos Vereadores?

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Pela Ver.ª Sofia Cavedon e outros doze Vereadores.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu peço a palavra, então, para encaminhar, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 04 ao PLE nº 030/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos votando a Emenda nº 04, que o Relator, Ver. Ervino Besson, recomendou aprovação. Diz ele que a Emenda não apresenta óbice de caráter legal. Ademais, visa a corrigir uma situação que se agrava numa das regiões mais carentes da Cidade, objetivando a melhoria da qualidade de vida dos habitantes dessa localidade. Uma vez implementada, diminuiria o risco de contágio de doenças ligadas a exposição dos moradores ao esgoto a céu aberto. Por esses motivos é que nos manifestamos pela aprovação. A Emenda nº 04 é de autoria do Ver. Humberto Goulart, que agora está sendo submetida à votação nesta Casa.

Eu já teria motivos suficientes para com ela me solidarizar, face ao Relator, Ver. Ervino Besson, tê-la recomendado, e mais do que isso, dela ter tido a confirmação do Ver. João Antonio Dib, nosso destacado Vereador desta Casa. Os quais, certamente, Ver. Haroldo de Souza, os três Vereadores, Ervino Besson, Humberto Goulart e João Antonio Dib, muito provavelmente, vão-nos acompanhar nessa votação, porque nós não temos aqui matérias que sejam votadas por questão fechada dos partidos. Eu, sinceramente, Sr. Presidente, como tenho com o Ver. Ervino Besson uma admiração muito grande, não posso nem sequer cogitar da idéia de votar contra uma emenda que, uma vez implementada, diminuiria o risco de contágio de doenças ligadas à exposição dos moradores ao esgoto a céu aberto. Não posso votar, acho que faria um crime se assim o fizesse. Estou aqui, às 20h45min, querendo votar essa proposta para não botar no meu curriculum a idéia de que estou jogando os moradores de Porto Alegre a conviver com o esgoto a céu aberto.

Por isso, Sr. Presidente, não é o entardecer e o prolongamento desta reunião, que já se vai longe, que me vai impedir, ainda que tardiamente, de poder acompanhar essa proposição. Porque, vejam os Senhores, o que o Ver. Humberto Goulart, médico conceituado, profissional respeitabilíssimo nesta Cidade propõe que a verba acima indicada deverá ser utilizada na retificação e restauração do esgoto da 5ª Unidade da Restinga. Preciso dizer mais alguma coisa? Não. Jamais faltaria com a Restinga, nem mesmo com essa 5º Unidade, que não é aquele planejamento que fizemos. Queríamos uma 5ª Unidade ali na Restinga igual a 1ª, a 2ª, a 3ª e a 4ª, que provavelmente, se fosse assim, estaria dispensando essa Emenda do Ver. Humberto Goulart, porque o esgoto já estaria pronto, como pronto ficou nas quatro Unidades vicinais que nós tivemos, Ver. João Dib, a possibilidade de implantar - V. Ex.ª, como Diretor do DMAE; eu, como Diretor do DEMHAB, posteriormente, V. Ex.ª como Prefeito da Cidade e eu como seu Diretor.

Por isso, Sr. Presidente, não vou-me alongar para dizer que não vou escrever na minha biografia o fato de um dia ter votado contra os moradores da Restinga, quem quiser fazê-lo, que o faça. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não posso deixar passar na minha biografia o momento em que um Parlamentar da experiência do Ver. Reginaldo Pujol se enganou de processo e discutiu a emenda errada. Então, não vai ficar na minha biografia essa marca de não alertar o Ver. Reginaldo Pujol. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Emenda nº 04 ao PLE nº 030/01, da FASC.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, errar é humano. Quero confessar o meu erro. Eu me inscrevi para discutir este Projeto, Pedi à Mesa, e V. Ex.ª me entregou o Projeto errado.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Eu? Não. Eu nem cheguei perto deste Projeto; é direto da Diretoria Legislativa.

 

O SR. HUMBERTO GOULART: Quero agradecer ao Ver. Reginaldo Pujol por ter defendido o meu Projeto. Muito obrigado.

 

 O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu discuti o Projeto que me entregaram na mão.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): V. Ex.ª é um Parlamentar dos mais experientes desta Casa, sabe que sempre os processos são pegos na DL. E V. Ex.ª pegou na Diretoria Legislativa. Não foi esta Presidência.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: A Mesa é presidida por V. Ex.ª, e a Diretoria....

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Diretoria Legislativa não faz parte da Mesa. Ela é assessora da Mesa. V. Ex.ª sabe disso. A Diretora Legislativa reconhece que lhe passou o Processo errado. V. Ex.ª, até por uma questão de coerência, disporia de mais cinco minutos para encaminhar a matéria.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu vou pedir os 5 minutos, porque falei do Projeto errado. Eu fui induzido a erro. Agora me passam o Projeto correto.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Todos os Vereadores têm em suas mesas todas as cópias de Projetos e Emendas que estão sendo votadas, Vereador. A Diretoria Legislativa é sempre um acessório a mais. Nós estamos numa Sessão longa, faltou luz. Evidentemente, por isso, a Presidência entende a confusão. V. Ex.ª, de uma maneira excepcional, dispõe de mais cinco minutos, porque foi um erro reconhecido pela assessoria.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Ex.ª, porque vou compreender essa circunstância toda excepcional que a Casa viveu, inclusive, com a falta de luz, o que deve ter gerado essa circunstância. Mas, obviamente, este registro tem de ser feito, porque não posso ficar exposto ao ridículo de ter discutido uma Emenda que não estava sendo discutida. Eu encaminhei a Emenda nº 04 do Projeto que me deram.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): V. Ex.ª encaminhou de uma maneira tão soberba, que o Plenário só se deu conta no final.

Não havendo mais nenhum Líder que queira encaminhar a matéria...

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, são 20h57min, estamos exatamente completando quatro...

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Sim, Vereador, porque temos de descontar o tempo que ficamos sem luz. Foi muito bom o Ver. Luiz Braz nos lembrar de que nós dispomos de mais quatro minutos.

Em votação nominal a Emenda nº 04 ao PLE nº 030/01. (Após a apuração.) REJEITADA por 8 votos SIM, e 12 votos NÃO.

Às 21h temos de encerrar este período de prorrogação da Sessão. Solicito uma rápida reunião com todas as Lideranças. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 21h.)

 

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